VI

77 10 120
                                    

Stratford-upon-Avon (UK), 10 anos atrás

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Stratford-upon-Avon (UK), 10 anos atrás...

Marcos estava sentado na poltrona de couro marrom escuro, em frente à lareira crepitante na casa de campo da família de Apollo, localizada na pitoresca cidade de Stratford-upon-Avon. A casa, uma construção tradicional em estilo Tudor com vigas de madeira expostas e janelas de vidro chanfrado, exalava um ar de história e tradição. A mãe de Apollo havia nascido ali, e o lugar parecia impregnado com as memórias de gerações passadas.

O pai de Marcos, determinado a fazer seu filho superar a timidez, insistia na amizade com Apollo. Marcos era uma criança retraída, com poucos amigos e muitas reservas. O brilho das medalhas de Apollo, que pendiam orgulhosamente na parede ao lado da lareira, eram um lembrete constante das façanhas do garoto em diversas competições escolares. Apollo havia ganhado prêmios em Matemática, Inglês e Ciências, além de ser o campeão em torneios de debate e xadrez. A arrogância natural de Apollo fazia Marcos se sentir menor, especialmente diante das medalhas de ouro e troféus de competições como o "National Schools Chess Championship" e o "British Schools Debating Competition."

Eles estavam jogando xadrez, uma atividade que normalmente seria um desafio intelectual agradável, mas para Marcos era uma prova de nervos. Apollo, concentrado e com uma expressão de superioridade, movia suas peças com confiança. Marcos, por outro lado, estava visivelmente nervoso, seus dedos trêmulos ao segurar as peças, o suor começando a se formar na testa. Ele sabia que uma derrota significava mais humilhação e zombaria.

Do escritório, Antônio Poiatto, pai de Apollo, observava os dois meninos. A porta estava aberta, permitindo-lhe manter um olho na interação enquanto trabalhava em seus papéis.

Apollo quebrou o silêncio primeiro, com a voz carregada de uma confiança que beirava o desdém.

— Marcos, você realmente acha que tem alguma chance de ganhar desta vez? — Apollo perguntou, movendo seu cavalo com um sorriso de satisfação.

Marcos, tentando manter a calma, respondeu com um tom defensivo.

— Não se trata apenas de ganhar, Apollo. Xadrez é sobre estratégia e pensamento crítico, não sobre se gabar.

Apollo riu, um som que parecia mais uma afronta do que diversão.

— Estratégia? Isso é algo que você ainda precisa aprender. Já pensou em pedir dicas? — Ele movia sua torre para uma posição ameaçadora, seus olhos brilhando com antecipação.

Marcos respirou fundo, tentando ignorar a provocação. Ele olhou para o tabuleiro, avaliando suas opções, mas a pressão estava quase insuportável.

— Eu posso não ganhar sempre, mas isso não significa que eu não esteja aprendendo. — respondeu Marcos, a determinação em sua voz contrastando com seu nervosismo.

Apollo inclinou-se para trás na cadeira, claramente desfrutando da tensão.

— Aprender é bom, mas algumas pessoas simplesmente nunca serão boas o suficiente. — Ele moveu sua rainha para dar xeque.

Corações EntrelaçadosOnde histórias criam vida. Descubra agora