04
Estávamos lá, diante do imponente farol abandonado. O som das ondas batendo e o cheiro de água salgada enchiam o ar enquanto o vento soprava, enchendo-me de coragem. Se eu precisasse descobrir algo, nada me deteria.
—É enorme- Cristian comentou, segurando sua mochila.
—Acha que devemos nos separar?-sugeri.
—Você ficou maluca?- Cristian respondeu, visivelmente nervoso.
Ri da situação enquanto atravessava a cerca de madeira desgastada. Cristian me entregou uma lanterna, advertindo:
—Não me deixe sozinho, ok?
—E perder você morrendo de medo? De jeito nenhum.
Adentramos o farol. Cristian acenou, indicando que exploraria o interior enquanto eu investigava por fora. Assenti e começamos nossa busca.
O ambiente estava envolto em uma trilha de acordes de guitarra, criando uma atmosfera misteriosa. Então, ouvi alguém contar "1..2..3".
Um arrepio percorreu minha espinha quando o som suave da guitarra ressurgiu de trás de uma das grandes pedras que cercavam o farol. Aproximei-me com cautela e vislumbrei uma figura semi-oculta pelas sombras.
Ao tentar recuar, pisei em um galho quebrado e escorreguei em uma poça de lama, fazendo minha lanterna rolar morro abaixo. Das sombras emergiu um garoto alto, de olhos pretos puxados, visivelmente surpreso com minha chegada abrupta. Vestia-se de maneira casual, com uma jaqueta escura desgastada e cabelos desalinhados sobre a testa.
—Quem... é você?– perguntei, com o coração acelerado.
Ele me estudou por um momento antes de responder, um sorriso irônico surgindo em seus lábios:
—Eu deveria estar te perguntando isso.
—Você não deveria estar tão escondido. Isso pode ser perigoso, sabia?– tentei afastar o medo que ele provocava.
—E você não deveria invadir propriedades privadas- sua voz soava ríspida.
Revirei os olhos, tentando manter a compostura apesar do susto inicial.
–Ah, desculpe por atrapalhar seu momento de paz em um farol abandonado – retruquei, sarcástica.
Ele franziu o cenho, analisando-me como se tentasse decifrar meus verdadeiros motivos.
—Você não deveria estar aqui. Esse não é lugar para curiosos como você– cruzou os braços, desafiador.
—E você?– provoquei, nervosa e determinada. —O que está fazendo escondido nas sombras de um farol abandonado?
Ele suspirou, resignado, como se estivesse cansado da minha insistência.
—Não é da sua conta–disse com um tom cortante.
Levantei-me da poça de lama embaraçosa com as mãos tapando minha calça. —Obrigada pela ajuda, senhor gentileza.
—De nada– ele ironizou com um sorriso cínico.
aquele momento era tao consgrangedor que eu so desejava sumir, comecei a procurar por Cristian pelos arredores do farol. Quando finalmente o encontrei, ele não pôde deixar de comentar:
–Por que sua calça está suja?
—Eu caí– respondi, constrangida.
—Mas, caiu de bunda?– sua pergunta me fez ficar ainda mais constrangida.
Pude sentir minhas bochechas queimarem de vergonha enquanto o arrastava para longe do farol, assim seguindo rumo à casa.
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Maré De Amor (Em Criação)
RomanceMaré Azul parece uma cidade de conto de fadas à primeira vista, com suas casas coloridas e praias de águas cristalinas, guardando, porém, segredos sombrios conhecidos apenas pelos moradores mais antigos. Elizabeth Hart, presa pela superproteção de s...