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Maré Azul, com suas casas coloridas e ruas de paralelepípedos, parecia um cenário de conto de fadas à primeira vista. Suas praias de águas cristalinas atraíam turistas de todos os cantos, enquanto o imponente farol vigiava a cidade do alto dos penhascos. Mas, sob a superfície encantadora, Maré Azul guardava segredos sombrios que apenas os moradores mais antigos conheciam.
A Indústria Hart, a maior empresa da cidade e uma das mais influentes do país, dominava a economia local. Seus bailes de caridade bienais eram eventos aguardados com ansiedade, onde a elite e os simples cidadãos se misturavam sob o luxo reluzente. Mas, para mim, esses eventos eram apenas mais uma máscara para esconder a verdadeira natureza de meu pai, William Hart.
Porém, eu, Elizabeth Hart, não me importava com a influência de meu pai. A única coisa que eu queria era sair do meu quarto. Eu me via presa todos os dias, sem poder sair de meu quarto sob a "proteção" de meu pai, o ainda não oficial rei de Maré Azul.
(...)
A última aula do dia havia acabado, e eu finalmente saí da sala, aliviada. No corredor principal da escola, encontrei Cristian, que também parecia cansado, mas feliz de me ver.
—Finalmente, sexta-feira!- eu exclamei, jogando a mochila sobre um ombro. Meus longos cabelos escuros balançavam conforme caminhava ao lado de Cristian.
—Nem me fale- respondeu Cristian, ajeitando os óculos. —Você vai fazer o que no fim de semana?
Dei de ombros. -Nada demais. Talvez leia alguns livros e faça as tarefas de casa. Meu pai está sempre de olho em mim.
—Ele continua rígido com você?- perguntou Cristian, com um olhar de preocupação.
—Sim, mais do que nunca. Às vezes parece que ele quer controlar cada passo que dou,- suspirei. -Mas, fazer o quê?
Cristian colocou a mão no meu ombro. —Qualquer coisa, estou por aqui. Podemos estudar juntos, se precisar de uma desculpa.
Sorri. —Obrigada, Cris. Acho que vou aceitar sua oferta.
(....)
Mais tarde, decidimos dar uma volta por Maré Azul. As ruas estavam tranquilas, com poucos carros passando. Caminhávamos lado a lado, conversando sobre a escola e outros assuntos.
—Acho que a professora de história está pegando pesado com as tarefas- comentou Cristian, chutando uma pedrinha pelo caminho.
—Verdade. Mas, por outro lado, é uma boa desculpa para estudar juntos-brinquei, dando uma risadinha.
Passamos pela praça central, onde algumas crianças brincavam sob a supervisão de seus pais. O sol começava a se pôr, tingindo o céu de laranja e rosa.
—Lembra daquela vez que construímos uma casa na árvore aqui perto?- perguntei, apontando para um pequeno bosque ao lado da praça.
—Claro que lembro! Passamos a tarde toda cortando tábuas e martelando- respondeu Cristian, rindo. -Até hoje não acredito que ela não desabou.
Continuamos andando, trocando histórias e risadas, fortalecendo ainda mais o laço de amizade que nos unia. A noite começava a cair, e as primeiras estrelas apareciam no céu, prometendo um fim de semana cheio de aventuras.
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Maré De Amor (Em Criação)
Roman d'amourMaré Azul parece uma cidade de conto de fadas à primeira vista, com suas casas coloridas e praias de águas cristalinas, guardando, porém, segredos sombrios conhecidos apenas pelos moradores mais antigos. Elizabeth Hart, presa pela superproteção de s...