- Puta que pariu. Porra. - disse no silêncio do escritório
Larissa sentiu vontade de chorar tamanha era a sua raiva pela situação. Ridículo? Bem ridículo. Inacreditável.
- Ohana já vai. - Miriam invadiu a sala - Não vai lá falar com ela?
- Deveria ir falar o que?
- O que é isso? Você não tem mais idade pra sair manchando as coisas hein filha. - Miriam brincou passando a mão no cabelo da filha - Deixa eu limpar isso aqui.
- Não precisa se preocupar, mãe. Eu limpo. - ela pegou o papel nas pressas
Existe um ditado, ou melhor, uma lei: A Lei de Murphy... Ela diz que se alguma coisa tem a mínima chance de dar errado, dará. Se fosse sobre Larissa então... Pelo visto era certeza de desgraça.
Ela provou o ponto dela quando puxou e papel e conseguiu piorar: derrubou o copo de vidro no chão, obviamente quebrando e pasme... Ao puxar, ela rasgou o que estava molhado.
- Cara, não é possível. Que porra é essa. - falou massageando as têmporas
- Filha?
- A Ohana já foi? Tira ela daqui... - ela ainda massageava
- O que foi minha filha?
- Só não deixa...
- O quê? Larissa me dá isso aqui pra eu ver logo o que é. - puxou o que restava do papel - Meu Deus. Tomaram coragem?
- Mãe... Agora não, por favor. - pediu pela vigésima vez
- Vou agora mesmo perguntar para a minha nora porque ela passou o tempo todo aqui e não contou isso.
- Que nora o quê, mãe... - a morena ficou ainda mais impaciente - Meu sonho é que você gostasse da Ohana o tanto que a mãe dela gosta de mim.
- Não entendi.
- Nada não, já estou falando um monte de merda... Olha, consegue dar banho nos meninos pra mim?
- Por que não dormem por aqui?
- Não sei, vou ver.
- Vou banhá-los, fiquem por aqui.
- Está bem.
A mais velha saiu do escritório e ela pôde ouvir o barulho que a sandália da mãe fez ao descer as escadas. Larissa ficou pensando em várias desculpas para dar, mas nada lhe vinha em mente.
Anitta: Mands, desculpe o horário mas foi inevitável... Digamos que eu tenha perdido o papel do divórcio que Ohana me entregou... Você conseguiria outro? Por favor...
Deixou a mensagem para a advogada e começou a catar os cacos de vidro do chão, jogando na lixeira dali mesmo. Precisaria de um pano para limpar a sujeira que fez então deixou para outro momento. Larissa por um momento se lembrou de uns papéis que tinha na última gaveta, quem sabe não existia uma cópia do divórcio?
Achou diversos documentos inúteis e alguns dos meninos. Seu coração se encheu de esperanças quando pegou a pasta mais recente que só tinha as coisas dos filhos, poderia estar ali, não?
Achou cópias da certidão dos meninos, da certidão de casamento, mas não achou a do divórcio. Se ela existisse, só poderia estar com a advogada mesmo.
Sorriu quando pela vigésima vez naquele dia uma merda lhe aconteceu. Junto com os documentos, achou um polaroid
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