11.

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- Tá indo pra onde, mãe? - Theo perguntou e veio correndo até mim

- Mamãe vai pra casa, meu amor. Você já jantou? - peguei ele no colo e dei um beijo na bochecha, fazendo ele se abraçar a mim.

Theo é tão tímido que até mesmo quando nós demonstramos um carinho bobo ele fica envergonhado. Estava na fase de gostar de desenhos e absolutamente tudo que ele tinha era personalizado dos personagens da Marvel.

Eu sempre fui uma negação com filmes, então deixava por conta de Larissa interagir com ele sobre determinados assuntos. Fiz o máximo que pude logo quando eles nasceram e gostavam daqueles desenhos estranhos, mas depois disso...

- Quem é o bebê da mamãe? - perguntei porque já sabia que ele iria negar

- Não sou bebê, mamãe... - eu sorri - Me leva pra jantar?

- Não jantou? - ele negou - E por que?

- Não estava com fome, mãe. Posso jantar agora? - deu um beijo na minha bochecha e eu percebi que ele não foi jantar porque todos estavam na mesa enquanto ele dormia e ele ficou com vergonha de chegar depois. Era tão igual a mim...

- Você é tão lindo, meu filho. - abracei ele mais forte - E sim, você pode jantar agora. Vamos lá?

Estava meio desconfortável na casa porque dali só quem estava me tratando normal era meus dois filhos, o resto era melhor nem comentar.

Quando cheguei na mesa, estavam todos quietos e não havia mais nenhum barulho além dos talheres passando pelos pratos.

- A Alba vem fazer show num festival aqui no Brasil, ela te falou? - como se pudesse sentir a minha presença, Renan perguntou a Larissa sobre a mulher - Parece que o Brasil realmente fez bem a ela, todo dia está aqui agora.

- Eba, mamãe! Finalmente a tia vem! - Maria ficou animada com a notícia e provando pra mim mesma que eu tenho quinze anos de idade mental, eu me incomodei com aquilo

- Você gosta dela, minha neta? - o tom daquela conversa estava me deixando levemente incomodada

- Gosto, vovó. Foi legal no dia que a gente tomou sorvete.

- Está vendo, Larissa? Mais um ponto positivo. - Renan apontou - Eu faço muito gosto.

- Larissa está sempre procurando pontos negativos, Renan. Não importa quantos positivos você apresente, ela ainda prefere sofrer pelo que não é viável para ela. - Miriam apontou e eu fiquei levemente chocada. Tanto pelas palavras quanto pelo silêncio da minha ex mulher, que não fez a mínima questão de se defender ou até mesmo negar o ponto da mãe

- Você faz gosto de ver sua irmã com mulheres? Que bom que passou daquela fase. - Larissa se assustou quando notou a minha presença

- Mamãe! Achei que já tivesse ido. - Maria veio até mim - Você vai ficar pra jantar comigo e com a mamãe Lari?

- Não, filha. Estou sem fome agora. - peguei ela no colo e dei um beijo na sua testa - Mamãe já vai, tá bem? Sem preguiça de ir pra aula amanhã, estamos entendidos?

- Por favor mãe, deixa a gente faltar. - a menina implorou e a avó riu

- Sem preguiça, Maria Cecília. - falei de novo e ela olhou para Larissa - E não adianta recorrer a ninguém, tem aula e você vai. - tive que ser mais séria com ela e ela só balançou a cabeça confirmando

De vez em quando tinha que ser um pouco mais incisiva com eles para que entendessem que não podiam sempre nos driblar e fazer o que eles queriam. Larissa sempre seria a mais legal porque ela era muito mais flexível que eu.

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