12.

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Os dias desde a exposição do novo relacionamento de Larissa foram um completo inferno. Dentro e fora de mim. Como se não bastasse lidar com tudo que eu já estava lidando, tinham os meninos que não paravam de elogiar a madrasta a cada cinco minutos, tinha também as pessoas enchendo o meu direct com mensagens do tipo "eu prefiro você, Ohana"

A pior parte estava sendo dentro de casa. Nas conversas com os meninos, nas saídas deles junto com a mãe que depois de muito tempo parou de tentar me incluir. Apesar de tudo, eu conseguia olhar nos olhos dela e ter uma troca de carinho. Não sei dizer que tipo de carinho, mas existia carinho.

Não sei colocar na ponta do lápis o tanto de vezes que chorei. Não de chorar como se o mundo estivesse acabando, mas de parar pra pensar na coisa mais boba do mundo e sentir as lágrimas descendo dos meus olhos.

E eu secava todas elas rapidamente. Não deveria chorar por Larissa. Não era culpa de mais ninguém a minha covardia.

- Como você está com tudo isso?

- Bem, Let. Queria entender porque vocês todos ficam me perguntando isso como se eu tivesse no estágio final de uma doença muito grave. - brinquei e levei um tapa

- Eu fico preocupada com você. - foi honesta - Eu sei e imagino como você deve estar por dentro.

- De verdade? Está tudo bem. - ela assentiu me incentivando a falar - No fundo eu já esperava algo desse tipo vindo da Larissa. E é um direito dela seguir em frente, ela merece. - sorri triste

- Ô amiga. - me abraçou - Vai ficar tudo bem.

- Já está tudo bem, juro. É que vocês agem como se eu tivesse sido traída, e não foi isso que aconteceu. Nosso casamento só existe no papel, é normal que ela siga com a vida dela.

- Você não tem que ligar mesmo não, os namoros da patroa nunca duram mais de dois meses. - eu sorri porque pelo menos consegui fugir daquela estatística - Já já ela está aqui atrás de você de novo.

- E pode ser que eu não esteja mais aqui.

- Oi? - dei de ombros - Ohana, Ohana...

- O que é? Você acha o quê? Que eu vou viver a vida inteira em função da Larissa? Fora que se eu não estou com ela é porque eu não quero, então chega desse assunto. Estou totalmente cansada da minha vida girar em torno dela.

- E a Laila? - revirei os olhos num claro sinal de cansaço

- Eu não estou falando da Laila. E ela deve estar cuidando dos doentes dela. - sorrimos - Coitada, nem falei com ela hoje.

- E vocês se falam todo dia? - assenti - Mas aí, eu tenho certeza que rolaria muito se você quisesse. Ela é tudo o que os mais velhos chamariam de "bom partido"

- Não adianta reencarnar na Letícia, mãe. Eu não vou namorar a Laila. - ela se assustou e começou a rir, me fazendo rir também - Mas sim, ela é mesmo.

- Por que não dá uma chance?

- Não tô afim de ter um relacionamento agora. E mesmo se tivesse, eu e a Laila não temos tanto em comum como parece. Ela é uma boa amiga e só.

- Por que vocês não tem tanto em comum? Vocês gostam das mesmas coisas. - tentou entender - Ou ela finge que gosta pra te agradar, não é? Dos dois, um.

- Você que enxerga coisa onde não tem. Nós somos amigas.

- Não sei, mas fico com a sensação de que ela discorda. - bati nela - Amiga por favor, me oferece algo pra comer. - eu não aguentei a cara de pau dela e comecei a rir

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