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Quando planejava uma família, não era absolutamente nada do que eu havia conquistado. É estranho dizer isso, mas é a verdade. Eu me imaginava velhinha prezando pelos meus pais e irmãos e fazendo por eles tudo que gostaria que fizessem por mim, e eles faziam mesmo.

O sonho de ter um amor sempre foi uma incógnita pra mim, porque apesar de tão vivo no meu coração, eu não achava que um dia conseguiria me prender verdadeiramente a alguém.

Claro, você deve se perguntar: "Logo a Anitta dizendo isso?"

Dá pra entender totalmente a surpresa, mas quando digo me prender verdadeiramente quero que elimine metade dos relacionamentos que eu tornei midiático em todos esses anos da minha carreira. Não foram poucos.

Havia sim amado algumas pessoas ao longo da minha vida, mas nem de longe amei alguém como eu amei ela. Acho que todos ao meu redor tinham plena noção disso.

Não gosto da ideia de que eu nunca havia amado até conhecê-la, apesar de muitos dizerem isso. Na verdade, creio que sou uma mulher de muitos amores.

Seria hipocrita dizer que praticamente aos trinta anos eu finalmente conheci o amor de verdade. Eu já tinha experimentado o amor, sabia exatamente o que significava cada uma daquelas sensações.

E não gostava. No fundo, eu não gostava de nada disso. Não gostava de amar, não gostava de combinados e nem de cobranças.

Para mim, independente do que as pessoas viessem a sentir, eu teria que prezar pela minha liberdade, meu direito de viver. Não foram poucas as vezes que eu disse em entrevistas que não ligava dos meus companheiros ficarem com outras pessoas.

Na verdade, eu só queria que isso acontecesse para que eu pudesse fazê-lo também. Foi assim durante muito tempo. Eu corria de afeto, corria de sentir.

A mulher da minha vida também foi vítima desse meu eu.

Dela eu corri até onde eu consegui, porque em certo momento a Anitta se descuidou e a Larissa assumiu o posto. Daí tudo começou a dar "errado"

Passei a sentir saudade, a correr atrás mesmo, já que ela já parecia um tanto quanto indiferente a respeito da minha presença

Me dói lembrar de tudo isso, mas faz parte da minha evolução pessoal entender que eu sou a vilã da história de muitas pessoas, e que até certo ponto eu fui a vilã da história do meu amor também.

Ela veio para mudar todas as minhas perspectivas. Tudo que eu achei que eu não era, ou que não poderia fazer enquanto ao amor, ela veio para mostrar que existia uma razão para ser diferente.

Também pelo meu jeito, eu nunca acreditei em amor à primeira vista. Até hoje eu não acredito.

Não sei se cabe a mim acreditar... Veja bem: a mulher que hoje eu tanto amo, passou despercebida por mim.

Sinto vergonha de ser eu toda vez que lembro do quão pessima fui pra ela.

Mas hoje eu também sinto muito orgulho da pessoa que me tornei. Meus filhos me amam e a pessoa que eu amo também me ama.

Porque eu sei que ela me ama e isso torna tudo um pouco mais difícil.

Eu não insistiria tanto, eu não iria tanto atrás dela se eu soubesse que ela não me ama mais, mas eu sei que não é essa a verdade. Como posso abrir mão de viver o amor que me foi presenteado porque a razão dele tem medo da vida? Como eu conseguiria deixar de tentar?

Ohana a todo momento me mandava para longe mas de uma forma ou de outra ela mesma voltava me puxando pra perto.

Não consegui evitar em procurá-la depois da conquista que tanto sonhamos juntas. Esse álbum me remete à minha ex esposa.

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