VII

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Nos últimos dias eu tenho estado focada em como chegar até Priscila, mas tudo o que eu sabia era que ela não saía de casa e estava apenas existindo em cada dia.

Pedi para que Gattaz não falasse que eu estava na cidade, não queria que isso chegasse até Thaísa ou até... Bom, eu não queria que soubessem.

Tenho feito corridas nas manhãs, isso tem me ajudado com as distrações, tem me dado mais energias e me feito ter mais disposição para enfrentar as coisas da vida.

Durante uma caminhada, não pude acreditar no que vi, algo tomou conta de mim e não resisti ao ver aquele belos cabelos loiros.
Eu poderia reconhecer até mesmo se eles estivessem escuros, era a minha Priscila.

Ao me aproximar perguntei se estava tudo bem e assim que nossos olhos se encontraram, senti um fervor em minha barriga, borboletas dançavam freneticamente em meu estômago e tentei de todas as formas esconder meu nervosismo e felicidade, ambos misturados em um só sentimento.

Ao ouvir sua voz, mesmo que estivesse entristecida, foi como um alívio, foi como voltar a respirar depois de tanto tempo debaixo da água.
Nossas conversas paralelas nunca mudaram, sempre era algo estranho mas ao mesmo tempo, confortante.

Eu sabia o que aquela ponte significava para ela, eu sabia que ela iria lá para desejar alguma coisa como seu pai e sua irmã sempre faziam.
Por isso, eu sabia que ela voltaria no outro dia e garantiria que fizesse isso. Priscila sempre foi curiosa e sempre amou que desafiassem ou que fizessem uma proposta a ela, assim eu fiz, garanti que ela voltaria no dia seguinte.

Quando isso de fato aconteceu, confesso que no fundo me pegou de surpresa, eu queria que ela fosse e fiquei surpreendida por estar certa.

É claro que doeu ter que me apresentar novamente, é claro que doeu ver o seu olhar voltado para mim agora como uma desconhecida. Não pude conter o brilho em meus olhos ao olhar seus traços tão belos, porém, também não contive minha tristeza em vê-la me tratando realmente como uma desconhecida e o meu medo de não vê-la outra vez... Eu ainda a amava tanto, tanto, que não queria mais perder contato novamente , já não me importava mais o quê ou quem eu iria enfrentar para garantir que ela seria minha novamente, eu ainda precisava tanto da minha namorada.

Observei ela caminhando de volta e mesmo sentindo a dor de lhe deixar ir, senti o conforto de ter tido ao menos um tempo com ela, por mais breve que tenha sido.

Antes de sair e voltar à minha casa, resolvi ligar para Carol e contar o que havia acontecido

- Você não vai acreditar - Disse assim que ouvi sua saudação do outro lado da linha

- Não me diga que... - Ela disse sugestiva

- Eu encontrei com ela hoje de novo - Disse em tom animado

- E então?

- Ela não me reconheceu... Mas vamos olhar pelo lado positivo, eu agora sou uma conhecida, não está tão ruim - Disse irônica

- Você não muda - Ela disse rindo - Que estranho, ontem ela não falou que encontrou com você

- Vocês se encontraram ontem? - Perguntei

- Sim, fomos até a casa dela e ela estava péssima. Sugerimos que ela voltasse pro apartamento dela

- E então?

PétalasOnde histórias criam vida. Descubra agora