XII

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No decorrer daquela tarde, Plak me mostrava cada página do álbum que havia feito para mim.
Nas primeiras páginas, confesso lembrar de muitas coisas que ali haviam, minhas fotos de quando era criança, algumas fotos de quando eu estava no ensino fundamental e até fotos com meus irmãos.

- Aqui – Ela mostrou uma página – Aqui começa a parte da sua vida acadêmica – Na página haviam algumas fotos minha na faculdade

- Onde você conseguiu isso? – Peguei uma foto

- Carol... Acho que ela veio aqui ou algo assim... - Ela disse – Veja, conhece essa caligrafia? – Ela me entregou um papel

"A mente humana é como o mar e sua imensidão, complexo, profundo e poucos são os corajosos que se arriscam a se aprofundar nela.

Serei eu uma curiosa cheia de coragem"

- Eu escrevi isso... - disse e minha mente me fez visualizar o momento em que foi escrito – Foi... Foi na faculdade, eu estava sentada na calçada depois de ouvir que eu não tinha vocação nenhuma para a profissão... Eu me lembro

- Você lembrava disso antes? – Ela perguntou olhando em meus olhos

- Não, até porque não me permiti lembrara disso... Mas agora vendo, lembrei de como isso aconteceu

- Lembra do que estava pensando nesse momento?

-Eu estava sentindo muita raiva, isso eu garanto - Disse sorrindo e notei seu sorriso retribuindo o meu

- Você estava certa, com certeza ver outra pessoa duvidando de você não foi a melhor sensação

- Pode ter a certeza que não

- Quer passar pra próxima pagina ou paramos por aqui?

- Acho que estou sóbria demais pra continuar isso, aceita um vinho?

- Não... Desculpe, mas estou evitando o álcool

- Uau... Algum motivo especial? – Disse encarando seus olhos

- Apenas uma promessa a uma pessoa... Desde então, evito beber qualquer coisa que contenha álcool

- Entendo, fidelidade a promessas é muito bom

- Mas devo confessar que foi tentador – Ela disse mordendo os lábios. Em outra situação eu diria que foi algo provocante, mas tudo estava tão tenso que tenho certeza que Plak não estava interessada nisso.

- Por que está fazendo isso? – Perguntei

- Isso o quê? – Ela disse franzindo o cenho

- Por que está fazendo isso por mim? Por que se importa?

- Porque você estava tão desesperada que pediu ajuda a uma estranha que conheceu em uma ponte... Você estava frágil, eu não deixaria que você continuasse daquele jeito... Então busquei meios de ajudar de acordo com o que estivesse em meu alcance

- Você é uma ótima pessoa – Coloquei minha mão sobre sua perna – Obrigada por isso, é muito bom saber que posso contar com a sua amizade

- É claro que pode... – Ela disse em tom mais fraco

- Se você não vai me acompanhar, tudo bem, mas eu preciso beber alguma coisa com álcool pra aguentar isso. – Disse colocando vinho em uma taça e voltei para a companhia de Plak em minha sala.

- Entendo... – Ela disse rindo

- As meninas te deram alguma informação sobre alguém do meu passado... ? – Perguntei afim de saber da tal namorada, essa incógnita ainda me perturbava

PétalasOnde histórias criam vida. Descubra agora