Lições

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sábado - 21/10

Eu acordo com uma dor de cabeça insuportável. Eu não estava em casa, e sim em um sofá desconhecido. Olhos para o ambiente e percebo que estou na casa que ontem foi a festa. A casa estava vazia e um pouco bagunçada e bastante iluminada pelo sol.

Eu me levanto devagar, ainda meio sem saber oque aconteceu. Vou em direção ao banheiro da festa, ou melhor, da casa e entro. Sigo até a pia e lavo meu rosto, minha cabeça ainda tá girando um pouco. Sinto um enjoo muito forte e entro em uma das cabines.

Coloco pra fora oque eu bebi naquela noite, minha garganta queima. Então dou descarga e volto até a pia do banheiro, coloco água na minha boca e cuspo-a na pia, pois não trouxe escova de dente. De repente alguém entra no banheiro.

-Bakugo? -Era o Kirishima, faz uma semana que não nos falamos, então era estranho.-

-Oi. -Olho para ele de canto de olho.-

-Você... tá melhor? -Ele se aproxima, mas não fica perto de mim.-

-Ressaca.

-Não falo só disso.

-Sobre oque ele estava se referindo?.- Não sei do que você tá falando, e outra coisa, por que eu to aqui? Por que você tá aqui?

-Eu e a galera tava dando uma geral na casa antes de devolver. Eu, o Denki e o Sero dormimos aqui. -Ele fala lentamente e com uma voz suave, parecia estar tão desconfortável quanto eu.-

-E cadê eles?

-Estão lá fora. Lá no final da casa.

Quando ele termina de falar, alguns borrões passam pela minha cabeça. Eu consigo lembrar de ir lá pra fora da casa com o Tetsu, eu estava passando mal... Eu lembro dele tentando me beijar. Não eram memórias sólidas, mas alguns breves momentos. Porra, era sobre isso que ele tava falando?

-Eu não queria lembrar disso de novo, me sinto mal e meu coração começa a acelerar.- Eu vou embora.

-Beleza. Tchau Bakugo. -Ele fala com a voz baixa.-

-Eu passo por ele rapidamente e abro a porta. Eu sou um cuzão mesmo, ele me ajudou pra caralho essa noite, mesmo eu tendo ignorado ele por uma semana.- Valeu Kirishima.

-Eu só fiz oque tinha que ser feito. -Ele diz e mostra um sorriso quase imperceptível.-

-E... -Hesito em falar.- Foi mal.

-Oque foi mal? -Ele diz enquanto anda até a pia.-

-Você sabe, ter sido um cuzão contigo.

-Você não é obrigado a retribuir meus sentimentos, mas eu aceito suas desculpas.

-Eu respiro fundo, não quero ir embora, porque eu sei que vou ficar com essa dúvida na minha cabeça, tenho que encarar isso.- Não é isso.

-Não é isso oque? -Ele olha para mim.-

-Eu não consigo Kirishima, não consigo retribuir.

-Beleza, eu já entendi que você não sente o mesmo, não precisa se culpar.

-Porra! Não é isso! Eu sinto, é claro que eu sinto seu idiota, você acha que eu transei contigo só por diversão?

-E não foi? Eu não entendo Bakugo, de verdade eu não entendo. -Ele começa a ficar estressado, e eu também.-

-Eu sinto muitas coisas por você, e eu odeio confessar isso, porque até semanas atrás eu tinha um ódio mortal de você, mas eu não consigo me entregar. Não consigo retribuir, não to pronto! -Eu fecho com força a porta do banheiro que estava aberta e me viro totalmente para ele.-

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