O Rei

Pós

noite de domingo - 15/10

-Eu... -Eu travo, como se meu corpo estivesse tentando me impedir de fazer isso.- Eu gosto de você.

Nesse momento, o sol já havia sumido, só tinha as estrelas, a lua, o mar e nós dois. Ele me encarava, e eu o encarava de volta.

Ele chega mais perto e coloca a mão na minha nuca, lentamente me puxa para um selinho demorado. Então nos afastamos, em seguida ele volta, com um beijo normal agora, com língua, porém calmo.

Sem demorar muito, pois estávamos em um lugar público, o beijo acaba, então eu o olho novamente.

-Era sobre isso que eu estava falando, é isso que você finge que eu não disse.

Ele não fala nada, então eu continuo.

-Por que você finge? Katsuki, você gosta de mim?

-Ele para de me olhar e olha para o chão, sua respiração parece ter ficado pesada.- Eijiro, eu...  -Ele se cala novamente.-

-Sinto meu coração apertar.- Não precisa dizer nada, acho que já entendi.

-Não! Kirishima...

-Relaxa, tá tudo bem. -Me viro de costas para ele e pego a sacola de salgadinho, pois havia colocado ela no chão.- Os meninos estão com fome, acho que deveríamos levar logo.

Eu começo a andar e ele fica la, meu coração tá batendo ainda e minha garganta dói tanto, parece que tem um nó, meus olhos passam a arder, eu acho que quero chorar.

Acelero meus passos e não tô nem aí se o Bakugo continuou lá ou não. Rapidamente chego no Sero e no Denki.

-Foi rápido né! -Sero ironiza.-

-Podem comer tudo, acho que vou embora. -Digo enquanto me abaixo para pegar minha mochila.-

-Embora? -Denki pergunta preocupado.-

-Sim, tô com dor de cabeça.

-Tem certeza?

-Claro que sim.

Pego minha mochila, e viro de costas, dando de cara com o Katsuki Bakugo.

-Tchau. -Olho para ele e vou andando de volta para a rua.-

Passo um tempo andando e finamente chego na rua, no caso, na calçada. Pego meu celular para ver se consigo pedir um carro, mas antes que possa liga-lo, Denki aparece ao meu lado.

-Para de mentir, você não tá com dor de cabeça.

-Eu tô! -Digo com certeza.-

-Bro, não precisa mentir pra mim.

-Respiro fundo.- Eu disse pra ele que gosto dele, e ele não disse nada.

-Nada?

-Não bro, acho melhor eu ir pra casa...-Lembro que no momento, estou sem casa.- Ou melhor, para a escola.