Primeiros Sinais do Destino

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Ao longo do caminho até sua casa, Sunny estava catatônica, completamente alheia e perdida em devaneios. Seus pensamentos estavam fixos no garoto ruivo com quem trombara mais cedo. Por que fugira? Talvez a flecha do cupido a tenha atravessado com tamanha intensidade que a assustou, e ela não soube lidar com os sentimentos que eletrizaram seu corpo em poucos minutos. Ao chegar em casa, cumprimentou a todos com uma voz sem emoção e subiu os degraus para seu quarto sem pressa alguma, com os olhos perdidos, a boca meio aberta e sem expressão.

Ela se jogou na cama de casal, tirou os sapatos com os próprios pés e deixou seus novos pertences caírem ao chão, ainda em estado de choque. "O que está acontecendo comigo?" Se perguntava. Estava tão confusa quanto um cego em um tiroteio. Mesmo no ano passado, quando teve um romance com Brandon, o primo de um amigo de Chat, não se sentiu assim. Ela se sentia uma tola, incapaz de não sorrir, como se estivesse respirando um gás do riso. Ela se moveu um pouco mais para o lado na cama e se sentou na ponta, pegando seu telefone de discagem na cabeceira e ligando para Chris.

— Chris? Oi, você poderia vir aqui em casa? Aconteceu algo maravilhoso e eu preciso de uma amiga para compartilhar e me ouvir. Vou chamar Suzy para vir aqui também — Disse, enrolando os dedos nos fios vermelhos do aparelho com um sorriso bobo e angelical no rosto.

— Oi Sunny Dee, claro, posso ir sim. Na verdade, ela já está aqui comigo. Depois das seletivas, ela veio comigo para casa. Logo mais estamos aí! — Chris respondeu com entusiasmo, provavelmente estava rindo com Suzy antes de atender a ligação.

— Melhor ainda, venham logo. Estou esperando vocês. A porta está aberta, é só entrarem e subirem. Até mais. — Desligou e foi para a cozinha pegar alguns lanches com chocolate, morangos e suco de laranja.

Ela pediu para Vanya derreter o chocolate e levar para seu quarto quando estivesse pronto. Depois subiu e organizou suas coisas espalhadas, notando que entre os livros jogados no carpete havia um gorro azul escuro. "Deve ser dele!" pensou, animada. Levantou-se, "Ah, não acredito nisso, são vocês mesmo, não é? Será que é algum sinal?" Falava sozinha, olhando para cima, direcionando suas preces ao destino, pensando que agora haveria uma nova chance de encontrá-lo.

Quando as meninas chegaram de bicicleta, as jogaram na grama e entraram na casa sem bater, já eram praticamente de casa. Essas três garotas se conheciam desde a infância. Como todas as famílias ricas de Middlebury, tinham o costume de aproximar seus filhos para criar uma nova elite, mas nesse meio, encontraram uma amizade verdadeira, sem interesses nos títulos de seus pais. Elas cumprimentaram a Sra. WestWood e Summer, que estavam na sala comum. O Sr. WestWood estava em seu escritório resolvendo as finanças da empresa, sempre ocupado procurando formas de contornar a crise econômica para não falir o negócio de família. As meninas não se preocuparam em incomodá-lo em seu horário de trabalho e subiram direto para o quarto de Sunny.

— Meninas! — Sunny correu para abraçá-las e depois se sentou na cama.

— Vamos! Nos conte o que aconteceu! — Suzy perguntou ansiosa.

— Vocês não vão acreditar no que me aconteceu. Conheci um garoto! Bem, não conheci exatamente, trombei com ele na rua — Sunny tentava explicar com ansiedade e as meninas se entreolharam.

— Sun, o que está dizendo? Explique melhor — Chris respondeu.

Sunny se levantou da cama e foi em direção à penteadeira, se olhou no espelho e suspirou, sendo seguida pelos olhos das amigas que esperavam ela falar o que estava acontecendo. Sabiam como a amiga era um romântica e dramática, fariam uma cena antes de contar, então não se apressaram em pressioná-la.

— Ah... — suspirou novamente, escovando os cabelos e olhando para cima. — Nós nos esbarramos na rua da biblioteca —.

— Biblioteca? Ha, deve ser por isso que não acho um namorado. Se todos os garotos bonitos estiverem por lá, nunca os encontraria mesmo — Suzy brincou, levantando-se e indo para perto da janela acender um cigarro. Estudar não era exatamente seu hobby preferido. Muitos a chamariam de fútil. Suzanne Eleanor Ashford era uma versão morena da Marilyn Monroe em "Os Homens Preferem as Loiras". Sua aparência, roupas, perfumes, maquiagem e dinheiro eram mais importantes para ela do que trigonometria ou saber quem foi Cristóvão Colombo. Apesar de julgada como superficial, Suzy tinha um coração gentil e era uma amiga leal, mas como qualquer outra garota de 17 anos - Ou talvez nem toda -, queria um namorado, ou um noivo rico para se casar.

Steven Meeks- LoverboyOnde histórias criam vida. Descubra agora