A Jornada dos Corações

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Era setembro, e o primeiro dia de aula se aproximava para Sunny WestWood, filha do respeitado Benjamin Harrison WestWood, proprietário do renomado jornal "The WestWood". Ela despertou cedo para se preparar, descendo logo em seguida para o café da manhã. Sentada à mesa, sua irmã mais nova, Summer, silenciosa como de costume, ignorou seu cumprimento matinal.

— Bom dia, querida! — a senhora WestWood a saudou com entusiasmo. Beatrice era uma mulher de beleza jovial, com cabelos negros adornados por alguns fios brancos, frequentemente escondidos sob chapéus. Sua voz doce refletia uma natureza amorosa e gentil, uma formalidade talvez adquirida em Londres, onde os modos ingleses predominam. Estendendo uma xícara de chá, já preparada para seu dia com outras damas da alta sociedade de Middlebury.

— Bom dia, senhorita. Sente-se, seu chá está servido. Gostaria de salada de frutas ou algo mais para acompanhar? — Vanya, a empregada da casa, falou enquanto arrumava o lugar de Sunny e puxava uma cadeira para ela.

— Hoje quero uma vitamina e panquecas, é um dia especial! Finalmente sou uma sênior! — Sunny disse animada, tomando um gole do seu chá.

— Sun, você está tão grande, my love. Lembro-me do seu primeiro dia de aula, com suas duas tranças, e aqueles pequenos Mary Jane vermelhos que sua avó lhe deu antes de partir, que Deus a tenha. — Beatrice sussurrou, fazendo o sinal da cruz na testa, peito e ombros e olhando para cima — Agora você está em seu último ano, logo estará na faculdade. — Ela murmurou novamente, fazendo Sunny erguer o dedo indicador aos lábios, rindo, pois a ideia não era apoiada pelo Sr. WestWood, que acreditava que as mulheres deveriam se contentar com eventos sociais e afazeres domésticos. Ao contrário de sua esposa, uma progressista feminista, que apesar de nunca ter participado de nenhum movimento, apoiava secretamente o avanço feminino e acreditava que as mulheres deveriam frequentar espaços tanto quanto os homens, inspirada por mulheres como Virginia Woolf, ela ensinava indiretamente suas duas filhas sobre conceitos de liberdade de opinião e a importância de estudar e lutar por seu espaço.

— Ah, mum, como se lembra de tudo isso com tantos detalhes? Já fazem anos! Ainda tenho esses sapatos, embora já não me sirvam, ficam lindos como decoração. Ah, olha a hora! Chris e Chat virão me buscar para o primeiro dia, vamos organizar as seletivas para líderes de torcida esta semana. Estamos tão animadas, pois finalmente será um evento organizado por nós mesmas. As garotas do ano passado não tinham ideia do que estavam fazendo, só queriam flertar com os rapazes do time de futebol. E você, Summer, vai tentar este ano? — A garota calada desde que acordou apenas deu de ombros.

Summer WestWood era quieta e reservada, frequentemente parecendo desinteressada nas conversas familiares. No entanto, sua presença constante, limitada a palavras como "sim" e "não", ou movimentos de ombros em resposta, eram sua maneira de expressar carinho. Ela amava sua família e se inspirava em sua irmã. Seu afeto não era sempre claro, mas sua presença silenciosa durante as reuniões familiares eram seu jeito único, ela adorava ficar com sua família, principalmente quando os parentes distantes vinham para comemorar o natal na casa dos WestWood ou quando todos se reuniam para ouví-la tocava o piano forte.

Sunny se contentou com a resposta, saboreando seu café da manhã rapidamente antes de subir para pegar suas coisas. Na escada de casa, ouviu a buzina do carro esportivo de Chet e apressou o passo. Voou para fora de casa e, num breve grito de adeus, sem querer acabou por bater a porta.

— Bom dia, Chris! — exclamou, abraçando animadamente sua amiga, que saiu do carro para ajustar o banco traseiro para Sunny. Assim que se acomodou, estendeu a mão para cumprimentar Chet, que assentiu gentilmente.

— Como foi o seu verão, Sunny Dee? — perguntou Chet Denburry, com seu tom brincalhão de rapaz.

— Muito bem, Chet. Mas aparentemente você teve um verão melhor que o meu, que carrão você tem aqui! — ela disse, olhando ao redor do automóvel e dando dois tapinhas no banco. Ele soltou uma risada elegante, própria dos ricos.

Steven Meeks- LoverboyOnde histórias criam vida. Descubra agora