Quatro anos antes
Depois do dia do churrasco, Catra e Adora passaram o restante do final de semana juntas, o pessoal da república acabou fazendo um churrasco para terminarem com as carnes e a morena não foi embora até a segunda-feira de manhã.
Adora ficou realmente feliz, era impossível negar o quanto a mais nova era perfeita para si, se ela ao menos aceitasse que as duas poderiam ficar com exclusividade, tudo ficaria maravilhosamente bem. Esta relação não precisava ser um namoro, pelo menos não por enquanto.
Mas para a frustração da loira, a mais nova sumiu o restante da semana, mandando o mínimo de mensagens neste meio tempo.
Na sexta-feira a mais velha tinha saído mais cedo da última aula antes do almoço e resolveu arriscar e ir até o instituto de química chamar a morena para almoçar. Teve que correr para conseguir chegar a tempo, mas ao invés de ser agraciada com o sorriso de lado e aqueles olhos desiguais, ela foi surpreendida com Lonnie sentada em um banco.
Segundos depois Catra saiu acompanhada de seus colegas e viu a morena de dreads, ela se aproximou sorrindo e se sentou ao lado na outra morena. Não era possível ouvir o que elas falavam, mas para seu desespero a de olhos verdes colocou a mão sobre a coxa da mais nova, e não foi rechaçada por sua atitude.
Antes mesmo que mais alguma coisa pudesse acontecer, Adora se virou e voltou praticamente correndo apara o bandejão, ficou alguns segundos tentando decidir se iria comer ou não, e o embrulho no estômago venceu, a loira se virou de costas pronta a voltar para a faculdade de engenharia, mas foi retirada de seus devaneios por um gritinho.
- ADORA... IUHU!!!
Ela nem precisou se virar para saber de quem se tratava, mas mesmo assim se voltou sorrindo – Fluterina, e aí??
- Tudo bom, você já almoçou?
- Eu estou sem fome. Mais tarde eu como alguma coisa na cantina.
- Ahn não... Uma pessoa com um corpo como o seu não pode ficar pulando refeições. Vamos comer uma salada de frutas! Eu pago.
Adora pensou em recusar, mas acabou soltando uma risadinha nasal confirmada – Por que não? Vamos.
As duas foram caminhando até o restaurante do campus, pediram as duas saladas e comeram entre conversas.
A mais nova achou este encontro incrivelmente mais agradável do que o anterior, pelo menos a outra não parecia querer falar o tempo todo. Talvez ela estivesse nervosa na semana passada e desembestou a falar. Quem nunca?
- O que você está achando daqui?
- Nossa, é um outro mundo. Meu pai não me deixou sair da nossa região pra fazer a graduação. Por sorte desta vez minha mãe conseguiu intervir e ele acabou concordando que eu viesse pra capital para o mestrado.
Adora levantou uma sobrancelha – A aaaaaaa, que bonitinha, a princesinha do papai.
- Para com isso...
- Você vai dizer que não era uma patricinha na escola?
- Eu era?
- Você era uma das garotas mais populares e mais desejadas do colégio.
- Hum, você fazia parte dessas pessoas que me desejavam?
- Talvez...
Fluterina ficou completamente vermelha, então ela desviou os olhos e acabou se perdendo em um ponto atrás da mais velha, Adora franziu a sobrancelha e se virou curiosa em saber o que tanto a outra olhava e para sua surpresa Catra estava ao lado de Lonnie do outro lado da rua. A loira voltou a se sentar normalmente, bufando – Que porra, nem parece que essa universidade é gigantesca.
A mais velha voltou a comer olhando para o copo a sua frente – Ela é sua namorada?
- Não, é algo bem complicado na verdade. Nós estamos saindo, mas não queremos compromisso, então as duas estão liberadas para sair com outras pessoas.
- Vocês não querem ou ela não quer??
- Ahn...
- Bom o que importa é que você está liberada para sair com outras pessoas – A mais velha sorriu terminando de comer suas frutas.
A loira ficou por alguns segundos observando a sua conterrânea, Fluterina era bonita, tinha um corpo bacana, era engraçada na medida do possível e pelo jeito estava querendo algo com ela. Se isto estivesse acontecendo alguns meses atrás. Provavelmente elas já estariam na cama, se tinha algo que Catra tinha razão era que o seu comportamento estava estranho, e ela precisava mudar isso urgentemente – Você quer ir para outro lugar?
- Minhas aulas começam daqui a pouco.
- Alguma chance de eu te converter a matar essas aulas da tarde?
- Eu não posso, minha bolsa ainda está sendo julgada.
- Entendo. O que você acha de nos encontrarmos mais tarde?
- Eu topo, eu fiquei sabendo de um barzinho que tem aqui perto da reitoria. Todo mundo diz que é super legal.
- O bar do seu Carlos? É sim. Mas eu estava pensando em algo mais... Particular. O convite para conhecer a sua casa ainda está de pé?
- Minha casa?
- Se você quiser.
- Eu quero.
- Combinado então.
(=^.^=)
Adora entrou na República onde morava e jogou sua mochila no sofá se sentando bem ao lado, suspirou profundamente antes de esfregar vigorosamente o rosto. Frustração era a palavra que a definia naquele momento.
Elas foram para a kit em que Fluterina estava morando e rapidamente acabaram na cama, o amasso foi muito bom, mas para seu desgosto a mais velha já estava praticamente subindo pelas paredes e nada de sua ereção despontar.
Estava quieta quando foi retirada de seus pensamentos por um toque em seu ombro direito – Adora.
- Puta merda, que susto.
- Desculpa, mas você estava longe demais, eu já tinha te chamado algumas vezes... – Glimmer parou de falar e deu um sorriso besta – Já tô vendo tudo...
- Do que você está falando?
- Esse chupão no seu pescoço. Não preciso nem perguntar o que você estava fazendo. Saiu com a Catra?
Foi então que a loira respirou profundamente – Não, eu saí com a Fluterina.
- Ahn não... Você tá brincando comigo. Que porra Adora.
- Glimmer, para de implicância, ela foi super legal comigo hoje.
- Legal como? Chupando sua rola??
A loira mordeu os lábios, mas acabou deixando escapar uma risadinha nasal – Ela precisou mesmo.
Foi então que um sinal se acendeu na cabeça da mais nova – Como assim?
- A pipa não quis subir aos céus...
- Ahn, você brochou?
- Não, pra brochar eu teria que ter uma ereção primeiramente, meu pênis literalmente não estava ficando duro, nem mesmo com o oral.
Glimmer arregalou os olhos – Olha só, isso é uma novidade.
- Nem tão novidade assim. Isso já vem acontecendo há algum tempo.
- Mas você disse que estava excitada naquele dia da piscina.
- Aí que está o problema, só a Catra vem me excitando nos últimos tempos. Eu precisei literalmente ficar pensando nela, de olhos fechados, pra conseguir funcionar.
- E funcionou?
- Sim, e como.
- Eu não estou acreditando nisso. Mas por que você insistiu tanto se não era com ela que você queria estar?
- Eu fui buscar a Catra pra almoçar e eu encontrei a Lonnie lá, ela colocou a mão na coxa da Catra e ela não fez nada. Eu simplesmente saí de lá. Não podia ficar ali parada assistindo essa cena.
- E então a Fluterina caiu de paraquedas no seu colo e você aproveitou pra cutucar ela??
- Foi.
- E agora? A Catra vai te ver com esses hematomas no pescoço.
- Tem mais de um?
- Ahan!
- Foda-se também. Ela assumiu pra mim que vem saindo com outras pessoas, por que eu não posso fazer o mesmo? Não sou eu que está se esquivando de um namoro como o diabo foge da cruz.
- Namoro?? Espera um momento. Você disse namoro?
- Sim, eu já pensei milhares de vezes em pedir ela em namoro, mas eu acabo desistindo, tenho medo dela terminar de vez comigo se eu fizer isso.
- Adora...
- Eu sei, eu sou uma idiota.
- Não era isso que eu ia dizer, mas sim. Você é uma idiota... De verdade, você prefere continuar assim do que arriscar? E se ela disser que sim?
- Eu não posso arriscar. Se eu soubesse que ela diria não e ligaria do foda-se, eu até arriscaria. Mas se a resposta dela for um não, essa resposta vai vir acompanhada de um afastamento definitivo da parte dela. E eu definitivamente não posso ficar sem ela.
- Bom, você quem sabe – Glimmer foi se levantando e indo em direção da cozinha.
A loira se virou apara amiga – Hey, o que você ia dizer antes? Na hora que eu disse que eu era uma idiota??
- Que você está apaixonada.
(=^.^=)
No dia seguinte Adora resolveu ficar deitada em sua cama, não queria levantar por nada, chegou a ouvir o barulho de pessoas na piscina e também chegou a negar o convite de seus amigos para curtirem um sábado de sol de inverno juntos.
Ela ficou boa parte na noite anterior pensando no que a Glimmer havia falado, ela realmente estava apaixonada pela morena, só assim para conseguir explicar o fato de Catra não sair de sua cabeça por nada neste mundo.
Quando ela estava quase caindo no sono, ouviu uma batida na porta, mas resolveu ignorar. Só que a pessoa não colaborou, então mais uma batida foi ouvida.
- Que porra Glimmer, eu não quero sair hoje.
- Eu posso até falar isso pra ela depois, mas no momento eu ficaria bem mais feliz se você abrisse essa porta.
- Catra??
- Sim.
A loira levantou correndo e abriu a porta, ela deu um sorriso bobo para a mais nova – Hey, você veio para a piscina com a Scorpia?
- A desculpa foi exatamente essa, e eu estava rezando para conseguir te arrastar pro quarto. Amei poder pular esta etapa – Falou já avançando e juntando seus lábios.
Elas permaneceram neste beijo lento durante um tempo, até que a loira se afastou e puxou a outra pela mão, ela fechou a porta e encarou a mais nova, a verdade era que a frase de Glimmer havia a afetado mais do que queria admitir – Eu fico feliz que você tenha vindo, de verdade.
Foi neste instante que a morena percebeu as marcas no pescoço da mais velha, ela forçou o rosto da outra para o lado.
Adora deixou o rosto tombar para um lado toda vermelha, estava morrendo de vergonha de encarar a mais nova.
- Vocês transaram?
A loira virou o rosto para voltar a encarar a mais nova, essa conversa deveria acontecer frente a frente, os olhos desiguais estavam pretos – ‘Se não era excitação possivelmente seria de raiva?’ – Adora se perguntou. Engoliu em seco antes de voltar a falar – Era o que você queria, não era?? E quanto a você e a Lonnie?
- Não tem nada rolando entre a gente.
- Por que ela foi até o Instituto de Química então?
Desta vez Catra arregalou os olhos de forma curiosa, um pouco das íris coloridas pôde ser visualizado – Ahn, ela disse que estava passando pela frente e lembrou de mim, nós ficamos algum tempo conversando até que decidimos ir almoçar.
- Ficaram conversando... Agora precisa ficar acariciando a sua perna pra conversar?
- Nós duas não temos esse tipo de relação para que você venha me cobrar quem me acaricia ou não.
A loira engoliu em seco e então coçou a nuca vigorosamente ela estava entre a raiva e a tristeza e isto a matava – Quer saber? Que seja... – Então ela voltou a se jogar na cama – Apaga a luz quando você sair.
- É sério que você está me mandando embora?
- Não, você pode ficar se quiser – Deu de ombros – Mas saiba que não vai rolar sexo.
Foi a vez de Catra inspirar profundamente – Ahn não? Por quê? Foi tão bom assim ontem que você não me quer hoje?
- E isso realmente importa? Se você quer tanto assim transar procura um dos seus outros casos... Eu não vou mais me meter na sua vida. Isso tá me irritando demais.
- Você está terminando tudo comigo? – A morena estava completamente indignada.
A mais velha deu uma risada sarcástica – Como se fosse possível fazer isso.
- O que você quer dizer com isso??
Adora ficou de pé e venceu o espaço entre elas duas, rapidamente juntou seus lábios em mais um beijo lento, ela tentava mostrar todo o carinho do mundo que tinha pela morena. Elas permaneceram se beijando até sentirem seus pulmões arderem pela falta de oxigênio – Se você me pedisse eu abandonaria tudo, a putaria, as festas, até mesmo a bebida, eu faria de tudo por você.
- Adora...
- Eu sei que você não se sente da mesma forma por mim, eu não vou te cobrar. Só me deixa te mostrar que você não é mais uma na minha lista, você nunca foi.
- Você estava me cobrando há menos de cinco minutos.
- Mas eu prometo que não faço mais. Por favor...
- É melhor que eu vá embora – A morena começou a se afastar.
- Não, por favor. Fica...
- É melhor não, eu tô achando que você precisa de um tempo.
Grossas lágrimas desceram pelo olhos azuis, ela engoliu em seco, abriu e fechou a boca algumas vezes sem conseguir pensar em algo que pudesse convencer a mais nova – Se eu disser que pode rolar algo entre nós duas agora, você fica?
- Não, Adora... Que ideia.
- Eu não quero que você saia. Algo me diz que se você sair por aquela porta, tudo entre nós vai mudar.
- Eu acho melhor que nós nos afastemos por um tempo. Já estamos no fim do semestre, vamos dar esse tempo para nós duas. Quem sabe quando as aulas voltarem para o segundo semestre tudo se esclareça?
Adora respirou profundamente e então voltou a se jogar na cama, desta vez ela se enrolou na coberta – Pelo jeito você já decidiu como vai ser tudo, o que eu posso fazer?? Apaga a luz quando você sair.
Catra foi até a porta e olhou para trás, era possível ver que o montinho chamado Adora tremia, a morena então mandou tudo a merda, apagou a luz e voltou em direção da cama, ela arrancou os tênis e se deitou por trás abraçando o corpo da mais velha.
A loira ficou por um tempo paralisada na mesma posição, mas depois ela se virou enfiando o rosto no curva do pescoço da melhor e se aninhou de uma tal forma que mais parecia uma criança do que uma mulher de mais de 1,70.
A morena apertou a mulher em seus braços e deixou que ela chorasse, as duas provavelmente ficaram naquela posição por horas. Depois de um bom tempo Catra foi acordada pela mais velha se sentando com tudo, seu rosto era pura confusão.
A mais nova acabou deixando uma risada nasal – Eu não pude sair, me desculpe por ter falado aquelas coisas. Você é maravilhosa, não desista de mim ainda.
Adora concordou com a cabeça e voltou a se deitar se esticando toda – Eu sonhei com você.
- O que você sonhou?
A loira olhou para a outra e fez um sinal de negação – Melhor não falar.
- Ahn não, você não vai me deixar curiosa agora, vai?!
- Nós estávamos mais velhas e você me pedia em namoro. Eu... Eu fiquei tão feliz, então eu acordei, sorri quando eu senti o seu cheiro ainda meio sonda parecia que eu ainda estava vivendo aquele sonho, mas logo a realidade bateu e eu lembrei que as coisas não eram bem assim.
- Você disse que eu faria isso no futuro. Você não poderia me esperar?
- Eu sinceramente não sei.
- Eu não quero que nada mude entre nós.
‘Já mudou’ – Adora pensou, mas engoliu em seco – Eu não sei até quando eu posso prometer que vou aguentar essa situação.
Catra fez um sinal de positivo com a cabeça e então ficou em pé de uma vez – Você está melhor? Acho que eu vou indo.
- Se eu disser que não estou, você ficaria?
- Adora...
A mais velha inspirou profundamente e foi soltando o ar pela boca alto, bagunçou os filhos dourados e então sem encarar a outra, voltou a falar – Tá tudo bem, eu vou tomar um banho e voltar a dormir.
- Você comeu alguma coisa?
- Não tô com fome.
- Você precisa se alimentar.
- Eu vou pensar nisto – Ela já tinha ido até o banheiro enquanto arrancava a roupa pelo caminho – Você pode ir tranquila, não é sua responsabilidade. Qualquer dia desses a gente se tromba.
- Não faz assim.
- Assim como? Porra... É a verdade, você não é a minha namorada e nunca vai ser – Ela se voltou somente de cueca boxer – Acho que você tinha razão em propor para nos afastarmos por um tempo. Você funciona como uma droga para mim – Ela voltou a se aproximar da morena e pegou a mão dela levando até sua intimidade – Você faz ideia de quanto tempo eu demorei ontem pra conseguir chegar no ponto? Eu preciso me desintoxicar de você... Ou eu nunca mais vou ter uma vida normal.
- É sério que você acha isso de mim??
- Eu não sei mais o que achar...
- Beleza, a gente se vê no próximo semestre, ou não – A morena saiu pisando duro batendo a porta para mostrar toda sua raiva.
Adora suspirou e entrou debaixo do chuveiro, ela ficou ali por um bom tempo até ouvir seu celular tocando, saiu enrolada na toalha e viu que era uma mensagem.
FLUTERINA
Só pra dizer q eu amei a nossa tarde
Espero repetir mais vezes
- Repetir mais vezes. Será que você pensaria da mesma forma se eu te dissesse que precisei pensar em outra enquanto transávamos? – Adora ficou falando para si mesma enquanto andava de um lado pro outro pelo quarto – Que se foda também.
Clicou no botão de ligação e levou o celular até o rosto – Oi, você tem alguma coisa pra fazer hoje?
- Oi Adora, eu estava estudando, tenho uma prova na segunda.
- Eu iria propor que nós repetíssemos nossa tarde de ontem, mas se você estiver muito ocupada podemos deixar para outro dia.
- Hum, tentador... Eu acho que posso estudar amanhã.
Foi impossível não segurar o suspiro – ‘Será que Catra também arriscaria se dar mal em uma prova, estudando menos do que pretendia para ficar comigo?’ – A loira pensou.
- Posso ir até a sua casa então?
- Sim.
- Perfeito. Chego aí em 10 minutos.
Desta vez Adora caprichou um pouco mais em como iria se vestir, pegou algumas camisinhas e saiu sem avisar ninguém, não estava em clima de julgamentos. Ela só precisava estar com alguém que realmente a quisesse, mesmo que não fosse recíproco.
(=^.^=)
Adora estaria mentindo se dissesse que foi fácil, realmente as duas vezes que ela e Fluterina transaram naquela noite ela realmente teve um pouco de dificuldade precisando dar uma viajada para chegar lá.
Mas no dia seguinte a ereção matinal ajudou muito o psicológico da loira que passou a encarar a mulher de cabelo rosado com outros olhos.
Ela acabou ficando lá direto o restante da semana. Lá pela quarta-feira Adora chegou ao ponto de levar uma mochila para a kitnet para evitar seus amigos. Glimmer era a mais insuportável, então estava mais fácil ficar direto do que encarar os olhares de desaprovação que acabava recebendo.
Ela só voltou para a república no domingo depois do almoço, quando estacionou seu carro viu que haviam vários outro veículos em frente – Está tendo uma festa e ninguém pensou em me chamar?
Ela foi entrando na casa já com um cigarro aceso na boca, ela mal conseguiu fumar nestes dias, Fluterina odiava o cheiro, não via a hora de se jogar em sua cama e ficar sossegada de boa, mas antes ela passou na área de serviço e colocou todas as roupas dentro da máquina de lavar. Então ficou pensando se deveria ou não ir até o quintal.
Possivelmente seria melhor, se ela fugisse, seus amigos iriam encher ainda mais o saco depois. Para seu alívio haviam poucas pessoas por lá, cumprimentou alguns e foi até seu melhor amigo – E aí?!
- Dorinha, não sabíamos se você iria voltar hoje.
- Ahn, aqui é a minha casa.
- Por tudo que é mais sagrado – Glimmer se aproximou – Me diga que a insuportável não está aqui com você!
Adora soltou a respiração com tudo, revirou os olhos bufando – Não fala assim dela. Eu já te disse que ela está me ajudando muito neste momento.
- Que seja... Mas de qualquer forma nós realmente não imaginávamos que você voltaria – Bow voltou a falar.
- E qual o problema?
- A Catra está aqui – Glimmer falou fazendo uma careta.
Adora respirou profundamente antes de voltar a falar – OK! Eu posso viver com isso, uma hora ou outra nós iríamos nos encontrar.
- Ahn, ela está ficando com a Lonnie.
A loira arregalou os olhos ficando por alguns segundos parada como se não tivesse entendido o que havia sido falado, ela então fechou sua expressão, chegou a dilatar a narina respirando pesado enquanto olhava em volta, foi começando a andar, mas logo foi puxada de volta pelo rapaz – Adora, não faz isso.
- Me larga, Bow!!
- Ele tem razão, se você for lá e fizer um escândalo ela vai saber que conseguiu te atingir.
- Vai pro seu quarto, quase ninguém percebeu que você está aqui.
Adora levou ambas as mãos até o rosto e esfregou o lugar por um tempo – Vocês tem razão, por mais que me doa eu não vou fazer nada. Mas eu também não vou voltar pro meu quarto – Ela então olhou em volta e logo viu aquela mesma garota que tinha a chamado para o ménage e abriu um sorriso ladino.
- O que você vai fazer??
- Aproveitar... Afinal de contas é uma festa.
Adora acendeu mais um cigarro, pegou uma lata de cerveja e ficou olhando a garota de longe com um olhar predador, logo ela virou o rosto para seu lado e sorriu ao ver a expressão da loira. Então foi andando em direção da anfitriã.
- Oi Adora, me disseram que você não vinha.
- Eu gosto de chegar e causar boa impressão.
- Você sempre causa. Qual é a boa?
- Curtir um pouco a festa, mas você bem que poderia ligar para aquela sua amiga e a chamar para uma festinha particular.
- A Hilary?
- Sim, desta vez a chave está no meu bolso – Ela então se aproximou laçando a cintura da morena a sua frente e então sugou com vontade a orelha alheia antes de voltar a falar – Eu tenho camisinha suficiente para render a noite inteira com vocês duas.
A garota arfou começando a beijar o pescoço da mais alta – E se ela estiver ocupada?
- Nós arranjamos alguém para substituir. Eu deixo você escolher quem quiser, é só você falar que eu trago ela pra cama com nós duas – Então avançou capturando os lábios da morena em um beijo voraz – Vai lá, mais tarde a gente se diverte.
A morena se afastou dando pulinhos de alegria. Adora a acompanhou com o olhar, no mesmo instante sentiu uma pontada forte em sua intimidade, olhou para baixo e surrou ao ver que tinha um volume pequeno aparecendo – É hoje...
Quando ela voltou a olhar em volta seu olhar se prendeu nos olhos desiguais, a loira engoliu em seco, mas logo disfarçou, mandando um tchauzinho para a morena, então saiu sorrindo depois de ver a cara feia que Catra enviou para si, afinal de contas iria beber e curtir bastante com os amigos antes de levar a morena, que ela não fazia ideia no nome, pra cama de preferência junto a mais alguém com quem ela mal se importava também.
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Fantasma do Natal Passado
FanfictionNem Catra nem Adora queriam um relacionamento sério durante a faculdade, cada uma por seu próprio motivo. Mas a vontade foi maior do que a razão e as duas acabaram embarcando em um romance onde cada uma tinha intenções diferentes da outra. Com o fim...