Depois de toda a confusão a loira olhou em volta e foi até a mesa que estavam seus amigos da época da faculdade, cumprimentou todos e foi se sentar ao lado de Glimmer que estava sozinha olhando para o tempo – Oi, bom poder te ver.
Glimmer sorriu – Realmente é muito bom ver você também, principalmente sem a insuportável junto.
- Caramba, tu é muito chata... Tem que jogar na cara mesmo?
- Mas é claro.
- Olha, eu concordo com você, ela é muito chata. Tinha dias que a minha vontade era furar meus tímpanos para não ouvir mais a voz dela, mas eu não posso negar que ela me ajudou muito com a dor de ser rejeitada.
- Mas você não precisava disso, não é mesmo?!
- Bom, isso você teria que falar com a Catra. Mas é verdade, eu dei abertura para alguém que aparentemente gostava de mim. Hoje, olhando para trás, eu até acho que ela não gostava de verdade, só me via como um troféu. Foi carência? Foi imaturidade minha? Não sei... Mas eu não agi corretamente com ela também.
- Que seja, mas e agora?
- A Catra me pediu em namoro, nós duas estamos juntas e felizes. E vocês??
Glimmer se mexeu desconfortável na cadeira, ela inspirou profundamente antes de voltar a falar – O Bow e eu terminamos há um tempo atrás.
- Sério? Vocês chegaram juntos, eu pensei que...
- Nós estamos juntos de novo, eu descobri que estava grávida e resolvemos tentar mais uma vez, pelo bebê iremos tentar ser um casal novamente.
- Quando você quer dizer estava, isso quer dizer que você perdeu ou não? Fiquei confusa aqui...
A mais nova abriu um sorriso – Eu estou grávida.
- Uffa, que alívio, eu já estava quase chorando aqui. Mas o que aconteceu para vocês terminarem?
- Ele pediu para terminar, quando eu fui contar que estava grávida ele teve a ideia de tentar mais uma vez, eu continuo completamente apaixona por ele, mas eu não consigo deixar de pensar que só estamos juntos por causa do bebê.
A loira estava de olhos arregalado – Qual foi a justificativa dele para terminar?
- Ele conheceu uma pessoa e queria tentar com ele.
- E então?
- Ahn, o Bow disse que terminou tudo com ele antes de voltar para casa, mas eu acho que eu fiz uma besteira não fiz? Tipo você e a Fluterina?
- Eu acho que sim. Você gosta demais dele, eu entendo que você ainda queira estar com ele, mas talvez não seja o que ele quer... Poxa, você não merece estar com alguém que não quer estar com você. Assim como ele não merece ter que ficar com você se não é o que ele quer, quem ele quer!
- Você tem razão, obrigada... Acho melhor terminar tudo de vez.
- Faça isso, o Bow é uma pessoa muito boa, se você perguntar se ele quer terminar agora, ele vai dizer que não quer porque ele sabe que você vai precisar de toda ajuda possível e morando juntos ele consegue fazer isso melhor.
Neste instante o homem chegou trazendo um copo de refrigerante e alguns salgadinhos – Ele entregou para a mais nova sorrindo – E aí, esquadrão melhores amigos pra sempre unido novamente??
Adora olhou de um para o outro e sorriu ao ver Glimmer sorrindo também – É claro, afinal de contas nem moramos tão longe assim, podemos marcar alguma coisa sempre. Ahn, por que vocês não ficam aqui hoje? Amanhã podemos fazer um churrasco. A festa já está no fim e vocês nem tiveram tempo de conhecer meus pais direito.
A mais nova olhou para o outro – Eu não tenho nenhum compromisso, e você?
- Também não, eu vou procurar um hotel...
- Que hotel o que mane?! Vocês podem ficar em casa, eu deixo vocês ficarem no meu quarto.
- Nós vamos ficar no seu quarto e você?
- Eu vou ter uma desculpa para dormir na Catra, todo mundo fica feliz.
O homem acabou dando uma risada nasal – Poxa, eu acredito que neste caso nós podemos fazer o sacrifício, o que você acha Glim??
- Claro.
Logo em seguida Alex se aproximou sentando no colo da mãe, ela sorriu para os outros adultos se aconchegando mais no colo da loira. Adora abaixou o rosto e deu um beijo e um cheiro nos fios loirinhos – Eita que tem alguém azeda de tanto suor... Vai brincar vai – Colocou a filha no chão dando tapinhas na bunda dela, a menor saiu correndo dando risada.
- Isso é tão fofo – Bow falou sorrindo muito – É apaixonante ver você assim.
- É maravilho, vocês vão ver quando o bebê nascer.
Bow e Glimmer se encararam ficando vermelhos, a mulher de cabelo rosado deu uma tossedinha e tentou disfarçar – Mas conta pra gente, como foi encarar a maternidade assim tão de repente??
- Eu vi a Catra saindo do mercado na véspera do Natal, meus pés se mexeram sozinhos e quando eu percebi estava do lado dela, meu coração disparado, boca seca, meus divertidamentes pareciam naquela música do Vitas, sabe? Bugados.
- Eles já são assim normalmente – A outra mulher falou.
Adora revirou os olhos sorrindo e continuou – Então eu ouvi algum barulho e quando eu olhei, eu vi a Alex. De cara eu não conseguia processar direito quem poderia ser aquela criança. A Catra saiu praticamente correndo, eu devo ter ficado parada uns 10 minutos antes de conseguir chegar a conclusão de que aquela criança podia ser minha filha.
Bow pegou um salgadinho e apoiou o cotovelo na mesa ouvindo atentamente o relato, seus olhos até brilhavam de antecipação.
A loira sorriu ao ver a reação do amigo – Bom, eu sei o quanto vocês não gostam da Fluterina – Os outros dois fizeram careta ao ouvir o nome – Mas ela pelo menos me obrigou a parar de fumar.
- Bom, isso prova que existem pessoas que não são 100% inúteis.
- É Glim... De qualquer forma no Natal eu comprei um maço de cigarros e fui até a casa das mães da Catra, eu fui rezando para que elas ainda morassem lá. Nós conversamos, ela assumiu que a filha era minha, de cara eu entrei em desespero, eu mal consigo cuidar de uma planta, como eu poderia ser mãe?? Mas então uma chave foi virada no meu cérebro. Eu simplesmente precisava estar perto daquela criança.
- E a Catra aceitou de boa?
- Que nada. Ela me torturou bastante até me deixar conhecer a nossa filha e mais um pouco até finalmente contar que eu era a outra mãe. Mas hoje em dia ela é a primeira a me incentivar a ser cada vez mais presente na vida da Alex. Eu sou completamente louca por ela, pelas duas, na verdade.
- Você sempre foi louca pela Catra, era perceptível – Bow falou sorrindo.
- Só a Scorpia não viu isso, pelo jeito. Como você está lidando com isso?
- É difícil, segundo a Catra a Scorpia a ajudou bastante, então eu não consigo deixar de me sentir grata por isto. Mas ela já está abusando demais, hoje ela extrapolou qualquer tipo de linha que pudesse existir. Eu sinceramente espero que isso não aconteça mais, porque agora quem não quer a filha perto dela sou eu. Vai que essa doida resolve querer me atingir através da Alex? Todo mundo me acha uma mosca morta, mas eu já parti pra agressão física algumas vezes, eu estou a um espirro para não fazer isso com ela.
- Não faça isso, você vai perder toda a razão – Glimmer falou.
- É que você não faz ideia, ela tentou manipular a Catra, quis tentar arranjar uma namorada pra ela. Eu sinceramente estou no meu limite.
- Por isso mesmo, se ela é manipuladora ela vai saber jogar a Catra contra você. Fica na sua e pede pra ela resolver tudo – Desta vez foi Bow quem falou.
- Eu sei que vocês tem razão, eu prometo tentar me comportar. Mas vamos mudar de assunto. Me contem mais sobre vocês.
(=^.^=)
Felizmente o restante da festa se passou sem mais problemas, mas mesmo assim Alex não relaxou, aparecendo de tempos em tempos para ver se estava tudo bem com a mãe, pedindo colo com bastante frequência.
Na hora do parabéns não foi surpresa nenhuma que a loirinha quis ficar no colo da loira, batia palmas toda feliz enquanto todos cantavam a musiquinha. E então na hora de dar o primeiro pedaço, ela puxou Catra e Adora até uma mesa e fez questão de dividir a fatia com as duas mães.
Depois de mais um tempo os convidados foram indo embora, ficando somente a família e os amigos mais próximos, rapidamente foram deixando o salão em ordem e levando as coisas para os carros, depois de uma conversa, resolveram esticar a festa na casa de Adora. Obviamente Scorpia foi embora com a esposa e filha antes mesmo de terminar a arrumação, nem mesmo Catra que era a melhor amiga da de cabelo platinado insistiu muito pata que elas ficassem.
Então, já era 19 horas e Adora estava acendendo a churrasqueira, enquanto algumas pessoas saíram para comprar carne e as bebidas e outros estavam na cozinha fazendo arroz, vinagrete e farofa.
Alex estava sentada na sala abrindo seus presentes toda empolgada, de tempos em tempos ela corria de um lado para outro para pedir ajuda para algum adulto.
Depois de comer, as pessoas ficaram entre entrar na piscina e ficar sentados no entorno conversando animadamente.
Conforme a noite foi avançando Mara e Hope resolveram ir embora para a casa de Catra, e Randor e Malena foram juntos, assim conseguiriam descansar e Deixar o quarto de hóspedes para Glimmer e Bow dormirem.
Alex não parecia nem um pouco disposta a dormir, mas a loira a levou para um banho e então ligou a televisão com um desenho que ela gostava, a colocando deitada no colchão que Adam e Teela costumavam dormir.
Os adultos ficaram sentados ao lado da piscina conversando e bebendo, depois de mais um tempo os amigos que tinham ficado para o churrasco foram se dispersando deixando só Adora, Catra, Adam, Teela, Glimmer e Bow que permaneceram no mesmo lugar em uma conversa animada.
Glimmer se ajeitou melhor e então se virou para a ruiva – Eu achei que nunca fosse conseguir te conhecer. A Adorada sempre falou tão bem de você, mas nunca tivemos o prazer de ter a sua companhia nas nossas festas.
- Eu nunca fui muito de festas. Na época da faculdade então... Eu só estudava, tanta coisa para decorar e ler. Mas eu cheguei a ir em umas duas festas, e nós fomos apresentadas sim!
A mais baixa inclinou a cabeça para o lado e desfocou o olhar pensando por alguns segundos – Poxa, eu não me lembro. Que pena... Eu gostei de você. Mas eu tenho um teste para ter certeza de que você seja realmente uma pessoa confiável.
A ruiva arregalou os olhos com uma cara de dúvida, tomou um gole generoso de seu copo e sorriu – Ok, faça o seu melhor.
- O que você acha da Insuportável? – Glimmer perguntou com um sorriso.
- Glimmer!! – Adora ralhou e imediatamente voltou o olhar para a morena ao seu lado, Catra revirou os olhos, mas acabou dando uma risadinha nasal sorrindo para a namorada a tranquilizando.
A ruiva ainda estava com o semblante de dúvida – Insuportável??
- Ahn vá, amor... Não precisamos pensar nem duas vezes para imaginar quem seja a tal Insuportável!
- A Fluterina?
- Não diga o nome dela assim – Glimmer falou olhando em volta algumas vezes – Eu ainda não me convenci que ela não seja uma versão do mal do Besouro-suco – Arrancando gargalhadas de todos os presentes.
Teela coçou a nuca – Então... Meio que a culpa é minha delas terem engatado um namoro, eu dei a maior força para que Adora se aquietasse. Mas para a minha defesa, nós não tivemos muito contato com ela na época da escola, então ninguém sabia o quão... Ahn, chata ela conseguia ser, estávamos muito longe do Monte Olímpio para que ela quisesse nos agraciar com a ilustre atenção.
A mulher de cabelo rosado caiu na risada mais uma vez – Eu definitivamente gosto de você. Ela realmente se acha a última Coca-Cola gelada do deserto.
- Você não sabe de nada – Adam falou de modo animado, inclinou o corpo pra frente todo empolgado para falar mal da ex-cunhada – Quando saímos de férias no final daquele ano, nós quatro voltamos juntos para a nossa cidade Natal. Ela não parou de falar por um segundo durante a viagem, eu por vários momentos quis enfiar um rolo de papel higiênico, que tinha no porta luvas, na boca dela. E isso foi só a ida...
- Quando nós chegamos eu falei pra ela que iria a deixar primeiro – A ruiva interrompeu o noivo – Também não estava mais aguentando ela, e tinha o fato de que minha casa ficava na rua de trás da casa em que eles moravam lá. Pra nossa indignação, ela virou e disse que iria ficar na casa da Adora...
- Eu dei uma berro falando que não... Falei bem na cara dela que não tinha cabimento, iríamos chegar em casa e ficar com nossos pais, curtindo em família – Adam falou indignado – Ela já não ia com a minha cara, depois disso então...
- Você não fala nada, né sua cachorra? – Glimmer falou para Adora.
A loira só deu de ombros – Minha Advogada disse que eu não sou obrigada a gerar provas contra mim mesma...
A ruiva fez uma careta para a amiga gerando mais uma onda de risadas, o loiro então voltou a falar – Respondendo a sua pergunta, ninguém gosta da duble de rica. Minha mãe então, eu achei que ela fosse matar a Adora na primeira manhã que a Insuportável, gente eu amei isso... Insuportável...
- Você não faz ideia da lista d apelidos bacanas que nós viramos dota ela – Glimmer falou abrindo um sorriso ainda maior.
Adam deu um gargalhada e voltou a fale – Bom, onde eu estava mesmo? – Pensou por alguns instantes – Ahn, minha mãe queria matar um na primeira noite que a coisinha dormiu lá em casa. Na terceira, a Dona Malena literalmente mandou ela embora.
- SÉRIO?! – Bow perguntou.
- Sim, ela disse que queria passar um tempo em família e que ela deveria fazer o mesmo. E detalhe, assim que a coisinha estava saindo deu de cara com a Teela que estava chegando para o almoço. Porra... Ela ficou possessa.
- E você não tomava nenhuma atitude com relação a isto?? – Desta vez foi Catra quem se manifestou.
- Ahn, eu só deixava ela fazer o que quisesse, na maior parte do tempo, eu já tinha até desenvolvido uma técnica de abstenção enquanto ela ficava falando, falando, falando... Era só distrair ela com alguma outra coisa que ela demorava um pouco para voltar ao estado de divagação normal.
- E quando ela foi falar para a sua mãe que ela cozinhava tudo errado? – A ruiva falou.
- Eu sinceramente achei que a mamãe iria explodir naquele dia – Adam falou rindo – A cara que ela fez para a Adora, foi impagável. Depois disso ela mal foi pra nossa casa.
- É claro, eu tive que pedir pra ela não ir. Eu disse com todas as letras que ninguém gostava dela e ela fazia força para que isso não mudasse. Então ela terminou comigo e sumiu por uns dois dias. Foi uma paz... – Adora falou dando de ombros.
- Aí ela apareceu, te seduziu e vocês voltaram? – Glimmer perguntou.
- Por aí... Pelo menos com ela, as coisas não pareciam forçadas como era com outras mulheres. Com ela eu conseguia transar como uma pessoa normal.
- Espera, com ela você conseguia e comigo não?? – Catra perguntou com um tom de indignação.
- Porra, com você o sexo sempre foi fantástico, sempre! E não era só isso, eu me divertia com você, de verdade. Eu realmente me apaixonei logo de cara e isso foi a minha perdição. Eu te disse na época, disse pra Glimmer também. Quando eu estava falando de outras mulheres, não era de você que eu estava falando, desde o instante que nós duas começamos a nos envolver eu não conseguia ter uma ereção se não pensasse em você – A loira falou tudo de uma vez e suspirou antes de voltar a falar – Com a Fluterina dava certo. Eu não sei porque dava, mas dava... Então por isso que eu insisti em ficar com ela por tanto tempo.
- Espera, você realmente precisava ficar pensando em mim enquanto estava com outras mulheres? Eu não sei direito o que pensar sobre isto.
- Eu te disse que você tinha me enfeitiçado – Adora disse por fim empurrando a outra ombro a ombro de brincadeira.
Catra acabou sorrindo enquanto inspirava profundamente, as duas ficaram se encarando por um tempo até que Glimmer fez questão de dar uma tossidinha para chamar atenção das duas – Ahn bom, achei que vocês iriam ficar aí ignorando todos nós na cara dura mesmo.
- Cara... Você é muito chata – Adora disse com um sorriso enorme – Por que mesmo que eu te convidei pra dormir na minha casa??
- Porque você me ama...
Depois dessa conversa eles permaneceram conversando por mais um tempinho antes de se recolherem. No dia seguinte decidiram fazendo mais um churrasco, mesmo porque tinha sobrado algumas coisas do dia anterior.
A conversa mais uma vez fluiu naturalmente e o dia passou voando, logo todos foram recolhendo suas coisas e partindo para suas rotinas, deixando somente as três, as adultas conversaram e decidiram ficar na casa da loira por hoje.
Adora estava comendo alguns salgadinhos que haviam sobrado da festa, estava acabando de fritar quando a morena entrou na cozinha – Me diz que os salgadinhos finalmente acabaram agora.
- Foi a última leva.
- Graças... Eu não aguento mais esse cheiro de fritura – Falou colocando uma bolinha de queijo na boca.
- Você sabe que não é obrigada a comer, não sabe??
- Sim, mas eu tô bem cansada, não quero pensar em ter que fazer nada para comer, nem mesmo um sanduíche.
- Come, amor. Assim a gente consegue ir pra cama descansar o mais rápido possível. Estou exausta também... E a Lelê?
- Dormiu, eu tive bastante dificuldade em convencer ela a dormir no outro quarto, mas é preciso, ela já está grandinha e precisa se acostumar a dormir na cama dela aqui também, não só lá em casa.
- Você sabe que isso me dói no coração.
- Adora você já dormiu lá em casa com ela indo para o próprio quarto, aqui é a mesma coisa. Eu vou ter que ter a mesma conversa que eu tive com ela com você?
- Tá bom, tá bom... Eu sei, mas lá ela simplesmente vai sem fazer cena, eu ainda não estou preparada para dizer para minha filha que ela tem que dormir separada de mim. Pensa que pra mim é muito recente ainda.
Catra suspirou frustrada – Eu não posso ser a única a ser a chata que exige as coisas certas e você a legal permissiva. Eu não quero esse papel.
- Tá bom, você tem razão. Eu prometo que nós vamos falar a mesma língua, amanhã eu vou colocar ela na cama.
- Obrigada – Falou comendo uma coxinha desta vez.
Adora ficou olhando a namorada e resolveu mudar de assunto – Apesar de toda a canseira, a festa foi um sucesso.
- Foi mesmo, parabéns por sua primeira vez planejando uma festa infantil. Você tem o dom pra isto.
- Tenho o dom é?! Bom, se nada der certo eu posso abrir um buffet.
- Deus me livre fazer isso sempre.
- Nem fale... Mas mudando de assunto, foi muito bom ter conseguido conversar com a sua mãe de forma civilizada.
- Espero que ela não tenha ficado te enchendo o saco.
- Não, ela foi bem legal na verdade. Até pediu desculpa pela implicância... Mas por que ela iria ficar me enchendo o saco?
- Nós duas conversamos um pouco antes da festa, e ela enfiou na cabeça que seria bom se você começasse a usar preservativo.
- Ela também??
- Por que também? Não me diga que sua mãe também falou algo.
- Sim, ela veio me falar que nós deveríamos nos cuidar mais. Eu quis morrer, eu simplesmente odeio ter esse tipo de conversa com ela.
- Eu também, mas foi bem legal conversar sobre sexo com a minha, desta vez. Eu me senti mais ligada a ela, como se ela finalmente estivesse se importando.
- Você sabe que ela sempre se importou, né?! Talvez só não soubesse como chegar em você, ou então fosse mais fácil delegar esse tipo de função para a Mara.
- Eu sei, mas eu me senti bem mais acolhida por ela depois de conversarmos sobre isso...
- Fique a vontade para conversar com a minha mãe sobre sexo nas próximas vezes, você pode me passar um resumo dos tópicos abordados depois.
- Tonta – Deu um tapa no braço da mais velha.
- O que você pensa sobre isso??
- Sobre o quê?
- Ter outro filho.
Catra mais uma vez ficou encarando a outra mulher, suspirou antes de dar uma risada nervosa – Eu quero, mas não agora. Eu quero curtir um pouco mais do nosso relacionamento antes de ter um bebê, você não faz ideia de como é trabalhoso.
- Eu imagino, mas não acho que esperar muito seja bom, não gostaria que a diferença da idade deles fosse muito grande. Vai por mim... Se três anos de diferença entre o Adam e eu já foi difícil imagino que mais de cinco deve ser muito mais complicado quando o mais velho entra na pré-adolescência.
A morena suspirou antes de voltar a falar – Difícil Adora?! O que é bem difícil é imaginar vocês dois brigando. Vocês parecem tão unidos, sua mãe até fala que vocês deram trabalho, mas que sempre se apoiaram muito.
- A gente sempre foi muito unido sim, mas também brigávamos um pouco, principalmente depois que eu completei 11 anos. Nossa, eu tenho noção de que eu devia ser muito chata, mas o Adam se tornou insuportável, ele era mimadinho demais.
- E você não era?
- Eu era revoltada, estava sofrendo bullying no colégio e quando chegava em casa ele queria minha atenção, e tudo o que eu queria era me trancar no meu quarto e ficar curtindo minhas músicas emos. Mas não, eu tinha que cuidar de um garoto de sete anos que só sabia me aporrinhar.
- Você sofreu tanto bullying assim?
- Principalmente dos meninos, eles não conseguiam me aceitar bem, bom eu era uma garota com pênis... A diretora precisou trazer vários especialistas para fazer palestras na escola para coisa começar a melhorar um pouco.
- Eu sinto muito A...
- Eu sei que sim, eu sou o seu bebê grande.
- Cara, você é muito tonta.
Adora deu uma risadinha nasal antes de voltar a falar – Voltando para minha relação com o Adam, eu não conseguia ter paciência com ele. Então a gente as vezes saía no tapa e então ele ia corendo contar pra minha mãe e aí eu apanhava de novo. Eu era maior que ele, bem maior nesta época, mas ele era gordinho nesta época e era forte que nem um Touro. Então teve época que eu realmente queria matar o meu irmão.
- Puxa...
- Pra você ver! Eu só acho que quanto maior a diferença de idade, pior deve ser. Porque se nós dois que temos três anos e pouco de diferença foi assim, imagina com cinco anos e pouco de diferença?
Catra soltou uma risadinha nasal e olhou para a mais velha – Eu não estou acreditando que você está fazendo isso. Você contou uma história triste do seu passado para me convencer a ter um filho logo? Adora...
- É sério, eu juro que não fiz isso para te convencer de nada. Eu só estou falando a verdade.
- Supondo que a Alex poderia passar pelo mesmo que você passou?
- Nós somos incrivelmente parecidas, em tudo tirando o físico, você realmente não acha que na adolescência ela não vai ser um ser insuportável como eu fui??
- São suposições...
- Aaaaaaaaaa, fala olhando pra mim que você não acha o mesmo que eu.
Catra acabou soltando um sorriso bobo para a mais velha – Tá bom, você tem razão, ela é incrivelmente parecida contigo, mas isso não quer dizer que as coisas vão se repetir como você está dizendo.
A mais velha suspirou enquanto lavava a louça – Eu sei, me desculpe por... Sei lá, tentar forçar a barra?! Mas eu realmente sinto que eu perdi tanto tempo na minha vida, sabe?! Eu sei que não foram tantos anos assim, mas em pensar que eu perdi toda a gestação e os primeiros anos da Alex porra... Foram tantas primeiras vezes que eu nunca vou conseguir recuperar.
- Me desculpe.
- Eu não te culpo, Catra. De verdade, você achou que precisava proteger nosso bebê, minhas atitudes não foram nada louváveis, nada mais óbvio que você imaginasse que eu não tinha nenhum tipo de valor para passar pra frente.
- Mesmo assim, não é justificável eu ter privado vocês duas disso.
- Já foi, não podemos voltar no tempo, mas podemos construir um presente e um futuro maravilhoso juntas – A loira sorriu de modo tão amplo e feliz que acabou contagiando a outra – Será que nós duas poderíamos estar casadas, ou até morando juntas hoje em dia?
- Eu imagino que sim já que em menos de seis meses nós estamos namorando e conversando sobre eu parar com o anticoncepcional.
O sorriso da mais velha ficou ainda mais amplo – De zero a dez, quanto eu estou conseguindo te convencer a fazer isso?
Catra suspirou e esfregou o cabelo com as mãos enquanto olhava para o nada, pensando por alguns instantes. Então ela se voltou para a outra mulher – Sinceramente? Eu acredito que por volta de uns seis.
Adora se virou com tudo em direção da mais nova – É SÉRIO??
- Adora, não grita!
- É sério? Você está 60% convencida de tentar ter um bebê?
- Sim, mas você vai ter que percorrer um bom pedaço para me fazer chegar aos cem.
- Não importa. Eu tô tão feliz agora. Nós podemos continuar sem usar preservativos né?
- Sim, nós podemos.
- E quanto ao fato de nós passarmos a morar juntas de vez?
- O que você sugere?
- Bom, sua casa é maior e a escola da Alex fica lá perto. Eu poderia colocar essa casa para alugar e mudar de vez pra lá.
- Pelo jeito você pensou bastante nisso.
Adora deu de ombros se aproximando da namorada enquanto secava as mãos na própria bermuda – As vezes eu me pego pensando nesse tipo de coisa. Nós duas nos amamos, temos uma filha juntas. Não tem motivo para enrolar mais.
A morena mordeu o lábio inferior enquanto avançava para frente acabando com a distância entre elas – Tá certo, você me convenceu. Mas com uma condição – Disse antes de capturar os lábios alheios entre os seus em um beijo lento e explorador.
A mais velha deixou que a outra comandasse o beijo, respondendo de modo mais brando. Elas permaneceram nesta troca de carinho por algum tempo.
Ao se afastarem Adora abraçou a mais nova é começou a mexer o corpo enquanto cantarolava uma melodia, arrancando um sorriso bobo da morena – Moonlight Seranade de novo?
- Sim, eu gosto dessa música – Elas permaneceram na mesma posição por mais um tempo ainda dançando ao som dos murmúrios da loira, até que esta resolveu quebrar o momento – Qual a sua condição?
- Se nós vamos fazer isso, tem que ser pra sempre.
Adora afastou o rosto voltando a abrir um sorriso gigantesco – E você acha que eu me mudaria de lá?? Já ouviu falar do desconto na gasolina que a Replan dá?
A morena jogou a cabeça para trás soltando uma risada feliz – Mas você é muito palhaça mesmo, sabia que eu te amo?
- Pra sempre!!
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Fantasma do Natal Passado
FanfictionNem Catra nem Adora queriam um relacionamento sério durante a faculdade, cada uma por seu próprio motivo. Mas a vontade foi maior do que a razão e as duas acabaram embarcando em um romance onde cada uma tinha intenções diferentes da outra. Com o fim...