Catra estava saindo de mais uma reunião das várias que teve neste dia tão maçante, tinha sido a terceira e última reunião antes do almoço, no momento ia para o refeitório quando finalmente retirou seu celular do modo avião, estava curiosa em saber se haviam notícias de Alex, mas para seu alívio não tinha nenhuma mensagem ou ligação perdida nem de Malena e muito menos de Adora.
Porém ela não teve tempo suficiente para respirar aliviada quando notou quatro ligações perdidas de sua mãe, ainda assim não havia nenhuma mensagem. A morena suspirou profundamente e iniciou uma ligação para a mais velha.
Foi atendida no segundo toque – Oi mãe, você me ligou?
- Catarina onde você está?
- Eu vou dar só uma chance para a senhora.
- O quê?
- Eu estou trabalhando mãe.
- E por que a Alex não está na escola?
- E como você poderia saber isso?
- Sua mãe e eu viemos mais cedo, então passamos na escola para pegar nossa neta e curtir um pouco mais com ela, mas para a nossa surpresa você nem ao menos levou ela hoje para lá... Me explique o que está acontecendo.
Catra estava na fila para pegar comida, então precisou respirar profundamente antes de surtar com sua mãe na frente de todos. Estava por um fio para isto acontecer, soltou o ar com toda força antes de voltar a falar – Eu sinceramente acho que você age assim só para testar a minha paciência. Só pode... Eu vou dizer isso mais uma vez, eu sou a mãe da Alex, não devo explicação nenhuma sobre nada dela. Eu só as dou porque eu gosto que vocês estejam presentes e ativas na vida da minha filha, então não confunda as coisas.
- Eu não sei de onde você tirou esta petulância...
- Não é petulância, eu só estou farta de vocês acharem que eu ainda sou uma criança. Isso está me irritando em um nível que eu não consigo quantificar. Eu sei muito bem o que eu estou fazendo.
- Se é o que você está dizendo, quem sou eu para dizer o contrário. Só espero que você não se arrependa de nada quando eu partir deste mundo.
Catra revirou os olhos e resolveu ficar quieta.
Hope percebeu que a filha não iria dizer mais nada então voltou a falar – Onde está a Alex, me mande o endereço para eu ir lá busca-la.
- Mais uma vez o tom errado – Ela finalmente conseguiu começar a se servir – A Alex está junto dos avós dela, numa hora dessas enrolando bolinhas de queijo.
- O quê? Que avós Catra?
- Os pais da Adora. A mãe dela está aqui desde ontem, ela está fazendo boa parte da comida da festa e pediu para poder passar o dia com a neta, eu deixei.
- Mas e nós?
- Se vocês tivessem me avisado antes... Na verdade nada mudaria, eles perderam praticamente quatro anos da vida da neta, nada mais justo que passem esse tempo com ela. Ninguém me ligou então imagino que os três estejam muito bem uma hora dessas – Catra se sentou em uma mesa isolada e começou a comer com um pouco de pressa, logo teria que retornar para mais uma outra reunião – Podemos marcar algo para o jantar, aí vocês passam o restante do tempo até a festa com ela. Pode ser?
- Pode né, fazer o que?!
- Ótimo, posso marcar um japonês? Estou desejando sashimi já faz um bom tempo.
- Tá certo.
- Perfeito então, me esperem em casa. Eu vou ter que desligar meu celular porque tenho mais uma reunião na parte da tarde. Eu acredito que vou conseguir chegar no horário normal. Até mais tarde, manda um beijo pra mamãe.
Catra encerrou a ligação e colocou o aparelho virado pra baixo, queria terminar de comer em paz antes de qualquer outra coisa, mas logo notou um bandeja sendo colocada a sua frente, levantou o rosto e deu de cara com sua melhor amiga.
- Eita, que cara é essa? – A platinada perguntou em um tom neutro.
- Minha mãe... Ela está surtando porque a Alex está passando o dia com os pais da Adora. Elas chegaram sem avisar e agora ela fica agindo com se eu pudesse ter adivinhado que fariam isso. E outra os pais da Adora também tem direito de passar um tempo com a Lelê, eles também são avós dela.
- Ela ficou com estranhos? Sem reclamar??
- Ela é louca pelos avós, até quis dormir com eles ontem.
Scorpia levantou as sobrancelhas surpresa – Que bom que ela está melhorando neste sentido.
- Eu te disse, ela está bem melhor depois que começou a conviver com a Adora, eu diria que está mais madura.
- Mais??
- Pra você ver.... – Catra terminou de comer e foi se levantando – Eu tenho que correr ainda, provavelmente só nos vemos amanhã.
Scorpia deu um aceno e a mais nova saiu em seguida.
Ela levou seu aparelho até o rosto enquanto ia caminhando em direção da sala de reuniões – Vamos, atende logo...
- Oi, meu amor.
Foi impossível segurar o sorriso – Oi, linda. Eu tenho uma surpresa maravilhosa pra você.
- Tem alguma coisa a ver com esse seu visual sexy?
- Não mesmo, adivinha quem chegou mais cedo na cidade e vai jantar conosco hoje?
- Ahn, eu estou torcendo tanto para que você fale que é meu irmão.
- Não, minhas mães...
- Puxa, que legal – Ela falou da forma mais sarcástica que conseguiu.
- Adora!
- Eu estou brincando. Vai ser bom meus pais conhecerem elas duas antes da festa. Só espero que sua mãe esteja querendo me matar um pouco menos do que antes.
- Que bom que você pensa assim. Eu prometi um japonês, você pode agitar as coisas pra mim? Estou na porta da sala de reuniões e vou permanecer aqui boa parte da tarde.
- Posso sim, tem alguma preferência de restaurante?
- Não, você pode escolher um que goste e me mandar o endereço. Quando eu chegar em casa ligo para os seus pais para combinar o horário.
- Certo... E Catra...
- Oi.
- Pelo amor de todas as divindades, troca de roupa.
A morena soltou uma risadinha nasal – Até mais A, te amo.
- Também.
(=^.^=)
A loira ficou olhando que nem uma boba para a proteção de tela de seu celular onde tinha uma foto das três no dia do zoológico, suspirou feliz enquanto deixava o aparelho ao lado para terminar de comer.
Quando a engenheira terminou foi voltando até sua sala, então ligou para sua mãe – Oi mãezinha, como está tudo aí?
- Tudo bem, sua filha é um amor que você nunca foi.
- Ouch! Pra que isso calabreso??
- É o quê?
- Nada não, só uma piada. Você acha que se eu mandar um endereço vocês conseguem chegar em um restaurante em Campinas?
- Randor vem aqui falar com a sua filha.
- Mamãe, mamãe... – Ela ouviu os gritinhos de Alex no fundo.
- Espera, meu bem, deixa só o vovô falar com ela uma coisa séria e vocês pode me conversar – Malena falava ao fundo.
Adora precisou morder os lábios para não começar a rir no meio do corredor.
- Filha – Seu pai finalmente atendeu – O que foi?
- Você acha que consegue ir até um endereço se eu mandar para vocês?
- Que endereço?
- De um restaurante, vamos jantar em um japonês com as mães da Catra. Fica no Cambuí.
- Ahn, manda no grupo, seu irmão vai vir hoje também.
- Tá, a Catra vai ligar pra vocês mais tarde para combinar o horário certinho, veja se o Adam não consegue vir logo de uma vez, assim eles leva vocês...
- Certo, eu vou falar com ele. Agora fala com a sua filha que ela está enlouquecida aqui.
- Mamãe... Eu me comportei.
- Foi?? Meu Deus, mas que menina mais linda. Eu já sabia que você iria agir que nem uma mocinha... Deixa eu te falar uma coisa, quando a sua vovó mandar você se aprontar você obedeça viu, nós vamos ter nossa noite de sexta em família.
- Todos nós?
- Sim, você com suas mamães, suas vovós, seu vovô, o tio Adam e a tia Teela.
- Tudo isso de gente?
- Tudo isso... Vamos comer em um lugar que tem um parquinho legal pra você brincar bastante.
- No Paice?
- Não, é bem menor, mas você vai gostar, eu prometo.
- Ta bom mamãe, tchau.
- Até mais tarde princesa.
(=^.^=)
Catra chegou em casa e respirou profundamente antes de abrir a porta da frente, as janelas estavam abertas porém não viu nenhuma de suas mães, estranhou, mas deu de ombros e subiu até o segundo andar.
Notou que a porta do quarto que as mais velhas costumavam usar quando vinham passar uns dias estava fechada, então resolveu deixar sua porta aberta, retirou as roupas e entrou no boxe para tomar um banho merecido, estava curtindo a água escorrendo por seu corpo – ‘Como eu queria o chuveiro da Adora neste momento’ – Estava pensando quando ouviu uma batida na porta do banheiro – Entra!
- Olá minha querida, que saudades – Era Mara com um sorriso enorme.
- Oi mamãe, que bom que vocês vieram antes. Estava com saudades também.
- Sua mãe não é da mesma opinião, ela acha que você está rebelde mais uma vez.
- Não é isso, eu só estou cansada de que, tanto ela quanto a Scorpia, achem que podem opinar nas minhas escolhas. Eu já sou adulta.
- O problema é que para elas você foi a vítima inocente de toda a situação entre você e a Adora quatro anos atrás. Pelo menos por sua mãe eu tenho propriedade para falar, ela acha que você é uma donzela inocente que precisa ser protegida.
Catra saiu do boxe e foi se enrolando na toalha enquanto ouvia a mais velha – Mamãe, eu não acho que seja só isso... Ela nunca gostou da Adora, desde a primeira vez.
- Ela sempre foi ciumenta com você, até comigo ela fica meio assim, acho que ela não se conforma com o fato de que eu sempre fui mais sua confidente do que ela...
- Ahn, por que será né...
- Da uma colher de chá, ela é sua mãe.
- Você não imagina como foi para mim ter que ouvir as duas me bombardeando depois do pé na bunda que eu levei. Acho que talvez tenha sido isso que me fez criar um certo ranço da Adora na época. Eu me arrependo tanto de ter privado a Alex de ter a convivência com a mãe desde sempre.
- Sua mãe é uma pessoa muito intensa, é sempre oito ou oitenta com ela... Eu conversei muito com ela nestes últimos meses, ela precisa entender que a responsabilidade sobre a Alex é sua e não dela. Nós somos as avós e é isso.
- Seria tão bom se ela entendesse.
- Vamos ter fé de que ela vai. E você e a Adora?
A mais nova estava passando creme no cabelo, foi impossível não abrir um sorriso enorme a essa pergunta – Nós estamos namorando.
- Finalmente...
- É... Nós estamos passando muito tempo juntas, poucos dias dormimos separadas. Ela disse que me ama, me deu uma cópia da chave da casa dela e já deu a entender que quer morar junto de vez.
Mara arregalou os olhos e sorriu – Ora veja só... E o que você pensa sobre isso?
- Eu quero, quero muito, mas acho que eu ainda tenho muito medo de que as coisas voltem a ser como antes.
- Catra, vocês duas erraram, pare de punir a Adora, ela sempre foi apaixonada por você. Se jogue...
- Eu vou conversar com ela depois da festa.
- Faça isso. Não fique protelando se é isso que te faz feliz. Há muito tempo eu não te via com esse sorriso no rosto... Eu vou saindo pra te dar mais privacidade, já sabe a hora que vamos jantar?
- Ainda, não... Mas eu vou me vestir e já desço
Catra sorriu enquanto ia andando até seu closet. Ela olhou em volta e suspirou, por alguns segundos imaginou as coisas da loira ali e sorriu com a imagem. Sua mãe tinha razão, já estava na hora dela se jogar de cabeça e ser feliz.
(=^.^=)
Adora só conseguiu sair de seu trabalho bem mais tarde do que o normal, eles tiveram alguns problemas com uma máquina o que demandou a atenção de muitos funcionários. Ela chegou no restaurante já passava das 20 horas. Estava morrendo de fome, o cheiro da comia chegou a dar um nó em seu estômago.
Rapidamente viu a mesa onde sua família e a de Catra estavam conversando animadamente, para seu alívio até mesmo Hope parecia estar se divertindo enquanto conversava algo com Teela.
A loira se aproximou da mesa – Boa noite – Deu um beijo no topo da cabeça da morena e sorriu para o restante acenando um tchauzinho tímido e então se sentou ao lado da namorada – Me desculpe...
- Tá tudo bem, conseguiram resolver tudo?
Adora já estava se esticando pegando várias coisinhas que estavam espalhando pela mesa e colocando em seu prato – Tudo não. A máquina realmente quebrou e não temos a peça de reposição, foi solicitado e talvez chegue amanhã. Eu fiquei até agora pra não ter que voltar amanhã.
- Tomara que você não precise mesmo ir – Mara comentou sorrindo – Você trabalha com o quê?
- Eu já disse que não vou, um outro engenheiro foi embora no horário normal e ficou de ir amanhã se a peça chegar. Ele não tem filho, então pra ele tanto faz... Na verdade é até melhor, porque a hora extra de sábado é maior – Ela enfiou um nigiri na boca e sorriu, mas logo voltou a falar – Eu trabalho em uma indústria que fabrica peças pra automóveis, aeronaves, maquinas hidráulicas... Na área de desenvolvimento e qualidade de produtos, diretamente com as peças desenvolvidas, então eu sou uma das responsáveis em deixar aquela máquina funcionando até segunda-feira.
- Mas o que aconteceu? – Randor perguntou.
- Ahn, tipo... Pensa em uma correia dentada que estourou e saiu quebrando tudo pela frente. Eu tive que desmontar uma parte da máquina pra ver o estrago.
- Caramba, então vocês tiveram sorte – Adam comentou desta vez.
- O pior é que você tem razão.
- Você é engenheiro também? – Mara perguntou para Adam.
- Não! Deus me livre. Eu tô terminado medicina na Paulista.
Mara arregalou os olhos – Sério? Eu também fiz lá. Vai querer se especializar em que?
- Eu não consigo me decidir.
- Eu também não conseguia, acabei começando a trabalhar no pronto-socorro logo que me formei. Eu detestava aquilo, mas por sorte eu atendia muitos pacientes em surto, foi aí que eu me apaixonei pela psiquiatria.
- Eu não descarto psiquiatria também.
- E tem alguma coisa que você conseguiu descartar? – Adora provocou.
- Sim, tem várias coisas que eu já descobri que não são pra mim.
- Tipo??
- Dermatologia.
Malena suspirou profundamente – Eu acho que você deveria seguir o exemplo da doutora, quem sabe em um pronto-socorro você não descobre sua paixão.
- Doutora não, me chame de Mara, por tudo que é mais sagrado.
- Eu acho que você tem mais cara de médico da família... – Catra falou – Da pra facilmente te imaginar trabalhando em um posto de saúde.
O rapaz sorriu – Não descarto também.
- Tá vendo, eu falo... – Adora provocou mais uma vez, os dois irmãos deram língua um pro outro e depois sorriram, a loira então se voltou para a sua namorada – E como foi a sua reunião??
- Qual delas?? Só de manhã eu tive três e mais uma a tarde. A pior de todas foi com certeza a de tarde, metade do pessoal dormiu sentado. Em um dos momentos em que eu literalmente acordei depois de uma pescada monstra eu vi um dos acionistas da Petrobras dormindo de boca aberta.
- Enquanto isso eu estava dentro de uma máquina, olha só que divertido o nosso dia...
- Mas sobre a reunião principal, o pessoal aparentemente gostou bastante dos resultados que nós... Ahn, expusemos.
- Dados de quê? – Teela perguntou.
Adora jogou o corpo para frente e começou a cochichar – Nem tente, são assuntos sigilosos do governo... – Ela voltou para trás fazendo um sinal de positivo com a cabeça.
A ruiva se voltou para a morena, as duas sorriram mordendo os lábios para não rir da empolgação da engenheira.
Adam então se voltou para a cunhada – Então você consegue saber quando a gasolina vai aumentar antes da gente?
- Se não for um aumento abusivo dos postos sim. Mas de qualquer forma eu pago na gasolina o preço que vocês geralmente pagam no álcool, ou até menos se bobear.
- Você conseguiria abastecer o meu carro? – Adora perguntou sorrindo.
A morena acabou dando um sorriso tímido, tomou uma golada de seu refrigerante antes de voltar a falar – Se nós morássemos juntas e o carro estivesse no seu nome sim. Eu consigo cadastrar até dois veículos no meu nome para ter acesso ao pátio da Replan, mas pra isso você teria que ter um comprovante de endereço que fosse o mesmo que o meu.
Adora olhou para a morena com os olhos arregalados, então deu um sorriso de lado – Isso é uma proposta?
Catra sorriu também ficando relativamente corada – Talvez... Mas sempre vai haver a possibilidade de você comprar um carro e colocar no nome da Alex.
- Ahn, é mesmo. Onde está a Alex?
- Não me diga que foi só agora que você notou que sua filha não estava aqui...
- É claro que não, eu só tô achando que ela está demorando demais – A loira ficou em pé e saiu andando – Já volto.
A loira voltou um tempo depois com a filha toda suada em seu colo, ela ficou se mexendo sem parar cantando balão mágico junto da mais velha. Adora girava a pequena para lá e para cá arrancando uma gargalhadinha feliz.
Teela se virou para Adora – Por Deus Adora, volta pra esse século.
A loira abriu um sorrisinho de lado e começou cantar ainda mais alto. Recebendo um olhar bravo de Malena. Adora então revirou os olhos e resolveu se sentar ainda com Alex no colo enquanto fazia ela comer alguma coisa – Eu já até imagino a resposta, mas seus pais virão para a festa?
- Os meus? – A ruiva perguntou com um tom de escárnio – Sério mesmo que você acreditava que eles viriam? A Zoar não abandona a torre dela de modo algum.
- E o mentor não sai de perto da Zoar nem com reza brava – Adam falou rindo da cara da noiva.
- Sinceramente, eu acho que nem mesmo no nosso casamento eles não pretendem vir.
- Ou então eles estão esperando que vocês casem lá – Randor falou desta vez.
- No castelo, de preferência – Teela falou em tom de brincadeira.
Catra estava com a testa franzida então a loira saiu a seu socorro – Zoar é a mãe da Teela, ela é curadora do Castelo, um museu que tem na nossa cidade
- E ela vive dando a desculpa que não pode sair de lá por causa de exposições ou reformas, isso desde sempre – A ruiva falou mais uma vez – E o Mentor é o trouxa do meu pai que perde a oportunidade de estar com o restante da família ou amigos por querer viver grudado na minha mãe.
- Mentor? – Catra perguntou.
- O nome dele não é mentor, mas como ele é professor e deu aula pra todo mundo com menos de 30 anos naquela cidade, o apelido pegou – Adora falou mais uma vez.
- Nossa, então a Teela também é da mesma cidade que vocês? Achei que tivessem se conhecido na faculdade.
- Não, não... Essa foi exatamente a época em que eu consegui me livrar da Adora na verdade.
A loira revirou os olhos – Até parece que você não me ama... Nós estudamos juntas desde o berçário.
- Espera – Catra falou com um sorriso de lado – Vocês duas estudaram juntas e ela acabou namorando o seu irmão??
- Sim, apesar de ser minha amiga ela é traíra e tem mau gosto.
- Que mau gosto o que? – Adam perguntou indignado.
- Nada de pessoal, é só que você é homem, então já sabe né? – Adora falou com um sorriso no rosto.
- Ahn tá, nesse caso eu concordo – Então ele se voltou para sua noiva e falou – Caramba amor, além de traíra você tem um mal gosto horrível.
- Adam! Adora! Nem parece que eu dei modos a vocês dois – Malena deu um bronca nos filhos arrancando risadas de todos.
Eles permaneceram no restaurante, neste clima de descontração, ainda um bom tempo, a mais nova pulou de um colo para outro até voltar para a loira onde se aconchegou enfiando a mãozinha por dentro da blusa alheia e fechando seus olhinhos.
Adora ajeitou melhor a pequena enquanto os outros estavam tendo uma discussão de quem pagaria a conta, ela resolveu dar de ombros e aguardar.
- Não seria melhor se cada um pagasse sua parte? – Catra acabou falando.
- Não insiste muito não, eu ainda não sou assalariado – Adam falou em tom de brincadeira.
- Vocês estão gastando com a festa e estão nos abrigando, nada mais junto que pagássemos a conta – Randor insistiu.
Hope então falou – Vamos dividir nós dois então, o que você acha?
- Tudo bem...
Logo depois eles foram saindo do restaurante, Adora foi até o carro da namorada e colocou a pequena na cadeirinha, mas infelizmente ela acordou e agarrou a camiseta que a mais velha estava usando quase a enforcando.
- Bebê... Você vai machucar a mamãe.
- Não mamãezinha. Eu quero dormir com você.
- Alex, suas avós vieram de São Paulo pra ficar com você – Ela se sentou ao lado da cadeirinha sendo observada por todos os outros – Você não gosta de passar um tempo com a vovó Hope e a vovó Mara??
A pequena fungava tremendo o queixo de modo manhoso, mas mesmo assim fez um sinal de positivo com a cabeça.
Adora mordeu o lábio se segurando para não apertar a menor – Então, meu amor... Amanhã vai ser a sua festa. Nós vamos nos encontrar depois do café da manhã pra arrumar o salão para seus convidados. Imagina só que legal.
Alex tinha parado de chorar, mas ainda assim não largava a camiseta da mãe – Depois do café, mamãe?
- Eu prometo... Você vai amar aquele lugar. Antes dos convidados chegarem a gente pode ir alimentar os patinhos, você topa?
- Sim – Ela então finalmente soltou a camiseta e passou a coçar os olhos.
- Boa noite, princesa – A loira finalmente saiu do carro e então se voltou para a morena – Eu se fosse você não arriscava o banho – Deu um beijo na bochecha alheia e sorriu – Boa noite para você também.
- Eu também queria que você fosse conosco.
A mais velha sorriu e deu um beijo na testa da morena – Quando todo mundo for embora nós podemos conversar melhor sobre isso. Eu realmente quero desconto para a minha gasolina – Se afastou em seguida e foi até o carro de Randor.
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Fantasma do Natal Passado
FanficNem Catra nem Adora queriam um relacionamento sério durante a faculdade, cada uma por seu próprio motivo. Mas a vontade foi maior do que a razão e as duas acabaram embarcando em um romance onde cada uma tinha intenções diferentes da outra. Com o fim...