Capítulo 8

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 A batalha continuava, e poderia ter acabado minutos atrás se não fosse a estranha e inesperada falta de eficácia de Korafane. A esse ponto Anencael já tinha certeza de suas suspeitas, mas aquele não era o momento de começar qualquer conversa sobre isso.

— Korafane...Concentração amigo. — Avisou Anencael. — Pelo menos nos últimos dois ataques do Fenrir se não fosse por eu ou pelo General e seus homens você estaria seriamente ferido.

— Eu sei... — Como explicar essa sensação de perigo...Disse o elfo para si mesmo.

   Uma coisa eu não posso negar, esse General merece toda a fama que tem, pensou Anencael observando Vincent que lutava com igualdade com Fenrir. Era surpreendente ver um General tão novo agindo com firmeza e calma em um momento como esse, sem contar com o talento de luta dele. Ele sabia muito bem como usar as duas cimitarras. Anencael e tampouco Korafane só não sabiam mais detalhes de Vincent, porque ele era de Kaelcair.

    De forma surpreendente, Fenrir agarrou uma das árvores que pegava fogo, a arrancou do solo, expondo suas raízes e jogando na direção de Vincent. Naquele momento, a raiva atingiu o ápice em Anencael. Em um piscar de olhos ele se colocou em frente ao General e sua aura verde cobriu seu corpo em forma de um grande urso. O elfo da floresta segurou o tronco com as duas mãos, protegido pela sua aura e colocou o tronco no chão calmamente por respeito aquela árvore. As escleras de Anencael estavam vermelhas, e notando isso, as lembranças da Noite da Ruptura lhe encheram. Luparia estava com olhos assim naquela noite.

Vilaran celith e saedorn. (Criatura vil e pecadora.) — A voz do elfo da floresta ficou grave, e voz dele se misturava com outros tipos de vozes. — Non yeth accetir aer crimeth kontra elera, miar tiritho iudgar. (Não posso mais aceitar seus crimes contra a terra, eu mesmo irei julgá-lo.) — Rangendo os dentes, a aura de Anencael aumentou até que fosse para sua espada. Ele a girou e tomou posição de um ataque de intenção fatal.

— Anencael, não! — Gritou Luparia que apareceu atrás de si. O elfo da floresta se surpreendeu ao notar que a mão de Luparia abaixava seu braço que segurava a espada.

— Ríon Blodau? — As escleras de Anencael voltaram ao normal. — Senhora, ele foi tomado pela Praga Terrena, e além disso, ele já feriu essa terra antes.

— Eu sei, eu sei disso. Eu sei que aos seus e meus olhos ele deveria ser punido, mas a morte é algo extremo demais para ser feito.

Os dois se encararam, segundos depois o elfo respirou fundo e a Deusa ficou frente a ele.

— O que vai fazer então, Senhora?

— Algo que você não vai gostar, mas preciso que confie em mim. — Disse Luparia seriamente.

— Como assim?

— Quando acontecer, Anencael, não faça nada. É uma ordem.

   O elfo da floresta ficou preocupado, mas se era uma ordem, o que ele poderia fazer? A aura verde se dissipou e a espada foi guardada. A Deusa olhou para Fenrir e andou até ele. Misteriosamente a Praga parou de agir, mas ainda rosnava. Anencael esperasse que de alguma forma, Luparia pudesse acalmar aquele monstro, e pelo ritmo do momento, tudo parecia indicar a isso.

    Luparia passou pelo fogo e ficou frente à Praga com um olhar sério. Agora ambos estavam muito próximos. A Deusa chegou a levantar a mão como menção de tocar o rosto da fera. Esse toque quase aconteceu, teria acontecido, se a Praga Terrena não tivesse mordido o ombro nu da Deusa.

— Senhora! — Gritou Anencael.

— Não, Anencael! — Uma mão de Luparia se levantou como um aviso do elfo ficar ali. — Não...Venha. — Disse ela com certa dificuldade e sendo empurrada para baixo pela Praga até que ela caiu de joelhos.

A Jornada de Korafane e RucaOnde histórias criam vida. Descubra agora