Capítulo 4

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Ruca pela manhã primeiro se espreguiçou antes de abrir os olhos. Bocejou assim que inclinou o corpo até que ficasse sentado e se espreguiçou de novo, até que então abriu os olhos.

— Bom dia, KoraAAAAH! — O menino tomou um susto com o estado do outro.

— Bom dia Ruca.

    O susto foi por conta das evidentes olheiras escuras abaixo dos olhos de Korafane e o estado dele, porque era evidente que o elfo estava cansado, mas ele estava sorrindo para demonstrar que tudo estava bem. O cabelo dele estava até desarrumado.

— Você tá bem? — Perguntou o menino.

— Ora que pergunta. — Claro que não, Ruca, claro que não, disse o elfo para si mesmo tirando um pão da bolsa. — Pão?

— Eh...Tá. Pode ser.

     Fez duas noites seguidas que Korafane não dormia. Primeiro que o senso de responsabilidade não o deixava dormir de verdade, segundo que agora ele estava fora de sua rotina, por mais que quisesse dormir, ele não conseguia. Pelo menos ele estava garantindo a segurança de Ruca, mas se for para confessar, hoje ele está cansado.

     Depois de comer, ambos foram lavar o rosto em um riacho, arrumaram seus cabelos e voltaram a caminhada para o objetivo : Cidade de Maire. Pelos cálculos de Korafane, por já estarem em Verdoria, pelo almoço chegariam na cidade.

— Kora, não acha que é melhor usar um manto com capuz para esconder as orelhas e cabelo?

— Acho que não. Eu totalmente entendo as criaturas mágicas ou híbridos que se escondem por detrás de panos, só que além de criatura mágica, eu sou um Mensageiro. Tive uma época muito boa antes da Noite da Ruptura, e agora sou perseguido e não quero fugir, entende? Mensageiros não devem fugir apesar de tudo.

— É mas aí você arranja problemas pra mim. — Falou Ruca com cara de tacho, e de forma automática, Korafane fez a mesma cara.

— É o preço de andar com um Mensageiro, garoto. É que você tem hoje.

     A cada passo eles se aproximavam mais de Maire, e o lindo lago cristalino podia ser visto, assim como mais pessoas e movimentação. A partir dali Korafane tentava ignorar a maior parte dos olhares sobre si. Maire era uma cidade charmosa e rústica, e todas as casas estavam decoradas com todos os tamanhos de vasos e tipos de flores.

— Tem uma taverna, vamos comer ali. Finalmente vamos comer uma boa comida, parece que faz tanto tempo! — Só isso já deu uma tremenda felicidade em Korafane.

    Bem, o ambiente não era o melhor para uma criança. Adultos estavam dançando, bebendo, fumando, cantando e conversando. Diferente do estábulo, ninguém notou a chegada deles. Talvez seja melhor assim, pensou o elfo procurando um bom local para sentar. Estava bem cheio dessa vez, e havia soldados com o símbolo da região de Kaelcair. Korafane notou que entre os soldados estava o mais chamativo de aparência. Ele parecia ser mais retraído na festança, mas estava se divertindo e bebendo. Era um rapaz jovem de cabelos castanhos curtos e volumosos. Os olhos, também das cores castanhos, eram afiados como a de um gavião. O olhar de Korafane e do General — sim, Korafane escutou que era um General. General Vincent. — se encontraram, mas não por muito tempo, mas naqueles poucos segundos o elfo não se sentiu julgado.

     Toda a atenção do elfo mudou para o homem evidentemente bêbado, que se aproximou da mesa.

— Ei, elfo! — O homem tinha as pálpebras pesadas sobre os olhos. — Como assim um elfo por aqui? Escuta aqui — O homem arrotou, isso fez com que Korafane e Ruca fizessem uma cara de nojo. — o lugar dos elfos é na floresta, não aqui, vai, vai, vai embora.

A Jornada de Korafane e RucaOnde histórias criam vida. Descubra agora