Capítulo 18

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A cesta de peras foi colocada sobre a mesa. Ruca fez uma cara de quem julgou e muito aquelas frutas. Se Sulhaul era um Deus, onde que estava a fartura? Um banquete divino à luz de velas e com música?

— Só isso? — Ruca não resistiu em fazer a pergunta, causando uma reação de "você não disse isso" de Korafane e Gaia.

— Basta ficar com fome, garoto. — Respondeu Sulhaul pesadamente.

— Não, não, não, desculpa! — Imediatamente o menor pegou uma das frutas e comeu um pedaço. — Hm...Estão boas e suculentas.

— É que são de um amigo meu, elas são realmente boas. — Disse Gaia.

— Gaia, eu não quero enrolar nessa pergunta, mas desde quando você conhece o meu Mestre? — Perguntou Korafane fazendo uma careta.

— Faz bastante tempo. — Respondeu Gaia observando Sulhaul sentar-se na cadeira que ficava na ponta da mesa. — Lembra daquele dia que eu te trouxe o Ruca e voltei? Sulhaul me ajudou na batalha.

Pelos Deuses, ela chama meu Mestre pelo nome! Que nível de intimidade é esse que nem eu ouso ter?!! Perguntou Korafane para si mesmo.

— Bem...Isso explica muita nessa coisa que você falava de que tinha alguém te ajudando, mas eu não esperava que fosse meu Mestre.

— Eu melhorei os talentos de Gaia para caça, e sim, ajudei ela. — Confirmou o Deus do Sol, e depois ele respirou fundo. — Foi momentos de muitas surpresas de uma vez só lá na entrada do templo. Korafane, explique a situação, a começar pelo garoto.

— Gaia trouxe Ruca para mim, Mestre, ele estava envenenado.

— Foi justamente daquele dia, Sulhaul, aquela Praga com espinhos venenosos. — Acrescentou Gaia.

— Lembro-me bem, continue.

— Eu não teria conseguido salvar Ruca se não fosse por uma prece à Deusa Luparia, só assim ele pode ser salvo.

— Luparia está desaparecida.

— Ah, não mais, Mestre! Ela está de volta na Floresta dos Espíritos junto com Anencael. — Disse Korafane com um sorriso.

   O Dragão desviou o olhar por alguns segundos. Ele estava até longe de seus companheiros Deuses. Infelizmente a morte distanciou Sulhaul e Coroain para sempre, Luparia também se isolou e por más relações, Sulhaul nunca mais falou com Hildegarda.

— Ela voltou e fez uma descoberta interessante, as Pragas Terrenas provém dos sentimentos negativos dos Deuses, ela chegou a consumir uma Praga Terrena graças à uma ferida dela. Isso faz sentido para você, Mestre? — Perguntou Korafane com sinceridade.

O Deus do Sol cruzou os braços e fechou os olhos por alguns segundos para se concentrar em suas diversas memórias e conhecimento.

— Acredito que sim. Ouvi dizer sobre algumas magias que conseguem materializar algo negativo. Antes da Noite da Ruptura não tinha Pragas, elas nasceram dali porque tudo que vimos naquela noite foram perdas. Aquele maldito mago elitista merecia toda a fama que tinha, e sequer vimos o rosto dele. Aliás, Luparia é realmente surpreendente, ela ter sido a primeira a descobrir isso mostra que ela é uma Deusa além da beleza e gentileza. Agora, porque você foi ver Luparia?

— Bem, como ela salvou Ruca, pensei que ela poderia nos ajudar com o símbolo bruxo que ele tem no ombro. Infelizmente ela não pode ajudar, então nos foi recomendado ir para Brianesra e ter uma audiência com Hildegarda. — Sulhaul levantou uma das sobrancelhas, essa expressão Korafane esperava, afinal o Deus do Sol culpa Hildegarda pela tragédia da Noite da Ruptura. — O resultado disso foi descobrir que desde o sacrifício da face Anciã, quem esteve como matriarca de Brianesra é Lioriel, pois Elarith se trancou nas catacumbas com gelo. Virothar diz que só o poder do Senhor pode derreter aquele gelo.

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⏰ Última atualização: Oct 15 ⏰

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