Capítulo 15

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Um dia depois de viagem, e dessa vez com cavalo providenciado por Evangeline, Korafane e Ruca já estavam longe de Brianesra, porém ainda muito mais longe de Aqualor. Era de noite e Korafane achou um cantinho para que pudessem passar a noite. O céu noturno estava decorado com diversas estrelas e até mesmo nebulosas de cores variadas. Olhar pro céu sempre lhe dava uma sensação de primeiro lar para Korafane.

   Ruca por outro lado, não estava admirando o céu, ele tentava e tentava dormir, mas havia um certo incômodo naquele silêncio. Ele se virava para muitos lados, até que então, desistiu de dormir.

— Korafane. — A criança chamou pelo elfo.

— Sim? — O ruivo não tirou os olhos do céu.

— No que você está pensando?

— Em como estávamos perto lá no início. Eu já estava em Aqualor. Se eu soubesse antes que seria necessário o poder do Senhor Sulhaul saberíamos mais sobre a marca. Me sinto enganado pelo destino.

— Elfos acreditam em destino?

— Claro que sim, Ruca. — O ruivo olhou para Ruca. — Hildegarda sabe de tanta coisa, ou melhor dizendo, a mãe sabe. A anciã também sabia de tanta coisa. Eu apenas sinto que sua chegada na minha vida não foi mero acaso.

— Até parece! — Desdenhou a criança.

— Se está dizendo isso para se distrair do seu medo da marca, eu entendo, mas eu acho que a gente estava destinado sim. Ruca, fazia anos que a Luparia não aparecia, e aí, fomos para Brianesra e descobrimos a situação de Hildegarda, e agora...Tudo isso me leva ao meu Mestre. — Korafane suspirou. — Faz quase duzentos anos que não falo com o Senhor Sulhaul e confesso que tenho medo de fazer isso depois desse tempo todo. Pior, se não fosse pela sua necessidade, eu iria falar com meu Mestre. Acredito que ele não queira me ouvir.

— Quanto mais você fala desse seu Mestre, mais eu desgosto dele. Parece que não há uma coisa boa nele.

— É verdade. — O ruivo finalmente sorriu. — As coisas que eu estou falando também não ajudam, né? Mas o Mestre Sulhaul preza pelas coisas certas, talvez ele devesse aprender que tudo ao custo do certo...Nem sempre é tão certo.

— Como assim? Ser certo não é o mesmo que fazer o bem?

   O elfo do fogo fez uma careta.

— Antes fosse assim sempre, Ruca, mas o bem e o mal não funcionam de maneiras simples. O custo de manter as coisas sempre corretas, sem ser flexível, pode causar danos piores do que o mero ato da maldade. Vamos encerrar a conversa por aqui, sim? Precisamos acordar cedo amanhã e aproveitar bem o tempo para chegarmos em Aqualor o mais rápido possível.

A Jornada de Korafane e RucaOnde histórias criam vida. Descubra agora