ᴅɪɴá ᴊᴏɴᴇꜱ
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Guardo meu celular no bolso, e olho pro lado, vejo o cachorro sarnento me olhando, ele está sentado em um banco, junto de outro garoto que estava de óculos de grau.
Ele tem o cabelo castanho, sua pele é clara, e seu braço cheio de tatuagens, ele está usando uma calça jeans preta e um moletom azul, nos pés um tênis branco.
Reviro os olhos e saio andando, ponho meu celular no bolso da calça e continuo andando, mas paro, ao ver Benjamin sentado em um banco, com um livro em suas mãos, parece ser uma história em quadrinhos.
Me aproximo calmamente e me sento ao seu lado, ele parece estar tão concentrado, que não percebe a minha aproximação.
Eu travo, e me afasto um pouco dele, eu olho para frente e os pensamentos começam a invadir minha cabeça, será que eu vou estar incomodando? Provavelmente sim, ele deve estar muito ocupado lendo, talvez eu não devesse o interromper.
Sinto minha respiração acelerar, mas sou tirada dos meus pensamentos ao perceber uma mão balançando em minha frente, olho para o lado e vejo Benjamin, me olhando com as sobrancelhas franzidas.
- Eu posso ajudar? - ele pergunta me olhando confuso, eu dou um pequeno sorriso tentando ser simpática, eu queria que fosse um sorriso verdadeiro
- O café ainda está de pé? - eu pergunto e vejo um sorriso aparecer em seus lábios
Caminhamos juntos, em silêncio, até a cantina aonde pegamos nossos cafés, e Benjamin fez questão de pagar, nos sentamos um de frente para o outro em uma mesa pequena e redonda do refeitório.
O silêncio entres nós permanece, Benjamin respira fundo, ele abre a boca pra falar alguma coisa, mas eu falo primeiro.
- Eu te tratei mal, sem motivos, me desculpe - eu falo e tomo um pouco do meu café
Benjamin me olha surpreso, por um tempo, mas logo concorda com a cabeça e da um sorriso acolhedor.
- Tudo bem, e você nem foi tão má assim, - ele fala e da uma risadinha eu dou um sorriso quase inexistente enquanto o olhava - Algum motivo em especial que te fez finalmente aceitar o meu café? - ele pergunta e eu dou de ombros
Eu penso em uma resposta para ele, na verdade, eu penso em uma resposta para mim mesma, por que eu decidi me aproximar dele do nada? Eu não queria ficar perto dele até algumas horas atrás.
Mesmo não suportando a ideia de alguém se aproximando muito de mim, eu não suporto ainda mais a ideia de estar rodeada de pessoas desconhecidas.
- Eu acho que, eu só não queria ficar sozinha - eu falo e ele concorda com a cabeça
- Bom, você poderia ter ido me procurar antes - ele fala e da um sorriso acolhedor me fazendo o olhar confusa
Eu sinto que a qualquer momento ele vai parar de ser legal comigo, e vai ir embora me deixando sozinha, mas eu já estou acostumada com a solidão, ninguém nunca fica mesmo.
- Olha só - Benjamin fala e eu o olho confusa - Nós podemos ser amigos, assim nem você e nem eu ficamos sozinhos - ele fala me olhando e eu fico um pouco apreensiva
- Eu não sei - eu falo e olho para o lado, fazer amigos nunca foi um ponto forte em mim, muitos deles se afastavam quando iam a primeira vez na minha casa, ou quando eu mostrava um pouquinho de quem eu realmente era, eles se afastavam também, com a história de que eu era esquisita
A única amiga que eu tive por alguns meses, bom, meu pai fez coisas terríveis com ela, e por causa disso ela se mudou de país, e quando eu descobri que meu pai havia abusado dela, eu já não tinha muito o que fazer, porque ela já tinha ido embora.
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𝙀𝙣𝙙𝙜𝙖𝙢𝙚
RomanceESSE É O PRIMEIRO LIVRO DE UMA TRILOGIA PRIMEIRO LIVRO: Endgame Diná Jones sempre garregou o peso de ser a filha única, de uma família tradicional com pais rigorosos, que vivem de aparências. Seu pai é um delegado muito reconhecido no Texas, por s...