ᴅᴏᴍɪɴɪᴄ ᴅ'ᴀɴɢᴇʟᴏ
______________________Eu fui uma criança que teve que crescer rápido demais, minha mãe sempre fez de tudo para me fazer ser criança, mas meu pai me educou desde cedo para que eu assume-se seu lugar algum dia.
Eloá sempre me levava aos parques, me colocava para ver desenhos e cantar músicas de crianças, enquanto meu pai me levava para negociações, para executar punições à traidores e como aprender a atirar e a se defender.
Logo eu tive que escolher em qual lado permanecer, e então eu escolhi o lado do meu pai, uma hora ou outra eu teria que escolher o lado dele, então, quanto antes eu me acostumar com aquela merda toda, melhor, e isso fez a minha mãe quebrar.
Ela via meu pai me levar para reuniões do conselho, para aprender a lutar, atirar, a executa e administrar os negócios, no começo eu me lembro de ela sempre tentar impedir, e as vezes implorar ao meu pai que não fizesse aquilo, mas com o tempo, ela parece ter cansado de tentar.
Ela já estava quebrada, meu pai dizia a todos que ela estava louca, e isso a fez ficar pior, minha mãe sempre disse que meu pai amava uma mulher, não ela, uma outra mulher, e tudo isso fez com que a relação entre minha mãe e meu pai acabasse completamente, bom, eu não a culpo por nada, mas prefiro me manter distante dela.
Da mesma forma que eu não culpo o meu pai, tanto ele quanto a minha mãe eram novos demais quando se casaram, e uma relação forçada pelos os pais de ambos só piorou a situação, meu pai era um homem traumatizado, e minha mãe era uma mulher com depressão, é claro que eles não iriam saber criar uma criança.
Eu desço as escadas da minha casa com Apollo ao meu lado, vou em direção da sala e vejo Eloá sentada no sofá lendo um livro, quando ela percebe minha presença ela me olha, eu faço um carinho no meu cachorro e me abaixo perto dele.
- Volte para o quarto amigão - eu digo e rapidamente o meu cachorro volta correndo para o quarto
- Vai sair filho? - Eloá pergunta docemente
- Vou, não sei que horas volto - eu digo e a vejo concordar com a cabeça
- Tenha cuidado - ela fala me olhando, eu concordo com a cabeça e caminho até a porta - Você me culpa? - ela pergunta me fazendo parar no lugar
- Do que está falando? - eu pergunto confuso
- Você me culpa, por eu não ter lutado por você? - ela fala e eu respiro fundo
Um abraço? É o que eu não recebo a muito tempo, será que é o que minha mãe também precisa? Eu me viro para ela e encontro seus olhos azuis me encarando.
Não deveria existir esse abismo entre uma mãe e um filho, eu começo a caminhar em sua direção, mas logo paro, eu seria fraco se demonstrasse o quanto eu a amo? Porra ela é a minha mãe.
Eu não tenho o que dizer, mas gestos as vezes dizem mais que mil palavras, eu engulo meu orgulho e caminho até ela, eu paro em sua frente e a olho.
- Os monstros iriam vir me pegar de qualquer forma - eu digo seriamente e vejo seus olhos se encherem de lágrimas
- Eu me arrependo, de ter deixado eles te levarem facilmente - ela fala e as lágrimas escorrem por suas bochechas ela põe sua mão em meu rosto - Eu sou uma péssima mãe - ela diz em meio a lágrimas
- A culpa não foi sua - eu digo o que eu e ela sabemos que é verdade
Eu não espero uma resposta, eu saio andando e saio de casa, eu amo muito minha mãe, eu tenho uma devoção pela Eloá D'angelo, mas as vezes eu posso odiar ela, mesmo não a culpando de nada.
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𝙀𝙣𝙙𝙜𝙖𝙢𝙚
RomanceESSE É O PRIMEIRO LIVRO DE UMA TRILOGIA PRIMEIRO LIVRO: Endgame Diná Jones sempre garregou o peso de ser a filha única, de uma família tradicional com pais rigorosos, que vivem de aparências. Seu pai é um delegado muito reconhecido no Texas, por s...