Capítulo X.

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⠀Regina Mills

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Regina Mills.

Faz cerca de uma semana e meia desde que eu me atirei para cima da senhorita Swan no meio da noite no quarto do meu filho mais novo, e faz exatamente uma semana e meia que eu não consigo dormir bem. Mas, que inferno! Isso tem implicado diretamente na minha rotina, no meu trabalho, em tudo. Estou com pendências a concluir com meus clientes, tantos e tantos formulários e documentos para ler com toda a atenção que me falta. Toda a atenção que tem sido massivamente roubada pela loira de olhos azuis que perambula pela casa geralmente de regata como se seus nervos parassimpáticos receptores de temperatura ambiente fossem inexistentes.

Seria mentira se eu dissesse que consegui tomar uma atitude justa nesse meio tempo, não posso sequer chamar de atitude madura. Afinal, o quão certo é brincar com os sentimentos de uma jovem que, já não bastasse ser tão nova, é minha funcionaria?

Existem coisas em mim, coisas que me impedem de sair deste maldito limbo de indecisão. Há duas partes em meu corpo em um conflito intenso aqui dentro, implicando diretamente o meu córtex frontal porque de todas as decisões existentes, eu tomei a pior delas. Não sei quando foi a última vez que troquei mais de duas palavras com Emma que não fosse sobre os meninos. Evitá-la foi a única forma que eu encontrei para não trair a mim mesma, porque eu definitivamente não confio no meu autocontrole para estar perto dela e não me entregar completamente.

Sim, eu sei que é um pouco idiota da minha parte, mas o que eu posso fazer? A alguns meses atrás eu estava prestes a me casar e agora aqui estou eu, na mesa do meu escritório, rabiscando uma anotação que deveria ser importante mas já não é mais porque é impossível me concentrar ouvindo Henry e Emma brincando na sala ao lado. Eu gostaria de poder colocá-la no mute, ou de deixá-la invisível talvez?

—  Regina?  —  Ouvi alguém me chamar e percebi que não era a primeira vez.

—  Zel, oi. Estava distraída, perdão. 

—  Não se esquece que a Mary vem hoje para o reforço do Henry.  —  Sim, eu tinha me esquecido disso. Atrasar tantos prazos no trabalho fez com que eu não tivesse mais tempo para ajudar o garoto com o dever de casa.  —  Seja simpática, por favor. Não existem muitas pessoas inteligentes nessa cidade para o cargo.

—  Sim, claro. Você tem razão.  —  Confirmo com a cabeça. Ser simpática? Pff. Eu posso fazer isso. 

—  Você está bem?

—  Estou ótima.

—  Estou a mais tempo na terra do que você. Sei quando está mentindo.

—  Você é só cinco anos mais velha que eu, senhora idosa sábia.  —  Logo percebo que usei um termo redundante, Emma costumava fazer isso sempre. . .

—  Vai me contar ou espera que eu tire essa informação de você com tortura medieval?

Oh, sim. Talvez eu prefira a tortura mesmo. É mais torturante falar sobre os meus sentimentos.

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