Capítulo 5

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Chego no quarto e vou direto para o banho. Enquanto a água quente cai sobre minhas costas, começo a imaginar como seria se trabalhasse para Yoongi e se seria capaz de manter o profissionalismo diante da pessoa que tanto sonho em conhecer.

Saindo do banho, encontro Beatriz ouvindo sua playlist do BTS enquanto faz algumas anotações em um caderno.

- O que você está anotando? – pergunto.

- Tô anotando o nome de alguns lugares que passei olhando apartamentos ou casas para a gente alugar – ela responde.

- Boa ideia. Não podemos ficar nesse hotel por muito tempo. Apesar de já termos nos estabelecido em nossos trabalhos e o salário ser mais do que imaginávamos, a diária desse lugar é cara, mesmo dividindo entre nós duas – penso no valor que pagamos pelo quarto até hoje.

- Tem razão. Que tal começarmos a olhar juntas alguns lugares nesse final de semana ou assim que sairmos do trabalho? – ela pergunta.

- Acho uma ótima ideia – respondo.

- E se chamarmos a Na-yeon para nos ajudar? Afinal de contas, ela é local e poderia nos dizer onde seria uma boa opção. Além disso, serviria para nos aproximarmos mais dela. Ter uma amiga que conhece Seul não seria nada mal, não é? – ela propõe.

- Hmmm, não sei se ela vai topar. Afinal de contas, ela deve ser muito ocupada sendo staff, mas vou mandar uma mensagem perguntando. Quem sabe dá certo – pego meu celular para enviar a mensagem.

- Tomara que dê! Quero muito saber mais sobre os meninos, mas não posso chegar perguntando esse tipo de coisa para uma pessoa que não conhecemos direito ainda. A Na-yeon parece legal, mas, conhecendo o histórico dos coreanos, isso não seria bem visto, já que eles são bem reservados com quem não tem muita relação – Beatriz faz uma observação.

- Isso é verdade – afirmo, já mandando a mensagem para Na-yeon.

Na-yeon responde à mensagem que mandei, perguntando se ela topava ajudar na procura, e diz que sim, mas terá que ser no final de semana, pois é quando ela está de folga.

- Ela respondeu! Disse que pode ajudar a gente no final de semana – aviso Beatriz.

- Perfeito! Que comece a caça ao apartamento! – Bia faz uma cara de quem está prestes a começar uma batalha.

Começo a rir de Beatriz e depois a chamo para jantar. Enquanto comemos, coloco na TV Run BTS para assistirmos. Damos muitas risadas, pois é impossível assistir sem rir das presepadas que eles fazem durante o programa.

- Você não devia ter colocado justo Run para a gente assistir enquanto come! É impossível comer sem querer rir! – Bia fala, quase engasgando de tanto rir.

- Tem razão, tinha me esquecido o quanto é engraçado ver eles nesse programa – continuo rindo até minha barriga querer doer.

Depois do jantar, continuamos assistindo, mas logo começo a ficar com os pensamentos longe e não ouço Beatriz me chamando.

- Liz? Liz? TERRA CHAMANDO LIZ! – ela faz gestos na minha frente para tentar chamar minha atenção.

Volto dos meus devaneios e respondo:

- Oi, tava falando comigo? Me perdi em pensamentos aqui – dou um sorriso fraco.

- Eu tava praticamente berrando no seu ouvido e você nem me deu bola. Pra onde foram seus pensamentos dessa vez? Porque, pelo visto, estavam bem longe...

- Tem razão, estavam longe mesmo. Fiquei aqui imaginando como seria se eu trabalhasse com os meninos assim como a Na-yeon faz. Será que ia conseguir segurar a vontade de só ficar olhando para eles enquanto sei lá... só existem? Por vídeos já fico horas só olhando para eles e morrendo de vontade de tocar, abraçar e conversar. Não sei o que faria se tivesse a oportunidade de estar realmente perto de um deles ou de todos eles. E você?

- Pra ser bem sincera, eu não ia me responsabilizar pelo que faria. Aqueles homens sabem como mexer com a gente só existindo. Se eu tivesse a oportunidade, iria aproveitar ao máximo, com certeza! Mas, sem dúvidas, entraria em colapso assim que visse eles de perto – ela começa a rir.

- Aiai, só você mesmo, Bia! Eu não duvido nada que você faria esse tipo de coisa – rio dela.

- Tá rindo por quê? Vai me dizer que não faria o mesmo? Corta essa, Liz! Você quase caiu da cadeira só de a Na-yeon falar que era staff do Suga e ficou lá com a cabeça longe depois dela dizer que eles são atendidos pelo pessoal da sua clínica. Você seria a primeira a entrar em parafuso se visse eles de perto! – me olha com cara de julgamento.

- Credo, calma! Eu só tava brincando, eu hein. Mas você tem razão, fiquei com um fio de esperança de um dia encontrar com eles, mesmo que seja beeeem pequena essa chance – minha voz soa um pouco triste no final.

- É como a Na-yeon disse, vai que você não tem essa chance, hein? Você é boa no que faz, Liz. É impossível eles não reconhecerem o seu trabalho. Eu tenho certeza de que nós ainda vamos conhecer eles pessoalmente e nada me tira isso da cabeça! – diz tentando me animar.

- Só você mesma para me animar, Bia. Mas chega de papo, vamos dormir que amanhã é cedo de novo.

E dormimos profundamente.

Amygdala Onde histórias criam vida. Descubra agora