Capítulo 16

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Quando chego em casa, corro para tomar um banho e visto algo confortável enquanto espero por Liz. Fico no sofá mexendo no celular até ouvir a campainha tocar. Me levanto e vou até a porta para atendê-la.

- Olá, queria me ver, senhor Min? - ela abre um pequeno sorriso.

Devolvo o sorriso na mesma medida e digo:

- Olá, senhorita Liz. Que bom que pôde vir. Entre, quero te mostrar uma coisa.

Assim que ela entra, sinto seu perfume doce com um toque de baunilha e penso no que eu não daria para sentir esse cheiro em sua pele, bem de perto...

Paro com os devaneios e a direciono até o piano preto de cauda disposto na sala. Peço para que se sente no banquinho e pergunto:

- Posso me sentar ao seu lado? Quero te mostrar uma coisa aqui.

Ela me olha por um instante, pensando no que dizer, e então responde com um aceno de cabeça indicando que sim. Me sento e começo a tocar a melodia que criei ontem de madrugada. Enquanto toco, me desligo do mundo. Que saudade eu estava dessa sensação... Há tempos não sentia essa conexão com a música como estou sentindo agora, e aproveito cada segundo até que a melodia chegue ao fim.

Assim que tiro as mãos do piano e olho para seu rosto, vejo que está deslumbrada com o que acabou de escutar.

- Que melodia linda, senhor Min. Obrigada por me mostrar. Vejo que seu bloqueio acabou, fico feliz por ter te ajudado com isso - ela diz, abrindo um sorriso sincero.

- Eu que devo agradecer. Se não fosse por você, não teria conseguido. Nem acredito que só levou três dias para acabar com um problema que venho enfrentando há quase um mês. Muito obrigado, de verdade - falo com toda a sinceridade que consigo.

Ela adota uma postura de quem sabe o que está fazendo e começa a falar:

- Bom, teriam sido dois dias se você não tivesse me interrompido na primeira sessão... - ela para por um momento e começa a rir. - Estou brincando, já superei isso. Estamos bem, fique tranquilo, senhor Min.

Nunca tinha escutado o som de sua risada antes, e agora que escutei uma vez, quero ouvir de novo. Meu Deus, o que estou dizendo? Tenho que me recompor logo! Mas, ao invés disso, minha boca começa a dizer:

- Acho que já podemos nos chamar pelo primeiro nome, não? Você já me conhece melhor que metade dos meus amigos - dou uma risada também.

- Se o senhor prefere...

- Eu prefiro, sim, Liz.

Ela parece absorver o som do próprio nome em minha voz e, pelo que percebo, seu corpo também. Sua postura muda depois do que eu disse, e suas bochechas começam a ganhar um tom de vermelho claro. Ela se levanta, tentando disfarçar o rubor, assim como fez ontem, mas hoje eu não vou deixá-la ir embora sem ter a confirmação de uma coisa. Antes que eu possa dizer qualquer coisa, ela começa:

- Certo, Yoongi. Acho que com isso concluímos nossas sessões, a não ser que queira continuar com as consultas semanais. Posso te encaixar na minha agenda a partir da semana que vem.

Assim que ela se levanta, seu cheiro passa por meu nariz mais uma vez, e meu autocontrole já está indo pelos ares.

Eu a fito por um instante e pergunto:

- Então nossas sessões acabaram?

Ela me olha, tentando entender o que quero dizer com isso, mas responde mesmo assim:

- Creio que sim. Meu trabalho foi concluído aqui. A não ser que precise de mais alguma coisa... Ainda precisa de mim, Yoongi?

Depois de ouvi-la dizer meu nome assim e me fazer essa pergunta, eu não consigo mais me controlar. Ligo o foda-se para tudo e me levanto, diminuindo a distância entre nós a cada passo. Paro bem na sua frente e, antes de qualquer coisa, observo sua reação ao meu avanço. Vejo que seu coração acelerou, assim como o meu, e que seus lábios já estão entreabertos, parecendo esperar por algo. Não serei o motivo de sua frustração. Começo a me aproximar mais ainda de seu rosto e falo com a voz já carregada de desejo:

- Eu preciso de você, Liz.

Mal termino de dizer seu nome e começo a beijá-la.

Início o beijo devagar, querendo ter certeza de que ela realmente quer o mesmo que eu. Minha resposta vem logo em seguida, quando ela coloca as mãos em meus cabelos. Então, aprofundo nosso beijo. O gosto de seus lábios é doce e combina com seu gloss. Vou diminuindo a distância entre nós e colo seu corpo no meu. Ela dá um suspiro baixo de satisfação, e essa é minha deixa para continuar. Nossas línguas se entrelaçam, e sinto a urgência dela, tão intensa quanto a minha. Durante o frenesi do beijo, ela dá uma mordida de leve em meu lábio inferior, e sinto um calor subir rápido demais. Me amaldiçoo por ter que parar para respirar um pouco. Quando me afasto, ela me olha com os olhos ainda cheios de desejo.

- Por que você parou? - pergunta, arfando e com a respiração acelerada.

Não acredito nessa mulher. Está ofegante, e mesmo assim queria continuar o beijo. Não a julgo, pois também não queria parar de forma alguma, mas preciso de fôlego para seguir.

- Acredite, eu não queria fazer isso de jeito nenhum, mas preciso saber de uma coisa.

Minha voz sai rouca, e minha respiração também está acelerada. O desejo por ela só cresce a cada segundo longe de sua boca, e fico com medo da próxima pergunta que faço:

- Você tem certeza de que quer continuar? Porque, se continuarmos, daqui para frente tudo vai mudar. Não seremos mais apenas médica e paciente.

Fico ansioso por sua resposta, mas não poderia continuar sem saber. Me amaldiçoaria ainda mais se fizesse algo que ela não quisesse.

Liz parece pensar por um momento, mas logo vem em minha direção novamente, colocando as mãos em meu rosto e dizendo:

- Você não sabe como eu quero isso, Yoongi.

Ela cola seus lábios nos meus de novo.

Agora que tenho sua confirmação, não me detenho. A pego no colo e a levo até o sofá. Deito-a ali, ficando por cima de seu corpo. Controlo meu peso para não machucá-la e continuo aprofundando nosso beijo. Ela me dá outra mordidinha no lábio inferior, e um som de pura satisfação escapa do fundo da minha garganta. Ela escuta e sorri no meio do beijo. Em retribuição, começo a beijar a pele macia de seu pescoço, e ela solta um gemido de prazer.

Ouvir esse som faz aquele calor subir de novo. Sinto minha calça começar a ficar mais apertada. Tento me controlar, mas é impossível com essa mulher logo abaixo de mim. Chego mais perto de seu corpo, e ela sente o volume, se assustando no início. Porém, logo vejo sua expressão mudar para puro tesão, e perco de vez o pouco autocontrole que ainda me restava.

- Você quer isso, Liz? - sussurro em seu ouvido, minha voz grossa e carregada de desejo.

Vejo seu corpo inteiro se arrepiar depois disso. Sua resposta vem em uma única frase:

- Sim, eu quero.

Sua voz sai urgente, cheia de tesão também.

- Ah, querida... Você não sabe onde acabou de se meter - dou um sorriso safado.

- Então me mostre do que é capaz - ela retribui com o mesmo sorriso.

A pego no colo novamente e sigo em direção ao meu quarto. Pensei em levá-la a um quarto de hóspedes, como sempre faço, mas quero comer essa mulher no meu lugar sagrado. Sinto que, com ela, vai ser diferente.

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