capítulo 11

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~Cecília~

Sentindo algo confortável embaixo de mim, abri os olhos e percebi que estava em um lugar totalmente escuro. Pisando no chão, senti com os pés que estava andando sobre uma grama. Caminhando, o céu e a grama ficaram brancos, e havia várias rosas vermelhas e rosa espalhadas por aquele vasto campo. Aquele lugar me dava uma sensação estranha enquanto andava sobre a grama branca, até que me deparei com um espelho grande no meio do nada. Me aproximei e, olhando para meu reflexo, percebi que aquele corpo era o meu. Tocando o espelho no local da minha bochecha, disse para mim mesma:

Cecília: - Será que eu morri novamente? Mas eu não vivi o suficiente, que vida injusta!

De tanto me admirar, não estava prestando atenção ao meu redor. Ouvi uma voz suave e atraente, que parecia música para meus ouvidos. Olhei ao redor, curiosa para saber quem era, e a voz, vindo de trás de mim, disse:

Desconhecida: - Ahm, seria perfeito para mim se isso tivesse mesmo acontecido, sua intrusa petulante!

Fiquei espantada ao perceber quem era a pessoa atrás de mim. Vendo-a dos pés à cabeça, notei que ela estava usando um vestido rosa vitoriano com um babado branco, descalça e sem maquiagem. Ela estava em pé diante de mim com sua postura elegante, mesmo com os braços cruzados e fazendo biquinho, mostrando uma expressão intensa de raiva fervente com um olhar mortal ao me encarar fixamente.

No início, não notei, por estar admirando seu cabelo preso em um rabo de cavalo. Emily Timberg, a verdadeira vilã deste jogo estúpido, estava diante de mim, indignada com o fato de eu estar controlando o corpo dela. Sério, pode me julgar por reclamar da minha segunda chance, mas desde que tomei o corpo dela por acidente, só recebi insultos, xingamentos, humilhações e tudo de horrível que poderia imaginar. Emily era horrível com as pessoas, e estando no lugar dela, a culpa caiu sobre mim, com os empregados sempre com medo do que ela fazia com eles antes de eu possuí-la.

Encarando o rosto dela com uma expressão de pensamento, parei para raciocinar. Ainda não conseguia lembrar de alguém que iria querer ver a Emily morta ao ponto de contratar aquela quantidade de assassinos com armas estranhas e venenos. Isso era para acontecer com a Ayla, tem uma rota em que isso acontece, mas ela não sobrevive. Desde que estava evitando ela ao máximo para não acabar tomando o lugar de um Boss e ganhar uma derrota na cara junto com uma pequena humilhação.

Totalmente perdida, comecei a andar em círculo, pensando mais a fundo. O casamento da Emily com o duque não existe no jogo, já que a família dela entra em falência logo no começo e some pelo resto da história, aparecendo apenas em raras ocasiões. Acho que isso é culpa minha, mesmo sem intenção, tornando a Emily mais importante do que ela era.

Sentindo que precisava de mais tempo para fugir daquele lugar, ou melhor, deste mundo, e retornar para minha antiga vida sem morrer de novo até achar uma maneira de voltar para meu corpo, distraída com meus pensamentos, não estava ouvindo metade das coisas que a Emily dizia. Ela ficou ainda mais enfurecida pelo fato de eu estar ignorando sua existência.

Virando-me de costas para ela, passei pelo espelho e segui em uma única direção até o infinito caminho de rosas. Uma luz forte bateu contra meu rosto, e ergui a mão para não ficar cega com o clarão. A luz diminuiu, e percebi que estava deitada com a mão em direção ao teto de uma mansão luxuosa. Sentando na cama enorme, coloquei meus pés descalços no piso de madeira escura, que parecia resina, mas não era. Quase caindo por estar meio anestesiada, disse:

Cecília: - Ops! Acho que ainda estou fraca.

Apoiando-me na cama, coloquei a mão direita na testa e senti um pouco de calor, possivelmente estava com febre baixa. Olhando para aquele quarto, tinha tudo que tinha no meu, só que exageradamente grande. Andando em direção à janela, conseguia ver um enorme jardim parecido com o do leilão, cheio de rosas. Tocando o vidro, percebi que já era outro dia, com o sol nascendo, e havia algumas pessoas bem vestidas na entrada da mansão e várias carruagens lindas e elegantes, mais do que a Emma tinha. Distraída, me assustei com a voz da Emily vindo de trás de mim, fazendo meu coração acelerar.

the flower of the Kingdom of Crimson RosesOnde histórias criam vida. Descubra agora