the flower of the Kingdom of Crimson Roses

Capítulo 22

~ Cecília - Flashback Da Terra ~

Na escola, aquele cheiro dos doces era inebriante para mim, fazendo com que eu ficasse cada vez mais viciada em provar diferentes tipos. Cada barra de chocolate, cada pacotinho de bala, até mesmo os doces caseiros pareciam uma promessa de alegria em forma de açúcar que derretia na minha boca.

Com um sorriso no rosto, eu estava sentada em uma cadeira na cantina, com uma bandeja cheia de doces. A luz entrava pelas enormes janelas de vidro, refletindo seus raios solares nas embalagens de plástico, fazendo-as brilhar.

As vozes na cantina ecoavam por todo o cômodo. As crianças pareciam felizes como eu, fofocando, rindo e brincando. O som das cadeiras sendo arrastadas ao meu redor tornava o ambiente ainda mais vivo.

Sentindo alguém me abraçar por trás, envolvendo seus braços em torno do meu pescoço, meus olhos, cheios de alegria, se voltaram para Jesse. Logo em seguida, Riana apareceu, sentando-se à minha frente.

Jesse Oliveira: - O que nossa pequena Ceci está fazendo aqui sozinha?

Riana Rodrigues: - Ceci, você podia ter nos chamado. Não gosto de te ver aqui sozinha.

Jesse me soltou e sentou ao lado de Riana. Com o sol iluminando seus rostos, consegui ver seus lindos cabelos perfeitos e seus uniformes impecáveis, com um brilho único e natural. Jesse tinha olhos verdes e lindos cabelos ruivos ondulados, com sardas nas bochechas. Já Riana tinha o cabelo preto curto e olhos de heterocromia: o esquerdo era castanho, e o direito, azul.

O mundo parecia apenas um palco montado para elas. Mas, para mim, elas eram as estrelas da minha vida, sendo minhas melhores amigas, minha família escolhida.

Levantei a bandeja para mostrar a elas, com um grande sorriso infantil e olhos brilhando, totalmente animada para exibir meus tesouros.

Cecília: - Jesse! Riana! Olha só o que eu comprei pra gente!

Elas se entreolharam antes de abrir um sorriso na minha direção. Enquanto eu segurava a bandeja, encarei aquele sorriso estranho, que parecia errado. Era um pouco forçado, como se fosse o reflexo de um espelho quebrado tentando parecer bonito.

Jesse tomou a frente e disse:

Jesse Oliveira: - Ceci... Nossa, quanta coisa, né?

Ela aproximou a mão da bandeja, pegando uma bala com seus dedos finos e longos. Não abriu a embalagem, apenas a segurou, enquanto confirmava:

Jesse Oliveira: - Mas você não acha que exagerou? A gente já tá no fundamental, sabe? Isso é...

Riana Rodrigues: - Muito infantil. A gente ama doce, mas você precisa se controlar, Ceci. Comer doce é bom, mas faz muito mal pra sua saúde.

Meu sorriso vacilou. Comecei a colocar os doces na mesa, um por um, com cuidado, sentindo aqueles olhares pesados sobre mim. Afastei minha cadeira um pouco, nervosa, e disse com uma voz trêmula, quase como se estivesse pedindo permissão para existir:

Cecília: - Eu... Eu gosto de doces. Vocês também gostam, né? Pensei que a gente poderia dividir...

Jesse e Riana trocaram mais uma vez aqueles olhares que me deixavam desconfortável. Riana se levantou, aproximou-se de mim, passando a mão na minha cabeça com um sorriso, enquanto tentava me confortar com suas palavras.

Riana Rodrigues: - Claro, Ceci. Mas sabe? Chocolate e doce engordam e não fazem bem pra gente. Isso inclui você!

Jesse Oliveira: - É... Eu tenho um encontro com o Rafael essa semana. Ele não gosta de meninas com espinhas. Desculpa, Ceci.