▫️CAPÍTULO 4▫️

11 5 0
                                    

Edward Whitmore

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Edward Whitmore

  
   Edward adormeceu naquela noite após um jantar tranquilo, um raro alívio sem as habituais pressões de seus pais sobre debutantes e casamentos. Esse momento de paz, ainda que breve, foi suficiente para que ele se permitisse relaxar, caindo num sono pesado, proporcionando-lhe um descanso que parecia ser o primeiro em muito tempo. Mas esse silêncio foi abruptamente rompido pelo calor sufocante que o fez despertar de repente.

   Ele abriu os olhos com um susto, o coração batendo acelerado antes mesmo de compreender o que estava acontecendo. As chamas já avançavam vorazmente pelo quarto, e tudo ao seu redor parecia envolto em um manto de terror. As paredes de sua casa de infância, o lugar onde tantas memórias preciosas haviam sido criadas, estavam sendo devoradas pelo fogo.

   Ainda meio atordoado, Edward percebeu que estava apenas de calças, sem camisa, mas não houve tempo para pensar em decoro ou em qualquer outra coisa. Tudo o que importava naquele momento era escapar.

   Ele tropeçou ao se levantar da cama, o ar quente e denso queimando seus pulmões a cada inspiração. Enquanto lutava para atravessar os corredores que conhecia tão bem, uma chama o atingiu, queimando seu braço. A dor deveria ter sido insuportável, mas ele mal a percebeu, cego pela urgência de escapar.

   Ele não pensava em outra coisa além de sair dali. Cada passo era uma batalha contra o terror que o apertava, um nó na garganta que dificultava a respiração. A fumaça densa o cercava, obscurecendo sua visão, tornando difícil encontrar a saída. A memória do que aquele lugar já fora — um lar, um refúgio seguro — parecia distante, quase irreal.

   Finalmente, ele alcançou a porta da frente e a escancarou, sentindo o ar fresco da noite atingir seu rosto, um alívio efêmero. Mas ao olhar ao redor, a realidade o golpeou com uma força ainda mais brutal. Onde estava sua família? Seus olhos percorriam a cena desesperadamente, buscando qualquer sinal dos pais ou de Isabelle, mas tudo o que ele via era os brigadistas correndo com baldes d'água, tentando apagar o fogo.

   O desespero o dominou completamente. Ele precisava encontrá-los, precisava salvá-los. Sem pensar, tentou voltar para dentro da casa, seus gritos chamando pelos nomes de seus pais e sua irmã. Mas os brigadistas o impediram, segurando-o com força quando ele tentou passar por eles. Edward reagiu violentamente, tomado por uma força irracional, derrubando um dos homens em sua tentativa de escapar.

   Mas logo foi contido por outros, que o seguraram com firmeza, arrastando-o para longe do terror em que sua casa se transformara. Mesmo enquanto era levado para a segurança, seu coração batia descontroladamente, seus pensamentos presos na imagem daqueles que ele amava.

— Por favor, Vossa Graça, mantenha a calma! — gritou um dos homens, sua voz desesperada tentando atravessar o caos. Mas Edward não conseguia entender o que ele dizia. Calma? Como ele poderia manter a calma? Sua família poderia estar... Não, ele não conseguia nem pensar em tal possibilidade.

Um Duque Em Minha Vida - OS MONTGOMERYOnde histórias criam vida. Descubra agora