LIVRO 1 DA DUOLOGIA "OS MONTGOMERY" 🎩🔥
Aos 28 anos, Victoria Montgomery é vista como uma solteirona pela sociedade, um rótulo que sua família faz questão de reforçar, culpando-a por ter recusado três propostas de casamento. Mas Victoria não se...
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Edward Whitmore
Edward não conseguiu conter as lágrimas que rolavam pelo seu rosto, enquanto via os lindos olhos azuis de sua irmã, agora abertos e cheios de lágrimas, refletindo uma mistura de dor e vulnerabilidade. A visão era demais para ele.
Sua mãe correu para abraçar a filha, mas se conteve ao perceber o estado em que Isabelle se encontrava. Após semanas em coma, ela finalmente acordara, mas as queimaduras ainda não haviam cicatrizado, deixando marcas profundas em sua pele delicada. Edward sentiu um aperto no coração ao ver a extensão dos danos.
Queimaduras graves cobriam o rosto, o pescoço e o ombro de Isabelle, parcialmente visíveis pela camisola, enquanto os braços estavam cobertos de unguentos amarelados que ocultavam a pele vermelha e inflamada. Ao ver as pequenas mãos estendidas em direção à mãe, chamando-a para mais perto, Edward notou as mesmas marcas profundas na pele pálida da menina.
Para ele, a beleza de Isabelle era inegável, uma beleza que transcendia as marcas físicas. Sempre seria a menininha de seus olhos, perfeita e amada eternamente. No entanto, as queimaduras graves que marcavam seu rosto, especialmente no lado direito, onde cobriam boa parte da bochecha e testa, seriam inevitavelmente notadas por todos, uma constante lembrança do sofrimento que ela havia passado.
Edward faria de tudo para que ela não sofresse mais do que o inevitável.
Lady Whitmore se inclinou sobre a filha, beijando delicadamente cada canto de seu rosto ainda intacto. Alisava os cabelos queimados e embaraçados, que um dia haviam sido como seda dourada escorrendo por seus ombros; agora, pareciam uma montanha de palha acoplada à sua cabeça.
— Oh, minha pequena, minha doce menina... — sussurrava sua mãe, a voz pesada de um choro interminável. Isabelle apenas balançava a cabeça, enquanto lágrimas escorriam pelas bochechas queimadas; as palavras não a encontravam.
Edward engoliu em seco, secou em vão as lágrimas que caíam, pois outras logo escorriam por sua face, e foi ao encontro do pai, a quem não via havia semanas. Ele também estava com os olhos marejados, mas Edward percebia que, por trás da aparência cansada e das roupas amarrotadas, um alívio o preenchia. E não era para menos: sua menina finalmente acordara e estava bem, dentro do possível.
Os ombros cansados do pai pareciam menos tensos, e as olheiras profundas, um pouco mais leves. Ainda assim, Edward tinha a certeza de que ele precisaria de pelo menos um mês de sono para recuperar o descanso perdido, pois, como a mãe dizia, Lorde Whitmore pouco pregava os olhos, sempre alerta para o caso de Isabelle acordar.
Edward abraçou o pai, que o retribuiu de forma intensa; não de maneira animada como há mais de três semanas, mas com um abraço carregado de puro amor e alívio, pois sua família estava finalmente unida novamente, completa e, acima de tudo, viva.
