008. o carro

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Marina pov;
alerta: palavreado de baixo calão, sexo explícito.

Quando o dia amanheceu, o Beto já não estava mais deitado na cama. Ainda nua eu me levantei, passei a mão sobre o rosto e pensei no quão fudida eu estava - em todos os sentidos.

Fui até o banheiro, escovei os dentes e vesti uma camiseta gasta de banda, que estava pendurada ali. Caminhei descalça pela casa, procurando por ele. A mesa do café estava posta mas ele também não estava lá.

— Beto? - eu chamei. Sem resposta.

Me sentei em uma cadeira e respirei fundo. A garrafa térmica armazenava um café fraco, que por pouco não virou um chá. Bebi mesmo assim; ou a cafeína entra ou, a loucura sai.

Poucos minutos depois ele chegou. Estava suado e sem camisa; sorriu quando me viu e me deu um selinho rápido, sem encostar o corpo molhado em mim.

— Eu não quis te acordar. Corri um pouquinho na orla. - ele disse tirando os sapatos e enxugando a testa com a camiseta branca que tinha nas mãos.

— Traição! - respondi. Nós rimos.

— Saímos em duas horas. Preciso estar no batalhão às 18h. Plantão. - ele fez um biquinho. Eu fiz o mesmo mas, com muito mais drama.
Banho? - ele se aproximou e agora, não se importou em me molhar. – tá toda suada. Precisa tomar banho comigo. - cínico!

Me jogou sobre os ombros antes que eu pudesse responder algo e caminhou como se eu não pesasse nada. Fomos até o banheiro e ele tirou a minha roupa, sem pedir licença.

Entramos juntos no chuveiro e ficamos abraçados ali. Como voltar pra casa depois daquele fim de semana? Como fingir que nada aconteceu?

— Não posso subir de peito aberto. Vamos ter que achar um jeito disso acontecer com segurança. - ele se referia à nós dois e ao morro.

A gente pode se encontrar em algum lugar diferente até termos uma solução. - aquilo me incomodava. Me senti cladestina.

Agora eu vou passar o pente fino no Vidigal toda semana. - ele riu. Eu forcei um sorriso; entendi o que ele quis dizer mas pensei na insegurança que isso causaria nas pessoas. O BOPE mata e ninguém espera outra coisa vinda deles.

Tomamos um banho um pouco mais soft desta vez. Algumas carícias, beijos e mais beijos mas, muito mais carinho e conversa. Ficamos juntos na cama depois dali, por um tempo.

Organizamos as nossas coisas e era hora de se despedir da casa que foi o cenário da noite mais incrível da minha vida. Eu quis muito continuar ali mas, a realidade me chamava o tempo todo.

No caminho de volta, minha oportunidade de realizar a fantasia de antes.

— Se eu te chupar enquanto você dirige, vou presa? - ele riu com malícia e fez um sinal negativo com a cabeça.

As mãos dele não esperaram: abriu o botão da calça e deslizou o zíper com facilidade.

— Todo seu. - ele falou puxando a minha mão e me fazendo o acariciar. O pau foi despertando entre os meus dedos e em pouco tempo, já estava duro.

maria  batalhão | CAPITÃO NASCIMENTOOnde histórias criam vida. Descubra agora