Do dia em que concordei com aquela loucura até a data marcada para o nosso 'encontro', eu não consegui dormir bem. Apesar disto, não me sentia cansada ou sobrecarregada: a ideia de me aproximar mais do homem que eu fantasiava era estimulante.
Dias antes da nossa viagem, nos falamos poucas vezes via SMS; ele não parecia muito habituado com aquele tipo de comunicação mas se esforçava para manter conversas sempre que podia. Durante uma delas, me contou que agilizou algumas demandas para não ter imprevistos no fim de semana e eu, fiz o mesmo.
Decidimos que o melhor lugar para nos encontrarmos seria em frente ao batalhão: seguro para o Roberto, seguro para mim. Despertei num pulo e comecei a me arrumar 3 horas antes do combinado, à 1h da manhã; meu cabelo fica lindo durante uma faxina mas parecia incapaz de me obedecer no dia mais emocionante dos últimos tempos.
Quando o relógio marcou 4h, Roberto me avisou que estava chamando um motorista de aplicativo - de confiança -, pra me buscar.
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O jeito prático de me responder era fofo, embora às vezes me irritasse um pouco. Mesmo com toda a casca, ele parecia cuidadoso e preocupado o tempo todo.
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Quando cheguei na esquina do batalhão, meu frio na barriga começou. Já conseguia ver a silhueta alta encostada no veículo preto conhecido; ele olhava na direção em que eu estava. Quando o motorista estacionou para o desembarque, trocaram meia dúzia de palavras simpáticas e o carro partiu logo depois que eu desci.
Nossos olhos sorriram um para o outro e ele se aproximou, me dando um beijo rápido no rosto. Estava mais cheiroso do que nunca; pegou a bolsa pesada que eu trazia em um dos ombros como se aquilo não fosse nada e a colocou no banco de trás do carro. Também entrou no veículo em seguida; eu fiz o mesmo.
Hoje ele parecia menos com um militar e muito mais com um civil: a camiseta preta desbotada estava milimetricamente passada e a calça jeans azul marinho, também. Eu não conseguia deixar de reparar em nada do que ele fazia: estava hipnotizada.
