Capítulo Vinte e Cinco: A Execução de Bicuço

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OS QUATRO DESCERAM PARA JANTAR COM OS OUTROS ALUNOS, mas não voltaram à Torre da Grifinória ao terminar.

Ainda no jantar, Têmis se preocupou em olhar para seus amigos de outras casas, Luna conversava na mesa da Corvinal com Gina e Astória, Theo e Draco estavam na mesa da Sonserina com o moreno comendo como louco, provavelmente devia ter faltado o almoço para estudar. Ao passo que o loiro comia tranquilo, com a educação e etiqueta de sempre. Ced encarava a comida da mesa da Lufa-lufa com os olhos vidrados, ele parecia um corpo sem alma, completamente exausto.

Seu pai nem ali estava, hoje era noite de Lua Cheia.

Harry levava a capa escondida na frente das vestes e tinha que manter os braços cruzados para esconder o volume. Entraram sorrateiramente numa sala vazia no saguão de entrada e ficaram escutando, até ter certeza de que o lugar ficara deserto. Ouviram as últimas duas pessoas atravessarem o saguão correndo e uma porta bater. Hermione meteu a cabeça fora da porta.

– Tudo bem – sussurrou –, não tem ninguém... vamos vestir a capa...

Caminhando muito juntos para que ninguém os visse, eles atravessaram o saguão na ponta dos pés, cobertos pela capa, e desceram os degraus de pedra que levavam aos jardins. O sol já ia se pondo atrás da Floresta Proibida, dourando os ramos mais altos das árvores.

Chegaram à cabana de Hagrid e bateram. O amigo levou um minuto para atender e, quando o fez, ficou procurando o visitante por todos os lados, pálido e trêmulo.

– Somos nós – sibilou Têmis. – Estamos usando a Capa da Invisibilidade. Deixe a gente entrar para poder tirar a capa.

– Vocês não deviam ter vindo! – sussurrou Hagrid, mas se afastou para os garotos poderem entrar. Depois fechou a porta depressa e Harry arrancou a capa.

Hagrid não estava chorando, nem se atirou ao pescoço deles. Parecia um homem que não sabia onde estava nem o que fazer. Seu desamparo era pior do que as lágrimas.

– Querem um chá? – perguntou aos garotos. Suas mãos enormes tremiam quando
apanhou a chaleira.

– Onde é que está o Bicuço, Hagrid? – perguntou Hermione, hesitante.

– Eu... eu levei ele para fora – respondeu Hagrid, derramando leite pela mesa toda ao tentar encher a jarra. – Está amarrado no canteiro de abóboras. Achei que ele devia ver as árvores e... e respirar ar fresco... antes...

A mão de Hagrid tremeu com tanta violência que a jarra de leite escapuliu e se espatifou no chão.

– Eu faço isso, Hagrid – ofereceu-se Hermione depressa, correndo para limpar a sujeira.

– Tem outra no armário de louças – falou Hagrid, sentando-se e limpando a testa na manga. Têmis olhou para Harry e Rony, que retribuiram seu olhar com desânimo.

– Tem alguma coisa que se possa fazer, Hagrid? – perguntou Harry inflamado, sentando-se ao lado do amigo. – Dumbledore...

– Ele tentou. Mas não tem poder para revogar uma decisão da Comissão. Ele disse aos juízes que Bicuço era normal, mas a Comissão está com medo... Vocês sabem como é o Lucius Malfoy... imagino que deve ter ameaçado todos eles... e o carrasco, Macnair, é um velho conhecido dos Malfoy... mas vai ser rápido e limpo... e eu vou estar do lado do Bicuço...

Hagrid engoliu em seco e Têmis pegou em sua mão para entrelaçar como sinal de apoio. Seus olhos percorriam a cabana como se procurassem um fio de esperança ou de consolo.

– Dumbledore vai descer quando... quando estiver na hora. Me escreveu hoje de manhã. Disse que quer ficar... ficar comigo. Grande homem, o Dumbledore...

MONSTER, harry potter.Onde histórias criam vida. Descubra agora