Capítulo Vinte e Oito: Peter Pettigrew

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- S... Sirius R... Remus. - Até a voz de Pettigrew lembrava um guincho. Novamente seus olhos correram para a porta. - Meus amigos... meus velhos amigos...

A varinha de Black se ergueu, mas o Remus agarrou-o pelo pulso, lançando-lhe um olhar de censura, depois tornou a se virar para Pettigrew, com a voz leve e displicente.

- Estávamos tendo uma conversinha, Peter, sobre os acontecimentos da noite em que Lily e James morreram. Você talvez tenha perdido os detalhes enquanto guinchava na cama...

- Remus - ofegou Pettigrew, e Harry observou que se formavam gotas de suor em seu rosto lívido -, você não acredita nele, acredita...? Ele tentou me matar, Remus...

- Foi o que ouvimos dizer - respondeu Remus, mais friamente. - Eu gostaria de esclarecer algumas coisas com você, Peter, se você quiser ter...

- Ele veio tentar me matar outra vez! - guinchou Pettigrew de repente, apontando para Black, e Têmis percebeu que o homem usara o dedo médio, porque lhe faltava o indicador. - Ele matou Lily e James e agora vai me matar também... Você tem que me ajudar, Remus...

O rosto de Black parecia mais caveiroso que nunca ao fixar os olhos fundos em Pettigrew.

- Ninguém vai tentar matá-lo até resolvermos umas coisas - disse Remus.

- Resolvermos umas coisas? - guinchou Pettigrew, mais uma vez olhando desesperado para os lados, registrando as janelas pregadas e, mais uma vez, a única porta. - Eu sabia que ele viria atrás de mim! Sabia que ele voltaria para me pegar! Estou esperando isso há doze anos!

- Você sabia que Sirius ia fugir de Azkaban? - perguntou Remus, com a testa franzida. - Sabendo que ninguém jamais fez isso antes?

- Ele tem poderes das trevas com os quais a gente só consegue sonhar! - gritou Pettigrew com voz aguda. - De que outro jeito fugiria de lá? Suponho que Aquele- Que-Não-Deve-Ser-Nomeado tenha lhe ensinado alguns truques!

Black começou a rir, uma risada horrível, sem alegria, que encheu o quarto todo.

- Voldemort me ensinou alguns truques - Pettigrew se encolheu como se Black tivesse brandido um chicote contra ele. - Que foi, se apavorou de ouvir o nome do seu velho mestre? - perguntou Black. - Não o culpo, Peter. O pessoal dele não anda muito satisfeito com você, não é mesmo?

- Não sei o que você quer dizer com isso, Sirius... - murmurou Pettigrew, respirando mais rapidamente que nunca. Todo o seu rosto brilhava de suor agora.

- Você não andou se escondendo de mim esses doze anos. Andou se escondendo dos seguidores de Voldemort. Eu soube de umas coisas em Azkaban, Peter... Todos pensam que você está morto ou já o teriam chamado a prestar contas... Ouvi-os gritar todo o tipo de coisa durante o sono. Parece que acham que o traidor os traiu também. Voldemort foi à casa dos Potter confiando em uma informação sua... e Voldemort perdeu o poder lá. E nem todos os seguidores dele foram parar em Azkaban, não é mesmo? Ainda há muitos por aí, esperando a hora, fingindo que reconheceram seus erros... Se chegarem a saber que você continua vivo, Peter...

- Não sei... do que está falando... - respondeu Pettigrew, mais esganiçado que nunca. Ele enxugou o rosto na manga e ergueu os olhos para Lupin. - Você não acredita nessa... nessa loucura, Remus...

- Devo admitir, Peter, que acho difícil compreender por que um homem inocente
iria querer passar doze anos sob a forma de um rato...

- Vamos embora logo, por favor - implorou Têmis, apontando a varinha de Snape para Peter, enquanto a sua ainda segurava o professor de poções com o feitiço de levitação.

- Certo... - Remus nem deu tempo de terminar a frase, pois Têmis bradou um "Petrificus Totalus" na direção de Peter, que ficara paralisado numa posição única.

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