capítulo 13 " o início da jornada"

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Nos dez dias seguintes, William acordava antes do amanhecer para se exercitar em seu quarto, utilizando objetos disponíveis para treinar: cadeiras, as ombreiras das portas, e até mesmo a mesa e os objetos mágicos. As bolas eram boas ferramentas para trabalhar o equilíbrio. Tio Anthony costumava juntar-se a ele para o café da manhã, logo ao nascer do sol. Em seguida, saíam para correr no parque , com Anthony ditando o ritmo ao lado de William. O verão estava em seu auge, trazendo consigo o aroma de folhas secas e vento. O chefe de família permanecia em silêncio quando William se curvava, sem fôlego após as corridas intensas.
Após completarem a corrida matinal, os dois treinavam em uma sala reservada, longe dos olhares dos demais o controle de magia de William. William costumava se jogar no chão exausto e faminto após os treinos intensos. Suas lanças de gelo continuavam sendo suas favoritas, mas as ilusões também começava a conquistá-lo, pois permitia golpear sem causar danos graves. Desde que conheceu Yasmin, William não ouvira mais sobre a princesa, nem mesmo por meio de fofocas da academia. Tia Samantha sempre se juntava a eles para o almoço, e então William participava de mais horas de treinamento com Max sobre o olhar atento de um mago. A maior parte do treinamento era focada em habilidades com magia. William mantinha-se discreto durante os treinos para evitar críticas do mago e não chamava atenção como Max. O mago admirava profundamente e os outros aprendizes o respeitavam. Ninguém notava o desempenho impecável de William.
Após longos dias de treinamento com um olhar determinado e uma centelha de aventura nos olhos, William revelou aos seus tios o desejo de empreender uma jornada pelas diversas nações mágicas para visitar seus amigos da academia e explorar os reinos que se estendiam além dos limites familiares. Sua voz ressoava com uma mistura de entusiasmo e gratidão, expressando a necessidade de expandir seus horizontes, nutrir laços de amizade e aprender com as diferentes culturas e tradições que permeavam o vasto universo mágico.

Os tios de William ouviram sua declaração com sorrisos afetuosos, compreendendo a inquietação e a ânsia de descoberta que ardia no coração do jovem mago. Eles acenaram em aprovação, encorajando-o a seguir seu chamado interior, a buscar novas experiências e a fortalecer os laços que o ligavam aos amigos e aliados que haviam cruzado seu caminho ao longo de suas jornadas.
Ao compartilhar seus planos de viajar pelas nações mágicas, William demonstrou não apenas o desejo de aventura e exploração, mas também a vontade de cultivar conexões significativas, trocar conhecimentos e enriquecer sua jornada com as histórias e perspectivas únicas dos habitantes dos diferentes reinos. Seus tios, tocados pela determinação e generosidade do jovem mago, ofereceram palavras de sabedoria e apoio, lembrando-o da importância de manter acesa a chama da amizade e da solidariedade em meio às adversidades e desafios que encontraria em suas viagens.
Com um semblante sério e solene, os tios de William o advertiram com firmeza para nunca se aproximar de alguns reinos, em suas viagens pelas nações mágicas. O tom de preocupação e cautela em suas vozes ecoava a seriedade da advertência, indicando que havia perigos desconhecidos e sombrios associados àquele reino em particular, que exigiam extrema prudência e distância por parte do jovem mago.

Ao transmitirem essa advertência a William, os tios enfatizaram a importância de respeitar os limites estabelecidos e de confiar em sua intuição para evitar situações potencialmente perigosas ou prejudiciais. As palavras dos tios carregavam o peso da experiência e da sabedoria acumuladas ao longo dos anos, revelando que o reino de Sean era considerado um lugar de mistérios insondáveis e intrigas obscuras, onde as sombras dançavam além do alcance da luz.

Diante da severidade da advertência dos tios, William sentiu um arrepio percorrer sua espinha, reconhecendo a gravidade do aviso e a necessidade de acatar as palavras de seus familiares mais velhos. A imagem do reino de Sean se tornou envolta em um véu de mistério e temor, despertando uma curiosidade mesclada com um instinto protetor que o instava a manter-se afastado das fronteiras perigosas daquele lugar enigmático.

Com a lembrança das palavras dos tios ecoando em sua mente como um lembrete constante, William partiu para suas viagens pelas nações mágicas com uma nova consciência da complexidade e das ameaças que permeavam aquele mundo vasto e diversificado. A advertência sobre o reino de Sean permaneceria como um aviso silencioso em seu coração, guiando suas escolhas e moldando sua rota para longe das sombras que pairavam sobre aquele domínio proibido.

William revelou a Max seu plano de viajar entre os reinos para visitar seus colegas e explorar os domínios mágicos além das fronteiras conhecidas. Sua voz carregava o entusiasmo da descoberta e a alegria de reencontrar amigos queridos, mas também a consciência dos desafios e perigos que poderiam surgir em suas jornadas solitárias.

Max, percebendo a seriedade do propósito de William e o brilho da aventura em seus olhos, não pôde ignorar a inquietação em seu coração. Com uma expressão determinada e um gesto protetor, ele se colocou ao lado de William, recusando-se a deixá-lo enfrentar as incertezas dos reinos mágicos sozinho. Sua lealdade e amizade inabaláveis o impeliam a acompanhar o jovem mago em sua busca por novas experiências e conexões.

Ao ouvir a decisão firme de Max de não deixar William viajar sozinho, o jovem mago sentiu um misto de gratidão e conforto por ter um amigo tão dedicado ao seu lado. A presença de Max ao seu lado significava mais do que simples companhia; era um símbolo de apoio mútuo, de solidariedade e de coragem compartilhada diante dos desafios que aguardavam nas terras desconhecidas dos reinos mágicos.

Juntos, William e Max se prepararam para a jornada que se estendia diante deles, unindo forças, habilidades e determinação para enfrentar os mistérios e as adversidades que encontrariam em seu caminho.

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