Meus demônios

Capítulo 14 : O despertar da maldição

A paz temporária que Azael encontrou com a presença do anjo rapidamente deu lugar a uma nova onda de caos. O mal que ela havia tentado conter pareceu despertar novamente, trazendo consigo uma série de desastres que atingiram Vandelar com uma intensidade ainda maior. As ruas estavam cheias de violência, e os fenômenos sobrenaturais se intensificavam, ameaçando destruir o que restava de ordem na cidade.

Enquanto Azael lutava para conter a situação, a maldição que parecia ter sido dominada voltou com uma força inesperada. O próprio ar parecia carregar uma energia sombria, e a cidade foi envolvida por uma aura de medo e desespero. As sombras ganharam vida, e a violência nas ruas tornou-se cada vez mais descontrolada.

Em meio a essa crise, Azael estava em uma luta constante contra as forças que agora pareciam ainda mais poderosas. Seu poder demoníaco era posto à prova a cada momento, e ela começou a sentir-se sobrecarregada. Tentando controlar a situação, Azael fez o possível para proteger os inocentes, mas a força da maldição era quase insuperável.

Durante um confronto particularmente feroz com uma entidade sombria que parecia ter emergido da própria maldição, Azael foi atingida por um ataque devastador. A força do impacto fez com que ela desmoronasse no chão, batendo fortemente a cabeça contra o pavimento. A dor era intensa e, momentaneamente, tudo ao seu redor ficou turvo e indistinto.

À medida que a consciência de Azael se fragmentava, flashes de memória começaram a surgir em sua mente. Ela viu imagens dispersas de sua infância, momentos que estavam há muito apagados de sua memória. Havia uma casa pequena e acolhedora, uma figura de um homem que sorria gentilmente para ela, e uma criança brincando com um grupo de amigos em um jardim ensolarado. Essas imagens eram vagas e desordenadas, mas tinham uma qualidade emocional que parecia profundamente familiar.

Ela viu também visões de um lugar mais sombrio, onde estava cercada por sombras e figuras indistintas. Essas visões contrastavam fortemente com as imagens mais felizes, e ela sentiu uma sensação de perda e confusão enquanto tentava conectar as memórias fragmentadas.

Finalmente, Azael recuperou um pouco da consciência e tentou se levantar, seu corpo ainda dorido e a mente confusa com as visões que haviam surgido. Ela percebeu que estava em uma área devastada, com os destroços e as marcas do recente caos ao seu redor. A sensação de desorientação era intensa, mas havia uma nova compreensão nas imagens que acabara de ver.

Com dificuldade, Azael se levantou, seu corpo instável e a mente ainda lutando para processar o que havia experimentado. Ela sabia que essas memórias, por mais fragmentadas que fossem, continham pistas cruciais sobre seu passado e sobre a maldição que agora a afligia.

Lutando contra a dor e a confusão, Azael tomou uma decisão. Precisava encontrar uma forma de lidar com a maldição e restaurar a ordem na cidade, ao mesmo tempo em que começava a entender as peças faltantes de sua infância. As imagens da sua infância, embora vagas, ofereciam uma esperança de que havia uma conexão mais profunda com o passado que poderia ajudar a resolver a crise atual.

Determinada, Azael começou a buscar pistas sobre o que havia causado o despertar da maldição e como poderia finalmente quebrá-la. Sabia que as respostas estavam ligadas a seu passado e que precisava enfrentar seus próprios medos e inseguranças para encontrar a verdade.

Enquanto avançava, sua mente estava inundada com as memórias e a sensação de urgência. Azael estava pronta para enfrentar qualquer desafio, agora mais do que nunca motivada a descobrir a verdade sobre seu passado e a salvar Vandelar do caos que ameaçava consumi-la. A jornada estava longe de acabar, mas Azael estava disposta a lutar até o fim para encontrar a redenção e a paz que tanto desejava.