Azael estava em um estado de desespero profundo após a partida forçada de Miftar. A pressão e a ameaça de seus pais, combinadas com a separação do único apoio verdadeiro que tinha, a levaram a um lugar sombrio dentro de sua própria mente. O templo que antes havia sido um refúgio agora parecia um labirinto de dor e confusão.
Sozinha, Azael começou a confrontar uma batalha interna ainda mais feroz do que a ameaça externa que seus pais representavam. O caos dentro de sua mente parecia refletir as tempestades emocionais que haviam marcado seu passado. As memórias dolorosas e os sentimentos de culpa que havia tentado enterrar voltaram com força total, criando um tormento interno que parecia interminável.
Enquanto tentava lidar com a ausência de Miftar e a pressão de seus pais, Azael começou a perceber que sua própria mente estava cheia de sombras e correntes invisíveis que a aprisionavam. Cada pensamento era uma batalha, e cada lembrança parecia uma ferida aberta que nunca cicatrizava.
Em uma noite especialmente perturbadora, Azael se viu sentada no chão do templo, a mente girando em um frenesi de pensamentos sombrios e autocríticos. As vozes em sua cabeça começaram a amplificar, cada uma sussurrando acusações e dúvidas que ela não conseguia silenciar. Ela se sentia como se estivesse lutando contra uma força invisível e cruel que dominava sua própria mente.
"Você é a causa de todo o sofrimento," uma voz interna sussurrou. "Você destruiu sua própria família e causou a separação daqueles que amava."
Azael se agarrou à cabeça, tentando bloquear os pensamentos invasivos, mas era inútil. As vozes continuavam, cada uma contribuindo para um crescente sentimento de autodestruição. Ela se levantou e começou a andar pelo templo, seus passos pesados e seu olhar perdido.
"Não mereço nada além da dor," outra voz murmurou. "Você é uma ameaça para todos ao seu redor."
Azael se viu em uma luta constante, tentando escapar de sua própria mente, mas cada tentativa parecia intensificar o tormento. Sua mente estava cheia de grilhões, e as correntes que a prendiam eram mais opressivas do que qualquer ameaça externa que ela havia enfrentado.
Com a mente dominada por essas vozes e pensamentos torturantes, Azael começou a agir de maneira cada vez mais errática. Ela arrastou-se pelo templo, seus movimentos um reflexo da batalha interna que estava travando. Cada vez que ela tentava se acalmar, a voz da culpa e da auto-recriminação se tornava mais alta, mais implacável.
Em um momento de desespero, Azael pegou uma das antigas relíquias do templo e a quebrou contra o chão. O som do vidro se estilhaçando parecia refletir o som de sua própria mente se rompendo. Ela se sentou entre os cacos, chorando inconsolavelmente, enquanto o peso das memórias e da culpa a esmagava.
As horas passaram e, enquanto Azael lutava contra suas próprias sombras, algo mudou. Em meio ao caos interno, uma pequena voz de esperança começou a emergir. Era uma voz de determinação, uma pequena chama de coragem que ainda queimava dentro dela. Azael sabia que, apesar do tormento, ela precisava encontrar uma maneira de se libertar dessas correntes invisíveis e recuperar o controle sobre sua vida.
Com um esforço tremendo, Azael se levantou e começou a trabalhar na construção de um plano para enfrentar sua própria mente. A decisão de buscar ajuda e encontrar um caminho para a cura se tornou uma prioridade. Ela percebeu que, para enfrentar a ameaça de seus pais e a dor interna, precisava primeiro enfrentar e curar a batalha mais difícil: a que estava travando dentro de si mesma.
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Meus demônios
ParanormalAzael, uma demônia poderosa, luta contra uma maldição que ameaça destruir tudo ao seu redor. Com a ajuda de Miftar, um anjo que amou na infância, ela enfrenta desafios sombrios e descobre verdades esquecidas sobre seu passado. Ao tentar um ritual ar...