Meus demônios

Capítulo 29 : Arriscando tudo

Após o encontro com Miftar e o reconhecimento de seus sentimentos, Azael sentia que estava construindo uma nova vida, mas a ameaça da maldição ainda pairava sobre ela. Em meio a esse momento de vulnerabilidade e renovação, seus pais apareceram, trazendo consigo uma oferta inesperada.

"Azael," sua mãe começou, a voz cheia de uma mistura de esperança e preocupação. "Descobrimos uma maneira de conter a maldição, mas não sabemos quanto tempo isso vai durar. Pode ser um risco, mas pode te dar tempo."

Azael olhou para seus pais, uma mistura de emoções conflitantes em seu coração. "Eu não quero continuar causando estragos," disse ela. "Se há uma chance, mesmo que pequena, de controlar isso, estou disposta a arriscar."

Seu pai assentiu, parecendo mais sério do que nunca. "É uma medida temporária. Podemos criar uma barreira mágica ao redor de você que suprimirá a maldição, mas precisa ser renovada constantemente e pode falhar a qualquer momento."

Azael respirou fundo, sentindo a gravidade da decisão. "Vamos fazer isso. Não posso continuar vivendo com essa incerteza, prejudicando as pessoas ao meu redor."

Com a decisão tomada, seus pais começaram os preparativos para o ritual. Miftar, sempre ao seu lado, ofereceu apoio incondicional. Ele a segurou pela mão enquanto os preparativos avançavam, a presença dele uma âncora em meio à tempestade de emoções.

Quando Miftar ouviu a proposta dos pais de Azael, seu rosto se fechou em uma expressão de preocupação profunda. "Azael, não acho que essa seja a melhor ideia," disse ele, sua voz cheia de urgência. "Esses rituais podem ser extremamente perigosos. E se isso te matar?"

Azael olhou para Miftar, entendendo sua preocupação, mas determinada. "Miftar, eu não posso continuar assim. Não posso viver com essa maldição destruindo tudo ao meu redor. Se há uma chance de controle, eu preciso tentar."

"Mas a que custo?" Miftar insistiu, segurando suas mãos com mais firmeza. "E se a barreira falhar e você for pega no meio do colapso? E se essa magia acabar te enfraquecendo até não restar mais nada de você?"

Azael respirou fundo, sentindo a tensão entre a razão e a necessidade em seu coração. "Eu sei que é arriscado, mas eu confio em meus pais. Eles sabem o que estão fazendo. E se há uma chance, mesmo que pequena, de me dar controle sobre a maldição, eu preciso tentar."

Miftar balançou a cabeça, claramente dividido entre seu desejo de protegê-la e sua compreensão da necessidade dela. "Azael, eu não quero te perder. Mas também não quero ver você sofrendo desse jeito. Só... por favor, tenha cuidado."

"Eu prometo," disse Azael, apertando a mão dele em um gesto de conforto. "Eu prometo que vou tomar cuidado."

O ritual foi realizado em uma câmara subterrânea, longe de olhares curiosos e interrupções. Os pais de Azael entoaram cânticos antigos, desenharam símbolos complexos no chão e canalizaram suas energias para criar a barreira mágica. Azael sentiu uma onda de energia envolver seu corpo, como uma teia invisível de proteção.

Conforme o ritual avançava, Azael começou a sentir uma leveza em sua mente, como se o peso da maldição estivesse sendo temporariamente aliviado. Seus pais trabalharam incansavelmente, infundindo a barreira com toda a magia que podiam reunir.

Quando o ritual finalmente terminou, Azael caiu de joelhos, exausta mas aliviada. A maldição estava contida, pelo menos por enquanto. Ela sabia que essa solução era temporária, mas a sensação de alívio imediato era inestimável.

Miftar se aproximou rapidamente, ajudando-a a se levantar. "Você está bem?" perguntou, a preocupação ainda evidente em seus olhos.

Azael assentiu, tentando sorrir para tranquilizá-lo. "Estou. Sinto a maldição mais controlada, pelo menos por enquanto. Obrigada por estar aqui comigo."

Miftar a envolveu em um abraço, ainda preocupado mas aliviado por vê-la relativamente bem. "Vamos enfrentar isso juntos, Azael. Eu estarei ao seu lado, não importa o que aconteça."