Capítulo 5 : O encho da verdade

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A luz da manhã espalhava-se pelo céu, trazendo uma sensação de normalidade que parecia quase surreal para Azael. Ela caminhava pelas ruas de Vandelar, tentando absorver a sensação de normalidade que a envolvia. O caos da noite anterior parecia ter sido um pesadelo, mas as marcas de sangue e o mural macabro ainda estavam gravados em sua mente.

Determinada a encontrar respostas, Azael procurou por um antigo mentor, um sábio que tinha conhecimento sobre artefatos e maldições antigas. Ela o encontrou em uma biblioteca antiga, repleta de livros e pergaminhos que pareciam guardar segredos esquecidos. O mentor a recebeu com uma expressão de preocupação ao vê-la.

"Azael, você está bem?" ele perguntou, sua voz carregada de preocupação.

Ela explicou a ele o que havia vivido, descrevendo os apagões e a sensação de perder o controle. O mentor ouviu atentamente, sua expressão tornando-se mais grave à medida que ela falava.

"Isso é sério," ele disse finalmente. "O que você descreveu é consistente com uma maldição antiga conhecida como a 'Maldição da Escuridão'. Ela não apenas perturba a mente, mas também distorce a realidade para a vítima."

Azael sentiu um calafrio ao ouvir as palavras. "Como posso quebrar essa maldição?" ela perguntou desesperadamente.

O mentor consultou seus livros e pergaminhos, e depois de algum tempo, ele encontrou uma possível solução. "Para quebrar essa maldição, você deve enfrentar a fonte dela, um objeto de grande poder que amplifica as trevas na sua mente. Esse artefato está escondido em um templo antigo, perdido em uma parte remota da cidade."

Azael concordou em seguir a pista. Com uma nova determinação, ela partiu em direção ao templo antigo, que se encontrava em uma parte esquecida da cidade, cercado por ruínas e vegetação selvagem. A jornada era difícil e o caminho estava cheio de obstáculos naturais e estruturas decadentes.

Finalmente, Azael chegou ao templo. A estrutura era imponente, com colunas cobertas de musgo e símbolos antigos esculpidos nas paredes. Ela entrou no templo, sua mente ainda perturbada, mas com um foco renovado na tarefa à frente.

Dentro do templo, Azael encontrou um altar no centro de uma sala vasta. Sobre o altar estava o artefato que ela procurava: um espelho antigo, com uma moldura ornamentada e uma superfície que parecia refletir não apenas a luz, mas também as trevas internas da alma.

Azael se aproximou do espelho com cautela. Ela se viu refletida nele, mas a imagem estava distorcida, mostrando uma versão sombria e retorcida de si mesma. A sensação de que algo estava profundamente errado voltou com força, e ela sentiu uma onda de desespero. O espelho parecia ter a capacidade de amplificar seus medos e inseguranças.

Com um esforço consciente, Azael concentrou-se em suas memórias de bravura e coragem. Ela tentou visualizar o que havia de bom dentro de si e enfrentou a visão distorcida com determinação. O processo era extenuante, e ela sentiu que estava lutando contra uma corrente invisível de escuridão que tentava suprimí-la.

Finalmente, com um grito de determinação, Azael se lançou em frente ao espelho e, com um movimento resoluto, derrubou-o ao chão. O espelho se quebrou em pedaços, e uma onda de energia escura pareceu dissipar-se pelo templo.

O peso da maldição começou a aliviar-se, e Azael sentiu uma sensação de clareza que não havia experimentado em semanas. O ambiente ao seu redor parecia restaurar-se gradualmente ao normal, e a sensação de desorientação começou a desaparecer.

Exausta, mas aliviada, Azael deixou o templo e retornou à cidade. A sensação de normalidade estava se estabilizando, e o eco da escuridão parecia ter sido afastado. Embora ainda houvesse questões a serem resolvidas e desafios a serem enfrentados, Azael sentia que havia dado um passo significativo em sua jornada.

Enquanto caminhava pelas ruas, Azael sentiu uma nova esperança se formando dentro dela. Ela estava determinada a continuar sua busca pelo artefato perdido e a enfrentar qualquer desafio que surgisse em seu caminho. A jornada não estava completa, mas a luta contra a maldição havia fornecido a ela uma nova perspectiva e uma renovada sensação de propósito.

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