Meus demônios

Capítulo 8 : A sombra da desesperança

O mês que se passou desde o encontro com Kareth foi marcado por um período de introspecção e agitação para Azael. A maldição ainda a atormentava, sua mente era um campo de batalha constante entre a clareza e a confusão. A decisão de sacrificar sua identidade demoníaca era uma perspectiva que não conseguia se resolver, e a situação na cidade de Vandelar estava se agravando.

Enquanto Azael tentava se concentrar na busca por uma solução, a cidade estava mergulhada em um ciclo crescente de violência e caos. Assassinatos brutais e inexplicáveis começaram a acontecer com frequência, espalhando o medo entre os cidadãos. Azael, que havia prometido proteger Vandelar, sentia-se impotente diante da escalada da crise.

Em uma noite particularmente sombria, Azael investigou a cena de mais um assassinato. As ruas estavam vazias e desertas, exceto por alguns policiais e cidadãos aterrorizados que haviam se reunido em torno do local. O corpo de uma jovem estava estendido no chão, seu rosto uma máscara de terror congelado no tempo. As marcas ao redor da cena sugeriam uma força sombria e destrutiva, muito além de qualquer crime comum.

Com o coração pesado, Azael examinou as evidências. Algo na cena do crime parecia perturbadoramente familiar, como se as marcas e os sinais estivessem ligados à maldição que a afetava. As sensações de desespero e impotência a consumiam enquanto ela lutava para entender o padrão dos assassinatos e sua conexão com sua própria condição.

Sentindo-se sobrecarregada e em busca de respostas, Azael retornou ao teatro abandonado onde havia encontrado Kareth. Com a esperança de encontrar algum esclarecimento ou auxílio, ela procurou o demônio, que apareceu como se o tivesse convocado.

Kareth estava novamente em seu trono de sombras, seu olhar atento a cada movimento de Azael. "Você voltou, Azael. O que a traz aqui agora?"

Azael, com uma expressão de frustração e desespero, exclamou: "A cidade está em caos! Assassinatos estão acontecendo por toda parte, e eu sinto que a maldição está ligada a isso. Preciso de respostas! Como posso parar essa violência? E se você realmente sabe algo sobre a maldição, então me diga o que devo fazer!"

Kareth olhou para ela com um misto de curiosidade e desdém. "A violência e o caos são reflexos das trevas que você carrega dentro de si. A maldição é uma força poderosa que alimenta o caos ao seu redor. Se não for tratada, essa força continuará a crescer."

"Então, como posso parar isso?" Azael perguntou, sua voz quase implorando por uma solução.

"Você deve fazer uma escolha," Kareth respondeu, sua voz carregada de um tom sombrio. "Se você não pode ou não quer abrir mão de sua identidade demoníaca, então deve aceitar que o caos é uma consequência inevitável. A maldição e o poder que ela carrega são parte de quem você é agora."

Azael sentiu uma onda de frustração e desespero. A ideia de que o caos e os assassinatos eram uma consequência inevitável de sua condição a atormentava. Azael sabia que precisava encontrar uma maneira de agir e proteger a cidade, mas as palavras de Kareth ecoavam em sua mente, ameaçando desmoronar sua esperança.

Desesperada por uma solução, Azael decidiu usar o conhecimento do livro antigo para buscar uma forma de reverter a maldição sem sacrificar sua essência demoníaca. Ela se embrenhou nos estudos das fórmulas e rituais, tentando encontrar um caminho que pudesse parar a violência e restaurar a paz em Vandelar.

A cidade estava em um estado de desespero crescente, e Azael sentia o peso da responsabilidade em seus ombros. Com o tempo se esgotando e o caos se intensificando, ela sabia que precisava agir rapidamente. O futuro de Vandelar estava nas suas mãos, e a batalha interna para resolver a maldição era apenas um dos muitos desafios que enfrentava.

Azael estava determinada a encontrar uma solução, por mais difícil que fosse, e a salvar a cidade que havia jurado proteger. O caminho à frente estava cheio de incertezas, mas ela estava disposta a lutar contra as trevas e buscar uma forma de redimir a cidade e a si mesma.