Capítulo 4 : O véu da escuridão

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A noite envolvia Vandelar em uma escuridão opressiva, e Azael vagava pelas ruas desertas, sua mente em um turbilhão de confusão e medo. A maldição do espelho parecia ter se intensificado, mergulhando-a em um estado de crescente desorientação. A cada passo, a sensação de desconexão entre sua mente e o mundo ao seu redor tornava-se mais aguda.

Encontrando um armazém abandonado em um beco pouco frequentado, Azael decidiu buscar refúgio no local. O edifício estava em ruínas, com janelas quebradas e portas pendendo das dobradiças. Dentro, o ambiente estava impregnado com o cheiro de mofo e deterioração. Azael se acomodou em um canto escuro, tentando recuperar o fôlego e a clareza mental.

Enquanto estava ali, uma sensação de vertigem tomou conta dela. Sua visão começou a turvar, e a realidade ao seu redor parecia se distorcer. Sem aviso, a escuridão a envolveu completamente, e ela desmaiou, sua consciência mergulhando em um abismo de trevas.

Quando Azael acordou, estava deitada no chão frio do armazém, sua mente ainda atordoada. O ambiente ao seu redor parecia ter mudado. As sombras nas paredes se movimentavam de maneira inquietante, e o ar estava carregado com uma tensão quase palpável. Azael se levantou e, para sua surpresa, viu que as paredes do armazém estavam cobertas com manchas de sangue fresco.

As manchas formavam padrões e símbolos que ela não reconhecia, mas o mais perturbador era uma série de nomes escritos em sangue, como se alguém tivesse registrado algo de maneira frenética e ritualística. Azael se sentiu paralisada por um momento, a cena a deixando completamente desorientada.

Desesperada para encontrar algum senso de realidade, Azael tentou se concentrar. Ela saiu do armazém, seu estado mental afetado pela intensidade da maldição. As ruas pareciam distorcidas e as sombras das fachadas dos edifícios pareciam ganhar vida própria.

Ela vagou pela cidade em um estado de confusão crescente, sentindo a realidade se fragmentar a cada passo. Em um ponto, ela entrou em um café local, tentando se recompor. O ambiente parecia normal, mas a sensação de desassossego não a abandonava. O café estava começando a abrir, e o aroma do café fresco parecia um pequeno consolo.

Enquanto bebia uma xícara de café, Azael sentiu uma nova onda de desorientação. Sua visão começou a escurecer, e o café ao seu lado parecia se dissolver em sombras. Sem aviso, ela desmaiou novamente, sua consciência mergulhando na escuridão.

Quando acordou, estava sozinha no café, com a luz do dia filtrando-se através das janelas. O café estava vazio, e o mundo parecia ter retornado ao normal. A sensação de alívio era esmagadora, mas a incerteza persistia. As memórias da noite anterior e das marcas sangrentas ainda estavam frescas em sua mente, e a ideia de que tudo poderia ter sido um pesadelo a atormentava.

Decidida a descobrir a verdade, Azael voltou ao armazém, onde encontrou o local como havia sido antes: uma estrutura abandonada e empoeirada, sem qualquer sinal das marcas de sangue e nomes. A sensação de desorientação estava misturada com uma leve esperança de que o pesadelo tinha acabado.

Enquanto caminhava pelas ruas de Vandelar, Azael se questionava se os eventos recentes haviam sido realmente um pesadelo ou se algo mais sinistro estava em jogo. A busca pelo artefato perdido parecia ainda distante, mas ela estava determinada a entender o que havia acontecido e a recuperar sua clareza mental.

Azael sabia que a jornada à frente seria cheia de incertezas, mas estava pronta para enfrentar os desafios, determinada a encontrar respostas e restaurar a paz interior. O caminho que se desdobrava diante dela estava repleto de enigmas, e ela estava decidida a desvendá-los para entender a verdadeira natureza da maldição e encontrar a redenção.

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