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Bradley

Eu falei, admiti que gosto dele, devo ter enlouquecido para ter falado uma coisa dessas em voz alta.

--Sabia! --Ela diz sorrindo.

--Espera! É tão óbvio assim? --Pergunto um pouco assustado.

--Não, mas tenho uma boa intuição as vezes quando se trata desse tipo de coisa.

--Você acha que mais alguém percebeu?

--Não, no máximo... --Pareceu tentar lembrar de alguém.-- É, acho que ninguém mesmo, relaxa.

--É uma merda gostar dele.

--Por que acha isso? Por ser um garoto? --Arqueia uma sobrancelha indignada.

--Não ligo para essas merda, mas ele me odeia, esse é o problema, é horrível gostar de alguém que te odeia.

--Ele disse isso?

--Não.

--Então faz o seguinte, fala com ele e descobre.

--Não tenho coragem de fazer isso não, levar um fora de graça? Nunca que eu faço isso. --Me jogo de novo na cama.

--Então escreve, não precisa assinar, pelo menos ele vai te conhecer de alguma forma, e você vai poder dizer o que sente, não é ótimo? --Parece animada.

--Falando assim, sim. Mas vai que outra pessoa aparece dizendo que foi ela que escreveu só para ganhar ele? E a vida não é um filme clichê.--Coloco a mão na cabeça, ela ainda dói.

--Você é muito paranóico, isso não vai acontecer, e outra, qual o problema em fingir que a vida é um filme? Óbvio que não é, mas assim, ela fica mais legal. --Sorri. --Quer que eu pegue papel e caneta para você escrever a primeira?

Suspiro bem fundo, isso vai dar muita merda.

--Está bem, pega aí. --Me sento na cama.

Em alguns minutos ela volta.

--Só achei caneta roxa, serve? --Ela pergunta.

--Quem diabos só tem caneta roxa? --Pergunto indignado.

--Eu tenho de outras cores, mas eu esqueci na casa de uma pessoa, isso não vem ao caso, quer ou não? --Diz já me entregando, junto de um caderno com folhas de caderno.

--Quero, obrigado, Lara. --Agradeço ajeitando as coisas no meu colo.

--De nada! Vou ficar ali no canto, se precisar é só chamar.

--Tranquilo.

Ajeito a caneta na minha mão e começo a escrever, tento não falar tanta coisa para não falar besteira, não sei fazer poesia então não irei fazer, só um pouco do que eu sinto, isso basta, espero muito que ele não reconheça minha letra, mas acho que o calouro nunca chegou a ver minha letra, então tudo certo.

Depois de alguns minutos, eu termino.

--Lara! Acabei! --A aviso.

--Ótimo! --Ela diz e se aproxima. -- Posso ver? --Pergunta curiosa.

Penso um pouco antes de fazer isso.

--Pode, mas só para ver se eu não disse algo que não deveria. --A entrego.

--Beleza! --Ela começa a ler na minha frente, pela cara, acho que ela gostou. -- Meu Deus... Pode ser o meu péssimo senso critico para romance, mas que coisa mais fofa! Se continuar assim, ele vai ficar apaixonado em um instante, isso se já não for. --Dá um sorriso de fanfiqueira.

--Não sei se devo entregar, e se souberem que sou eu? --Questiono com receio.

--E eles são adivinha, agora? Relaxa, dá em nada não. Você só precisa ver um jeito de entregar para ele. --Me entrega a carta de volta.

--E como diabos eu vou fazer isso? --Pergunto indignado enquanto releio a carta.

--Você é o último a sair da sala, é só deixar lá na cadeira dele, e deixa bem claro que é para ele, e tenta não chegar tão cedo na sala.

--A pessoa que chega primeiro pode notar que foi eu se for por essa lógica.

--Verdade... --Parece pensativa.-- Então... Pede para entregarem no dormitório dele! Contrata alguém para se vestir de carteiro ou coisa do tipo.

--Não é mais fácil eu realmente mandar por um carteiro?

--Você sabe que para mandar cartas por carteiros de verdade você precisa colocar seu nome, não sabe? --Pergunta sarcástica.

--Que merda.

Ela ri.

--Tenho uma... Amiga, --Sorri de um jeito... Bem diferente ao dizer isso.-- é, uma amiga que pode fazer isso, fica tranquilo, só ajeita aí do jeito que você quer que ele receba e me entrega que eu dou um jeito.

--Sério? Nossa, obrigado, Lara! Por sinal, me passa seu número que qualquer coisa, eu vou te atualizando.

--De nada! E pode pegar aí. --Me entrega o celular dela para eu ver o número.

--Certo...

Anoto o número dela e depois já faço um envelope improvisado e a entrego, nele está escrito "Para Max Goofy"

--Está ótimo! --Diz ela pegando a carta. --Por sinal, quer um chiclete de menta até você chegar em casa? É que o seu hálito está meio... Você sabe. --Fala um pouco envergonhada.

--Pode ser. --Digo forçando um sorriso e ela pega um da prateleira e me dá. -- Obrigado. --Tiro do papel e começo a mascar.

--De nada!

--Bom, acho que já vou indo.

--Certo! Se quiser escrever mais cartas para ele, é só entrar em contato comigo para enviar.

--Eu entro sim.

Saio do dormitório dela e tento me guiar por dentro da faculdade até achar o meu, em uns quinze minutos, acho, entro e durmo pelo resto do dia.

Ass: ??? | Maxley * Bradley x MaxOnde histórias criam vida. Descubra agora