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Japão — Kyoto, 29 de Junho de 2024, 19:57 p

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Japão — Kyoto, 29 de Junho de 2024, 19:57 p.m
Vigésimo nono dia do colapso global.

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Mizuki acha que nunca se sentiu tão apavorava e confusa em toda sua vida. Seu corpo estremecia a cada mínimo som, seja o mais comum como o da madeira das portas do guarda-roupa estalando, ou os mais perturbadores como os gritos mortificantes que ecoavam nas ruas.

Seu apartamento apertado se tornará seu único refúgio em meio ao caos que assolava todo o país. Ela poderia dizer que andou por cada canto de seu quarto, seus pés cobertos por meias vagaram de um lado para o outro ansiosamente a medida em que o tempo passava.

As janelas de vidro estavam fechadas há sete dias e o cheiro da umidade do lado de dentro já se tornará insuportávelmente rançoso para seus pulmões, causando a coceira desconfortável em sua garganta a cada respiração, mas ela não se importava com isso, ela jurou de pés juntos que não abriria nem uma única fresta das janelas.

Não depois de ver como uma anomalia gigante em formato de mosca ergueu um homem que sairá despreparado para as ruas até o ponto mais alto que seus olhos puderam alcançar e então o soltou como se não fosse nada.

Ela ainda se lembra dos gritos de desespero que encheram seus ouvidos, da imagem do corpo se contorcendo a medida em que era levado para cima, de como sua luta foi voraz, mas ainda assim inútil no final, de como seu corpo caiu rapidamente entre as nuvens, de como ele se chocou contra a rua asfaltada, sujando as calçadas com sangue vermelho e os vestígios de seu cérebro escorrendo por seu crânio esmagado.

Mizuki acha que nunca vomitou tanto quanto aquele dia. Suas pernas chegaram e tremer a cada passo cuidadoso e silencioso que ela deu até chegar a sua cama e se enrolar nos cobertores, enfiando seu rosto entre os joelhos e chorando enquanto suprimia qualquer som que fosse alto o suficiente para alterar qualquer coisa só lado de fora.

Ela se perguntou: Isso algum dia irá acabar? A humanidade se reerguerá novamente? Ela poderia voltar a viver sua vida sem temer a morte somente por olhar pela janela?

E a resposta que ela encontrou para tantas perguntas foi: Não.

Não fora o governo que disserá que o mundo não voltaria ao normal, não foram especialistas, militares ou cientistas, não foi nenhuma divindade ou ser místico.

Ela apenas sabia.

Algo em sua mente gritava que o mundo estava finalmente acabado, seu coração parecia um tambor, as batidas altas pareciam ecoar em sua cabeça, cada pulsação em suas veias cantavam que a vida jamais voltaria a ser o que era antes.

𝐀𝐑𝐌𝐘 𝐎𝐅 𝐃𝐑𝐄𝐀𝐌𝐄𝐑𝐒 - 𝐊𝐢𝐦𝐞𝐭𝐬𝐮 𝐧𝐨 𝐘𝐚𝐢𝐛𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora