Japão — Shibuya, 31 de Maio de 2024, 20:35 p.m
3 horas e 25 minutos antes do colapso global.• • ┈┈┈┈ ๑ ⋅ ⋯ ୨ ୧ ⋯ ⋅ ๑ ┈┈┈┈ • •
Mizuki sentiu-se atordoada por um momento. As luzes brilhantes se chocaram contra seus olhos sensíveis, uma camada de umidade cobriu suas íris embaçadas, entretanto ela não sabia dizer se era pela sensibilidade ou...pela dor.Em sua mente as lembranças de sua rápida tortura estavam frescas e sendo repetidas como se estivessem em um loop eterno.
A sensação da carne sendo rasgada, sua pele dilacerada, o sangue viscoso escorrendo, seus músculos se rompendo...tudo estava tão vivido que Mizuki moveu suas mãos em frente ao seus olhos apenas para conferir-se de que ainda estava inteira. De que ainda estava viva.
— Você está bem? — Uma voz baixa soou ao seu lado, ligeiramente confusa ela se virou em direção ao som e vislumbrou a velha senhora ao seu lado lhe olhando com un par de olhos enrugados com preocupação nas íris castanhas.
Seus olhos piscaram por um momento antes que ela respondesse com a voz seca e quebradiça.
— Sim, desculpe o incomodo. — Mizuki se levantou e apanhou o guarda-chuva ao seu lado sem sequer esperar pela resposta da senhora e com passos cambaleantes ela saiu pela porta mais próxima.
Parada ao lado de fora ela olhou para a plataforma repleta de pessoas. Diversas vozes se misturaram em seus ouvidos que em algum momento foram liberados dos fones de ouvido, os inúmeros sons se tornaram uma sinfonia incoerente ao fundo, mas Mizuki não conseguirá ouvir nada. Em sua cabeça aquela voz que lhe causou arrepios na espinha ecoou dentro de sua mente.
“ Parece real pra você? ”
A pergunta ecoava junto as cenas de seu corpo sendo desmembrado, suas entranhas se reviraram em seu estômago embrulhado, um bile quente e amargo subiu por sua garganta seca e encheu sua boca, sua mão livre se estendeu para tapar sua boca e evitar vomitar no chão da plataforma, o resto de seu café da manhã e almoço desceu de volta por sua garganta enquanto ela engolia forçadamente o vômito amargo.
Sua garganta queimou a medida em que ela engolia, seu estômago mais uma vez se revirou e Mizuki sentiu que não poderia forçar a sensação de vômito em seu âmago a descer novamente.
Então lutando contra todos seus mecanismos digestivos ela correu até o banheiro da plataforma, esbarrando nas pessoas acidentalmente e nem mesmo se desculpando — afinal de contas, se ela abrisse a boca provavelmente vomitaria em alguém —, xingos e repreensões soaram atrás de si mas Mizuki não deu a mínima.
Tropeçando em seus pés ela abriu a porta rapidamente e correu até uma das cabines em que a porta estava aberta, sem tempo de fechá-la ela largou seu guarda-chuva no chão se ajoelhou em frente ao vaso, abriu a tampa de plástico e destapou a boca com sua palma.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐀𝐑𝐌𝐘 𝐎𝐅 𝐃𝐑𝐄𝐀𝐌𝐄𝐑𝐒 - 𝐊𝐢𝐦𝐞𝐭𝐬𝐮 𝐧𝐨 𝐘𝐚𝐢𝐛𝐚
Fiksi Penggemar𝐌𝐈𝐙𝐔𝐊𝐈 𝐌𝐀𝐓𝐒𝐔𝐌𝐎𝐓𝐎 nunca soube o que faltava em sua vida para enfim sentir o sentimento de estar finalmente completa. Ela estava na busca de um novo propósito para se sentir verdadeiramente humana quando o mundo em que vivia colapsa. E...