𝐌𝐈𝐙𝐔𝐊𝐈 𝐌𝐀𝐓𝐒𝐔𝐌𝐎𝐓𝐎 nunca soube o que faltava em sua vida para enfim sentir o sentimento de estar finalmente completa. Ela estava na busca de um novo propósito para se sentir verdadeiramente humana quando o mundo em que vivia colapsa.
E...
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Japão — Era Taisho( 30 de julho de 1912 até 25 de dezembro de 1926)
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Sakonji Urokodaki olhou para a garota aparentemente frágil sentada obedientemente a sua frente. Se ele não tivesse visto o que ela fizera com o demônio há alguns instantes atrás ele jamais poderia imaginar que esta garota parecida com um coelho curioso teria matado um demônio com as mãos nuas.
Um piar soou no silêncio sufocante da sala, empoleirada no batente da janela estava a mesma coruja branca da floresta, de alguma maneira o pássaro os seguiu até chegar a sua casa e se acomodou contra a janela como se fosse sua.
Seus olhos se desviaram novamente em direção a garota, agora sob as luzes brilhantes das velas ele pode observar melhor sua aparência.
Seus olhos azuis pareciam ser como água corrente, translúcido e brilhantes como estrelas, sua pele parecia estranhamente pálida, como se ela sequer tivesse visto o sol algum dia de sua vida, seus cabelos ligeiramente úmidos se revelaram ser tingidos num tom azul profundo como o céu noturno com algumas madeixas de cor roxa profunda.
A garota que parecia alheia a tudo e encarava um ponto fixo do lado de fora da janela pareceu notar seu olhar profundo e desviou o par de olhos azuis em sua direção. Seus lábios franzidos se abriram ligeiramente por um momento antes que ela voltasse a fechar sua boca enquanto franzia o cenho numa carranca frustrada.
Sakonji por um momento achou que ela estava relutante em dizer algo, que talvez desconfiasse de si apesar de tê-lo seguido até sua casa sem sequer questionar, que talvez ainda estivesse imersa na situação anterior de ter matado um demônio.
— Sou Sakonji Urokodaki. — Ele decidirá tomar às rédeas da conversa, sua voz pareceu ressoar pelos ouvidos da garota como uma trombeta pela maneira como ela enrijeceu.
Seus olhos dispararam em sua direção e mais uma vez ela abriu os lábios, como se estivesse soletrando para si mesma as letras de seu nome silenciosamente.
— E..eu...sou Mi..Mizuki. — a garota disse, sua voz parecia estagnada em sua garganta, como se não falasse com frequência e suas cordas vocais estivessem enferrujadas — Mizuki Matsumoto. — ela completou com firmeza, seus olhos azuis estavam o encarando fixamente enquanto ela parecia um pouco eufórica apesar de Sakonji não saber o porquê.
Ele assentiu com a cabeça em resposta, os olhos da garota foram captados com o movimento e ela moveu a cabeça lentamente da mesma forma, como se estivesse memorizando o movimento.
— Está é minha casa, posso lhe oferecer abrigo se quiser. — ele disse. A garota pareceu levar um momento para assimilar sua oferta antes de acenar com a cabeça enquanto lhe respondia.
