Japão — Era Taisho ( 30 de julho de 1912 até 25 de dezembro de 1926)
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No inverno rigoroso que assola todo o Japão, uma figura caminha em meio a neve fria na noite escura, manchas vermelhas são deixadas por suas pegadas como um rastro sangrento na pálida neve iluminada pela fraca luz do luar.
O vento frio ricocheteia seu corpo exposto pelos rasgos de suas vestes molhadas, seus cabelos manchados num tom azul indigo caem em suas costas trêmulas como uma cascata, seus olhos azuis turquesa parecem brilhar como estrelas em seu rosto pálido, seus lábios tingidos num tom azulado se franzem em uma linha reta.
Mizuki Matsumoto não sabe onde está.
A visão da vasta neve que cobre tudo em frente a seus olhos é estranha a sua mente que ela se sente tão incompatível com o cenário como um soldado moldado por sangue em uma festa do chá delicada.
Há muito tempo ela se acostumou com o vermelho sangrento e a escuridão profunda das ruínas, e observar algo diferente de qualquer coisa que fosse grotesca e mortal era tão assustador quando encarar a própria morte.
Não que ela nunca a tivesse encarado, mas ainda assim o medo de olhar em seus olhos nunca deixaria suas veias.
Seu corpo está incrivelmente frio, neve parece estagnar suas veias e sua carne parece ser esculpida em gelo, a queimação do frio em seus pés descalços lhe faz saber que isso é real.
A dor é um sinal de que você está vivo.
Mas ainda assim, ela não entende como saiu das ruínas depois de tantos anos tentando escapar sem sequer fazer nada.
Parece engraçado - quase ridículo - como ela lutou para sobreviver naquele lugar horrendo, dia após dia, século após século, e de alguma forma saiu quando estava prestes a morrer mais uma vez.Entretanto, de alguma forma ela está grata. Grata por não precisar mais sujar suas mãos de sangue, de não precisar lutar como comida como um cão de rua, por não precisar passar pela tortura a cada morte.
Mizuki está feliz pela primeira vez em séculos talvez, ela não tem certeza de quanto tempo se passou. Há muito ela se esqueceu de como o tempo funciona, nas ruínas não havia tempo que não fosse eterno, não havia dia que acabasse ou noite que surgisse, não havia sol que nascesse ou lua que brilhasse.
Só havia a escuridão que escondia seres horrendos e sangue que penetrava o chão de pedras afiadas. Só havia cadáveres frescos o suficiente para servir como um peso no estômago e ossos quebrados que se tornavam lanças afiadas.
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𝐀𝐑𝐌𝐘 𝐎𝐅 𝐃𝐑𝐄𝐀𝐌𝐄𝐑𝐒 - 𝐊𝐢𝐦𝐞𝐭𝐬𝐮 𝐧𝐨 𝐘𝐚𝐢𝐛𝐚
Fanfic𝐌𝐈𝐙𝐔𝐊𝐈 𝐌𝐀𝐓𝐒𝐔𝐌𝐎𝐓𝐎 nunca soube o que faltava em sua vida para enfim sentir o sentimento de estar finalmente completa. Ela estava na busca de um novo propósito para se sentir verdadeiramente humana quando o mundo em que vivia colapsa. E...