𝐌𝐈𝐙𝐔𝐊𝐈 𝐌𝐀𝐓𝐒𝐔𝐌𝐎𝐓𝐎 nunca soube o que faltava em sua vida para enfim sentir o sentimento de estar finalmente completa. Ela estava na busca de um novo propósito para se sentir verdadeiramente humana quando o mundo em que vivia colapsa.
E...
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Japão — Era Taisho ( 30 de julho de 1912 até 25 de dezembro de 1926)
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Há raros momentos em que ela se permite apenas se contentar com o momento a sua frente do que se lembrar do passado e temer o futuro.
Este é um destes momentos.
Caminhando pelo caminho de terra vermelha ela segue ao lado de Urokodaki, a grama verde toca seus tornozelos descobertos pelo longo kimono azul claro e roça sua pele levemente causando uma coceira desconfortável.
Suas mãos estão torcendo um fiapo de grama longa entre os dedos enquanto ela caminha silenciosamente, uma trança uniforme começa a surgir entre sua palma a medida em que ela torce e trança o fiapo de grama calmamente.
O vento fresco do dia se choca contra seu rosto e leva seus cabelos junto a ele, os fios escuros farfalham junto as folhas das árvores que a cercam e os sons calmantes da floresta.
Rolinho de canela não está junto a ela desta vez, a fofa coruja desapareceu quando Sakonji a convidou para o acompanhar até a vila no sopé da montanha, seu corpo emplumado voou pelas árvores da floresta junto a um piar agudo e desapareceu no verde proeminente das folhas.
A caminhada ao lado de seu...mestre — ela não tem certeza se pode o chamar assim — é silenciosa, não desconfortável, mas pacífica, seus passos sempre seguiam oesmo ritmo apesar dela acreditar que ele poderia ir bem mais rápido do que isto.
Um som fraco soa junto ao vento, seus olhos se erguem em direção ao som e seu corpo enrijece duramente.
A sua frente há uma rua larga repleta de barracas e tendas de tecido brilhantes, inúmeras pessoas falam e caminham de um lado para o outro, crianças correm atrás uma das outras enquanto gargalham infantilmente e brincam com gravetos de madeira, mulheres conversando animadamente umas ao lado das outras rente as barracas, os homens caminham segurando cestas a suas costas e falando uns com os outros sobre assuntos triviais.
— Mizuki? — uma voz a chama levemente, seus olhos disparam em direção ao som e vislumbram a familiar máscara vermelha que ela se acostumou a observar há algum tempo.
— Sim, Urokodaki-san? — sua voz está rouca como terra apesar de manter o mesmo tom suave, suas mãos que seguram a fita trançada feira de grama se apertam contra a folha verde e a amassam entre os dedos.
Sakonji a olha por um momento em silêncio antes de se virar a lhe perguntar.
— Você vem? — sua voz parece calma, indiferente como sempre, mas há a dúvida, a brecha que lhe dá uma saída, que lhe permite recuar.
Mas como ela pode? Como ela pode dar um passo para trás agora quando já aceitou seu destino?
— É claro, Urokodaki-san. — ela o responde suavemente e dá um passo em frente, respirando profundamente o ar fresco se mistura com inúmeros cheiros diferentes que arrdem suas narinas, uma de suas mãos larga a treliça de folha e agarra levemente a manga de seu kimono azul claro.
