𝐌𝐞 𝐦𝐚𝐧𝐝𝐞 𝐮𝐦𝐚 𝐜𝐚𝐫𝐭𝐚

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"𝐌𝐞 𝐦𝐚𝐧𝐝𝐞 𝐮𝐦𝐚 𝐜𝐚𝐫𝐭𝐚"

(...)

Uma semana da minha fuga com Mattheo. Ele parou de dar em cima de mim no quarto dia depois de eu ter humilhado até a quinta geração dele, mas o nó em meu coração continua cada vez mais apertado.

Saudades de Fred, de minha mãe, meu pai, meu irmão, meus amigos... Fora as paranóias, por que até agora não apareceu ninguém atrás de nós? O lorde poderia ter nos achado e feito coisas terríveis, mas até agora não há um sinal de vida dele.

Tenho medo de que essa falta de procura resulte em algo muito pior no futuro — ou pior ainda, no presente.

Estou na cerca da varanda, observando Mattheo deitado na grama enquanto folheio um livro que comprei em uma loja aqui perto. Agora, pra todo lugar que vamos, tem que ser nas redondezas e com o máximo de cautela possível. Sempre olhamos para os lados, Mattheo usando boné, e eu usando óculos escuros.

Todos devem estar preocupados. Eu poderia voltar para lá, apenas para eles verem que está tudo bem... Ou simplesmente mandar cartas. Mas, se essa carta cair em mãos erradas? E como eu seria correspondida, se não sabem meu endereço?

Lembrar de meus momentos com Fred era algo doloroso, pelo menos por agora. Ele com certeza já arrumou um jeito de saber algo sobre meu desaparecimento, e esse algo tem a ver com Mattheo. Ele deve pensar que estou o traindo, ou que eu não o amo mais.

"— Mattheo, por quanto tempo você pretende ficar aqui? — perguntei, agora olhando para o teto.

Não vamos mais ir embora. — ele olhou para mim como se estivesse falando algo óbvio."

Se for pelo Mattheo, nunca sairemos daqui. Será que vale a pena sacrificar minha relação com a minha família, meu relacionamento, minhas amizades e meus estudos por conta de algo que eu sequer sei as condições?

Nunca fui muito de me arriscar com as coisas, sempre preferi pensar em algo lógico para resolver; mas lidando com Fred, aprendi a enxergar as coisas de outra maneira. Eu me arrisquei para ter um relacionamento com ele, eu admiro a coragem dele e espero que um dia eu possa ter toda essa coragem também.

Me levantei minuciosamente, sem que Mattheo perceba, e corri para o sótão da casa. Lá eu sabia que havia pergaminhos velhos e algumas penas desgastadas, mas era tudo que eu podia oferecer no momento.

"Querido Fred, sou eu, a Malfoy. Eu entendo se você não quiser conversar comigo no momento, e nem vale a pena responder esta carta, pois não haverá nenhum endereço a remetente. Eu estou bem, minha mente anda mais bagunçada do que nunca ultimamente, mas eu estou bem. Precisei fugir, o lorde quer me transformar em uma comensal junto de meu irmão, e ainda quer que eu me case com o Tom. Amor, você não sabe o que é ouvir as conversas daqueles comensais, os planos terríveis deles. Se o que você viu já foi uma escória, há muito mais que isso. Depois que me tornei uma pessoa de bem, nunca mais me interessei por coisas do tipo; saiba que eu amo você, e em nenhum momento olhei para Mattheo, e nem para qualquer outro.

Um dia nos encontraremos, e por favor, cuide desta carta. Procure o Blaise ou uma das meninas, e peça para que um deles contate a minha família. Todos moram próximos da mansão, Blaise mora na casa 397 à esquerda; Daphne também à esquerda, na 83; e Pansy à direita, na 40.

Com amor, sua sonserina preferida"

Escutei alguns passos, então escondi a carta na roupa. Agora o desafio será de como essa carta chegará às mãos de Fred, mas minha consciência perdeu 80% do peso em que estava.

— Mattheo! — chamei.

— Fala! — ele gritou, aparentemente da cozinha. — Tô bebendo água, se quiser que eu vá até aí, tem que esperar!

— Deixa pra lá.

Me confortava saber que eu não estava sendo espionada, pois ele com certeza tiraria a carta de minhas mãos e falaria que eu estou nos colocando em risco e tudo mais.

• • •

— Eu avisei desde o início que essa garota não prestava. Agora foi corno e tá chorando por aí. — Gina murmurou para Rony, na mesa de jantar. — Eu achei pouco.

— Eu não tenho nem comentários pra isso, sinceramente.

Fred estava abalado, mal comia direito ou fazia piadas. Ele parecia outra pessoa, parecia mais o Percy do que o Fred.

— Por que vocês não contam o segredinho de vocês? — perguntou George.

— Shiu. — Molly tentou apaziguar, e bateu na mesa. — Não tem condições de todo santo dia ter essa confusão à mesa!

— Você não parou pra pensar que são sempre esses dois babacas que começam? — exclamou Fred, batendo na mesa mais forte e fuzilando os dois com o olhar.

Ele deixou a família na mesa e subiu para seu quarto. Se deitou em sua cama, apenas repassando as discussões que têm acontecido e sobre toda a situação. Ele estava experimentando uma dor de traição, abandono, e ainda ouvia uma parte da família falar sobre o quanto haviam avisado.

Ele tinha vontade de jogar tudo no chão, arrebentar Mattheo e terminar tudo que tinha com a garota, jogando todas as verdades na cara dela.

Algo batia em sua janela, e ele, com a testa franzida e o coração cheio de mágoas, abriu a janela. No fundo, esperançoso.

Ele recebeu uma coruja e acariciou suas penas, pegando a cartinha desenrolada em sua pata.

"Estou com saudades, Fred. Por favor, marque um dia pra conversarmos e nos vermos, vou lhe explicar tudo.

Angelina Johnson."

Ele amassou a carta e jogou-a no chão. Era uma ótima oportunidade de se vingar da namorada, e o Fred de antes realmente pensaria nisso, mas ele sequer cogitou essa possibilidade.

O restante da sua noite, seria igual todas as outras. E o que ele mais detestava nessa história, é que em nenhum momento seu sentimento por ela diminuía. Nem um pouco.

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𝙿𝚘𝚛 𝚏𝚊𝚟𝚘𝚛, 𝚟𝚘𝚝𝚎𝚖 𝚎 𝚌𝚘𝚖𝚎𝚗𝚝𝚎𝚖 𝚖𝚞𝚒𝚝𝚘!!💞

Mᥲᥣ fᥱιto, fᥱιto! 🪄

𝐋𝐨𝐯𝐞 𝐟𝐨𝐫 𝐑𝐞𝐝 | 𝐅𝐫𝐞𝐝 𝐖𝐞𝐚𝐬𝐥𝐞𝐲 Onde histórias criam vida. Descubra agora