— Olha lá, hein. — sorri, normalmente é motivo de se preocupar quando Fred ou George falam algo do tipo.
Porém, não me importava o lugar que fôssemos. Eu só precisava de um momento com Fred. Eu só precisava de um momento de paz antes da reunião com o lorde.
— Sério que não posso ir? — George perguntou enquanto chegava perto de nós.
— Você é meu chaveiro agora?
— Éramos chaveiros um do outro até então.
— Puta que pariu, você é chato.
George riu, não tardou muito, Fred riu também. Eu fiquei olhando para esses dois, sorrindo.
— Vamos? — Fred voltou a dizer, estendendo a mão para que eu a segurasse.
Dei um abraço em George e peguei na mão de Fred, levemente com dó por George querer ir com a gente.
— Vai ficar bem aí? — perguntei a George, que riu novamente.
— Claro, bê. Estava brincando só, curtam os dois.
— Não acham que estão com muita intimidade? — Fred perguntou olhando para nós de esguelha, e nós rimos. — Accio vassoura! — a vassoura de Fred voou até sua mão.
Descemos as escadas e chegamos na rua. Sento uma estranha sensação de que estava sendo observada, mas o beijo de Fred me distraiu completamente.
Fred pôs a vassoura posicionada para nos sentarmos, e assim fizemos. Ele se sentou à frente e eu segurei em sua cintura.
— Já pensou em comprar aquelas motos que voam? — perguntei. — Seria incrível voar nelas.
— Na verdade, não tinha pensado nisso ainda, mas você me deu uma boa ideia. — ele virou o rosto para mim e piscou, e enfim decolamos vôos.
Voamos até o lugar mais alto e atravessamos nuvens e nuvens, voamos da mesma maneira que sempre.
Após muito voarmos, até mesmo o dobro que das últimas vezes, chegamos ao local de destino.
Era o mesmo lugar bonito em que tivemos nosso primeiro encontro. Parecia estar mais belo ainda do que da última vez que viemos, e eu logo senti seus braços passarem em volta do meu ombro.
— Sei que imaginou ser um lugar novo, mas estava com saudades daqui.
Sorri vendo a grama verde e o belíssimo lago, olhando para ele em seguida.
— Eu adoro aqui, você sabe disso.
Pulei no seu colo e o beijei. A língua dele se entrelaçou fortemente na minha, e eu comecei a sentir algo "diferente" nele pela posição em que estávamos.
— Pervertido. — voltei a falar, sussurrando no meio do beijo.
— Você que me deixa assim.
Após uma sessão de beijos, fomos até a beira do lado; ele ainda estava comigo no colo. Ficamos muito tempo conversando naquela beira, comigo no colo dele e com o rosto apoiado em seu ombro.
Estava começando a me sentir culpada pela mentira de mais cedo. Estava sentindo uma amargura em minha mente e não me sentia digna de olhar para ele, me sentia suja por compactuar com Voldemort de uma certa maneira, me sentia suja por esconder isso dele.
— Amor. — chamei, e ele me olhou com interesse; nunca tinha chamado ele dessa forma.
— Que foi, minha linda? — ele perguntou enquanto afastava cabelos do meu rosto, eu brincava com meu cordão e meu rosto estava preocupado. — Aconteceu alguma coisa?
— Eu menti pra você hoje mais cedo.
— Mentiu? — seu cenho se franziu, ele nem sabia do que eu estava falando.
— Vou resumir. — eu me ajustei em seu colo, observando mais nitidamente o seu rosto. — O lorde tornou o Draco um comensal, ele tem que matar o Dumbledore e quer que eu siga pelo mesmo caminho... Mais especificamente, hoje. — soltei tudo de uma vez, não tinha mais nada a perder.
Apenas vi seu rosto se retorcer em preocupação, após isso foram segundos de silêncio. Até que enfim, ele falou.
— Você não vai se tornar uma comensal. — ele afirmou, cheio de si. — Não vou propor que você fuja e nem qualquer outra loucura do tipo porque isso não é justo com você e nem com a sua família. Por mais que eu não goste da sua família, tenho que manter minha consideração por você, que é minha namorada.
— Então como você acha que podemos contornar isso?
— Você não quer morar comigo? Você fica longe de toda essa sujeira, não terá nem tantos motivos pra esse corno te querer como comensal.
Eu soltei uma risada alta ao ouvir Fred se referindo a ele desta maneira, mas tive de voltar ao decoro pois o assunto era sério.
— Eu acho admirável sua proposta, mas isso vai muito além dele me querer como comensal. Ele quer se vingar do meu pai também, e quer usar eu e meu irmão para isso, meu pai não é um exemplo de pessoa a ser seguido, mas ele nos ama... Acredito que até minha mãe vá fazer a marca. — respirei fundo mais uma vez, não queria fazer essa pergunta, mas tive que fazer. — Você continuaria me amando? Mesmo que eu fosse uma comensal?
— Eu te amo mesmo você sendo essa mimada, você ser uma comensal é fichinha para isso. — ele riu.
— Seu bobo! — bati em seu ombro, rindo também.
Mais uma vez senti a estranha sensação de estar sendo observada. Não podia mais ignorar aquilo, e senti que Fred sentia a mesma coisa.
— Você... — ele tentou iniciar a pergunta, mas eu assenti rapidamente. — Fique aqui, vou ver o que é.
Ele me tirou de seu colo e me deixou sentada ainda à margem do rio, entrando numa florestinha por perto de onde vinha o barulho.
Ouvi um muxoxo. Após isso, ouvi uma sucessão deles. Quando me virei para trás, vi Mattheo ali.
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Me levantei no mesmo momento, indo em sua direção, mas mantendo uma considerável distância.
— O que você quer aqui? Tem nos seguido, é isso mesmo?
— Você tem que vir comigo agora.
Tentei correr para alcançar Fred na floresta, mas Mattheo me alcançou me abraçando por trás.
Tentei gritar, mas ele tapou minha boca com sua mão. Após eu morder sua mão, ele arrumou um jeito de tapar minha boca com um lenço.
Ele não podia aparatar, então começou a correr comigo para outra direção. Vi um fiapo do cabelo de Fred correndo, mas minha visão foi tampada pela corrida de Mattheo comigo.
