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Victor era ótimo com crianças, isso era notável, até mesmo Nate, que até hoje não gostava de mim, parecia bastante rendido pelo moreno – isso me causou um pouquinho de inveja, eu tenho tentado há 2 anos conquistar esse garotinho, mas ele não gosta de mim nenhum um pouco.

— Agora você não é mais o Nate – Victor falou, o sorriso brincalhão de Victor era lindo, ele provavelmente tinha dado muito trabalho quando criança. — Você é... – e mais uma vez ele fez suspense, Nate tinha os olhos bem atento em Victor. — O super Nate! – ele ergueu Juan pelos braços. — Voa Super Nate! – Victor carregava Nate pela sala toda. A risada do garotinho era contagiante e o sorriso de Victor também. Os azuis dos olhos dele pareciam mais vivos e brilhantes.

— Agora eu sou um super herói – Nate disse convencido, colocando o punho para frente.

— E todo super herói precisa de um nome – Victor colocou Nate na cama. Aquela posição me fez lembrar de quando Nate ficava cheio de tubos no corpo, era bem desconfortável para ele. E também me fazia me lembrar do meu irmão, Juan, ele não estava naquela sala junto com as crianças, ele já era um pré-adolescente, e é verdade quando dizem que essa é uma das piores épocas, porque Juan é bem porre às vezes. Eu nunca esperei que um dia eu ia ver meu irmãozinho de doze anos naquela situação. — Antes de escolher seu nome, que tal dar um beijinho na tia Bárbara? – Nate fez cara de nojo.  — Sério, tia Bárbara?

— Pelo visto vocês dois tem uma rivalidade... – Victor estreitou os olhos, e alternava em olhar para e mim para Nate. Eu ri, mas Nate me encarava mortalmente, aquele garoto me odiava, e isso me chateava de várias formas, nunca conheci nenhuma criança que me odiasse.

— Ela é muito chata – Nate disse me dando língua. Ok, eu estava começando a ficar mais chateada ainda.

— Também acho – Victor disse dando de ombros. — E sabe o pior? – Nate negou com a cabeça. — Ela ainda me bate – Victor fez uma carinha de cachorro molhado que acabou de ser espancado, Victor tinha um enorme talento pra ser ator. — Bate tão forte – ele tirou o jaleco e mostrou os braços todo roxos. Meu Deus, hóquei era muito violento. Os olhos de Nate se arregalaram. — Isso tudo foi ela – Victor começou a fazer cara de choro, e eu o olhei tão séria, quero esganar Victor Ivers.

— Ela é do mal! – Nate me olhou com mais raiva ainda e cruzou os braços, tenho certeza se tivéssemos sozinhos e Nate fosse forte, eu tava morta.

— Claro que não sou! – me defendi, me aproximei de Nate e segurei na mão dele, fiz a minha melhor cara de tristonha. — Só que quem mal de verdade, é ele – apontei com a cabeça para Victor. — Ele partiu meu coração em mil pedacinhos – o sorriso de Victor sumiu ao ver o ódio de Nate passar de mim para ele. — Ele me beijou e disse... – fingi choro. — Que gostava da minha melhor amiga – comecei meu choro falso, e Victor olhava para mim estático.

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