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Ok, eu odeio o dia de hoje, e não é pouco não, eu odeio com todas minhas forças, se eu pudesse matar esse dia, enterrar na crosta terrestre e seguir minha vida normalmente, era isso que eu faria, sem problemas nenhum, mas isso não pode acontecer, a gente não pode esquecer o próprio aniversário, e sabe o pior? Ter amigos como Lucas, é ser lembrado vinte quatro horas do seu aniversário – eu não quero entrar no clube dos vinte, cara é assustador, é o momento cronológico onde eu devo deixar de ser adolescente e me tornar adulta.

Eu fiquei tão empilhada com meu aniversário e envelhecer, que quase me esqueci do presente de Lavínia e Lucas para mim, um cachorrinho, eu vou ganhar um cachorrinho, vocês tem noção disso. Eu vou ser mamãe de pet, eu já tinha pedido todos os brinquedos pela internet, Lavínia disse que ia me ajudar a cuidar dele nos primeiros meses – ela tinha separado várias jornais para que eu forrasse meu quarto, ela tinha dito que bebês cachorrinhos mijam em qualquer canto do quarto e mal dormem, e eu não me importo nenhum um pouco, eu mal durmo de noite mesmo. Pensar no meu futuro cachorrinho me animou, quase me fez esquecer o fato de hoje ser meu aniversário, mas quando meu celular começa a apitar direto e eu vejo a barra das notificações, percebo que Lucas vai fazer questão de me lembrar que hoje eu faço vinte anos, ele fez literalmente um post para mim em todas redes sociais: Facebook, Instagram, twitter, snapchat e até no YouTube. Respondi as mensagens dos meus familiares, meu irmão mais novo tinha me mandado um áudio.

— Bárbara, parabéns – ele falou fraco. Droga como eu odiava a situação que ela estava, quem visse meu irmão agora nem imaginava o quão ele era alegre, impaciente, nervoso e agitado antes do câncer. Mordi meus lábios, eu não ia começar o dia chorando, não ia mesmo. — Hoje eu só lembrei do teu aniversário, porque tava passando Star Wars na tv daqui – eu ri, com certeza era mentira, ele tinha me mandado o áudio meia noite. Droga, só a ideia de meu irmão ter virado a noite para me parabenizar me deixou mais mole ainda, e dessa vez eu chorei. — Te desejo tudo de bom, e eu quero que você saiba que eu sei que você tentou e que eu vou ficar bem, ok? – a vozinha dele tão doce, eu conseguia imaginar ele sorrindo enquanto falava, o sorriso do meu irmão era tudo para mim, quando eu tava triste, eu olhava as fotos que ele me mandava, eram fotos bem estranhas. — Te amo – dessa vez eu desabei, eu odiava toda aquela situação, eu odeio que eu posso perder meu irmão a qualquer momento, é tão injusto, ele é uma criança. Uma criança.

— Também te amo – respondi por mensagem, eu não estava na condição de mandá- lo áudio, não estava mesmo.

Eu me levantei me arrastando, a mensagem do meu irmão tinha acabado com meu ânimo para qualquer coisa, até mesmo para o meu cachorrinho. Eu sei que era para ter sido o efeito reverso, que ele estava tentando me confortar, mas na minha cabeça eu ainda posso fazer mais, mesmo sabendo que não tenho mais o que fazer, eu não conseguia me acostumar com essa ideia. Me arrastei até a cozinha, tinha um cartaz enorme na cartolina me desejando parabéns, várias fotos minhas e de Lavínia e Lucas arrumadas em forma de uma cortina e um bolo enorme de chocolate – pela feição cansada de Lavínia, ela deveria ter passado a noite fazendo.

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